Capítulo 21

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"Observo meu pequeno raio de Sol dormindo como um anjo, é como se minha vida inteira estivesse resumida a essa mulher.

   À cubro com a grossa coberta de algodão, e subo para a biblioteca, meu pequeno paraíso, os livros me mantém em sã consciência."

♧♧♧

   Encaro a cama no meio do quarto, coberta por lençóis macios e quentes todos feitos em pele de lobo, o que me chamam a atenção, parece que me colocaram em uma longa metragem de Hollywood, e esqueceram de me avisar.

    Deito na cama, tento não deixar que pensamentos ruins tomem conta da minha mente, porém o que me chama a atenção é o fato do lord me manter ainda viva.

Suspiro imaginando como meu pai deve está preocupado com o meu sumiço, olho em volta do cômodo, analisando cada detalhe, não a mais nada para eu fazer, além disso.

    Levanto novamente da cama e saio pelos corredores da casa, que por sinal me parece assombrada.
— Não devia ter levantado da cama criança. — Ouço uma voz suave atrás de mim, me viro para vê-la, porém não há ninguém atrás de mim, respiro apreensiva, sem ter muito o que fazer corro em direção ao meu quarto.
— Aaaaaaahhhh. — Grito ao vê-lo parado na minha frente.
— Porque está zanzando pela casa há essa hora criatura?
— Tinha alguém... — Falo trêmula.
— Querido marido, a caçada não foi boa hoje? — Zella aparece atrás de mim.
— Anda assustando nossa convidada esposa? — Ele pergunta arregalando os olhos para ela.
— Não faço a menor idéia do que está a falar querido.
— Saia, preciso falar com a criatura.
— Mas...
— Mas nada, saia agora! — Tento conter o riso, sim consigo me divertir ao ver ela se sentindo constrangida, que logo sai.
— Venha comigo. — Sua mão está estirada em minha direção para que eu a pegue, faço imediatamente.

   Seguimos pelos corredores, até uma ala escondida, ele abre uma porta fazendo um gesto para que eu entre logo em seguida, faço apreensiva, atrás da porta há uma biblioteca, livros por todos os cantos.
— Não tenha medo, a única coisa que posso machucar é seu coraçãozinho sonhador.
— Não tenho sonhos, eles foram tirados de mim no momento em que seu animalzinho de estimação me tirou de meu quarto.
— Quer voltar?
— Quero, o mais rápido possível.
— Não vai. — Baixo a cabeça, ele trata de pegar em meu queixo e força-lo para que eu o olhe. — Percebo que gosta de contos de fadas, iniciamos bem, Cinderela. — Com um simples gesto ele se ajoelha aos meus pés, tirando de seu bolso meu sapato. — Vamos ver se te serve, andei a noite inteira procurando alguém com um pezinho delicado, mas ainda não encontrei.
— Comeu todas elas?
— Umas fodem bem pra caralho, outras não. — Sinto uma pontada dentro de mim, por alguma razão o seu comentário me tocou. — Vamos, me dê seu pé. — Fala dando tapinhas em sua perna que se encontra em posição de pedido de casamento, imediatamente coloco meu pé em sua perna, o qual se encontra descalço, pois não me atentei em calçar as sandálias antes de sair do quarto. — Veja, coube direitinho. — Fala e deposita um beijo na parte de cima de meu pé, sinto algo vibrar dentro de mim. — Agora o conto da Cinderela acabou criança, mas iniciaremos o conto da Bela e a Fera.
— Como assim?
— Ficará presa aqui comigo até o dia que eu quiser. — Suas mãos dançam sobre meu pé, subindo vagarosamente para minha canela, joelho e coxa, cada vez mais se aproximando de minha intimidade, que ele logo trata de toca-la, fecho os olhos ao sentir seu toque.
— Eu não vou ficar presa aqui. — Falo o empurrando, que cai sentado no chão, viro as costas para sair, mas antes de chegar na porta ele me alcança, me agarra pela cintura, seu corpo cola no meu, uma de suas mãos permanece na minha cintura, a outra sobe sobre meu corpo, aperta meu seio, passa sobre meu pescoço e para em meu rosto o apertando.
— Você ficará aqui até o dia que eu quiser entendeu? — Pergunta me forçando a olha-lo, o que vira meu rosto em 180 grau.
— Quero ver quem vai me prender aqui seu louco. — Minha voz sai abafada devido ele estar apertando meu rosto, em direção a boca.
— Veremos... — Ele me solta, abaixo, arranco o sapato e saio da biblioteca, ao fechar a porta corro para meu quarto, não quero que ele volte a me tocar.

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