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*No dia seguinte, acordo às seis horas da manhã. Tempo suficiente para preparar tudo até o horário da primeira aula às oito horas. Addison não voltou depois da noite de ontem, mas deixou uma mensagem dizendo que ia dormir na fraternidade com os amigos. Provavelmente a sala de jogos não estava tão animada, e decidiriam ir à festa na fraternidade, já que pra eles, tudo é motivo de festa, e não importa que seja no meio da semana.
Depois de arrumar minha cama e preparar meus livros e anotações, já são sete horas, então entro no banheiro para tomar meu banho*

*Segundos depois de tirar a roupa, alguém bate na porta. Sem pensar duas vezes, me cubro com a toalha e vou até lá para abrir. Mas antes de girar a maçaneta, minha mão começa a soar pensando na possibilidade de ser o Vinnie.
E se ele me ver assim?
A porta é batida mais uma vez e decido abrir. Não é o Vinnie, e sim a Charli. No fundo sinto uma leve pontada de decepção, mas eu a convido para entrar*

-Pensei que todos foram dormir na fraternidade.
*comento quando ela entra no quarto e se senta na minha cama*

-Quase todos. Mas eu estava não estava afim de ir.
Soube que você também não foi, então pensei em vir aqui te chamar pra irmos pra aula juntas.

-Claro! Só vou tomar meu banho rapidinho e já volto.
*digo, e ela confirma com a cabeça*
-Não demoro
*grito quando fecho a porta do banheiro*

*Depois do banho tomado, e tudo pronto, saio com a Charli, que durante todo o caminho, me conta como foi que entrou pra dança. Essa conversa me deixa muito animada e me desperta o desejo de dançar. Coisa que não faço a muito tempo*

-Podíamos dar uma passadinha no estúdio antes da aula. Ainda temos quarenta minutos antes da aula. O que acha ?
*ela pergunta, dando palmilhas de empolgação, e eu franzo o nariz para demonstrar desinteresse*
-Por favor! Só um porquinho.
*ela apela fazendo beicinho*

-Tá, tudo bem. Só um pouquinho!
*digo, e solto um suspiro de derrota, enquanto Charli sorri alegremente*

*Ao abrir a porta espelhada do estúdio, sinto um ar gelado sobre mim. Sem perder tempo, Charli retira o tênis e conecta seu celular na caixa de som. Me sento no chão para observá-la, que dança perfeitamente. Fico pensando no futuro da Cindy, se ela vai ser uma boa dançaria tanto quanto a Charli é, ou como já fui um dia. Meus pensamentos distraídos são deixado de lado quando a Charli desliga o som e para bem na minha frente, toda ofegante*

-Você vem?
*ela estende as mãos como um convite, e eu obviamente recuso*

-Você sabe que não danço mais.
*respondo fazendo que não com a cabeça, e ela se agacha na minha frente*

-Liza, você precisa deixar o passado de lado. Não pode pensar que o que aconteceu anos atrás, irá acontecer de novo. Toda queda é um aprendizado.
*ela sussurra, e suas palavras me tocam profundamente*

*Sei que tem razão. Mas sinto que meu subconsciente está em luta, me lembrando do terrível acidente que criou uma barreira entre mim e a dança, e no desejo de tentar de novo*

-Sei que é pouco provável daquilo acontecer de novo. Mas é como se meu corpo ficasse paralisado quando penso em dançar.
*explico e coloco a mão no rosto para evitar que lágrimas caiam sobre ele*

*Charli segura minha mão, me fazendo olhá-la para ela*
-Confia em você mesmo. Você consegue, coloca isso em sua cabeça.
*ela diz, e mais uma vez tem razão. Preciso enfrentar meus medos, e fazer de mim, uma pessoa nova, com novas oportunidades de melhorar*

-É. Talvez eu consiga...tentar.
*respondo, dando um pequeno sorriso de canto, enquanto Charli não faz questão de esconder sua felicidade*

Maybe I don't hate you Onde histórias criam vida. Descubra agora