-Vinnie, preciso mesmo ir. Não podemos continuar com isso. Não está fazendo bem pra nenhum de nós dois.
*digo para ele, olhando para baixo. Na verdade eu não tenho motivo para a pressa de voltar para o campus, e nem sei como vou fazer isso, mas não posso ficar aqui*-Podemos sim.
*ele retruca, levantando meu queixo e me obrigando a olhar em seus olhos*-Não podemos. Não quero mais fazer parte de seus joguinhos ou ser seu saco de pancada. É tudo muito confuso. Em um momento, você diz que não me suporta, ou então me humilha depois de uma experiência íntima.
*Ele abre a boca para me interromper, mas ponho um dedo em seus lábios rosados e continuo:
-Então, no momento seguinte, você me beija e diz que precisa de mim. Não gosto da pessoa que sou quando estou com você e detesto como me sinto depois de ouvir tantas coisas horríveis.-Quem você é quando está comigo?
*ele pergunta. Seus olhos observam meu rosto, à espera da resposta*-Alguém que não quero ser. Uma pessoa que não combina comigo mesma.
-Sabe quem eu penso que você é quando está comigo?
*Ele acaricia meu queixo com o polegar, e eu preciso fazer força para me concentrar na conversa*-Quem?
-Você mesma. Acho que esse é seu verdadeiro eu, mas está distraída demais se preocupando com o que os outros pensam para se dar conta disso.
*ele responde de uma forma clara. Fico sem saber o que fazer ou dizer, mas ele parece tão sincero, tão convicto, que paro um pouco para refletir sobre aquelas palavras*
-E sei muito bem como me comportei depois de fazer você...
*eu tapo a boca dele com minha mão para impedir que diga aquela palavra que me deixa tão constrangida. Quando Vinnie tira a minha mão, ele olha para minha cara fechada antes de continuar:
-Desculpa... depois do que tivemos, sei que o que fiz foi errado. Fiquei me sentindo um lixo depois que você saiu do carro.-Duvido.
*retruco, lembrando-me do quanto chorei naquela noite*-É verdade, juro. Sei que você me considera uma péssima pessoa... mas você me faz...
*ele se interrompe*
-Esquece.-Termina de uma vez essa frase, Vinnie, ou vou embora.
*digo a ele. E não é mentira. Seus olhos se acendem ao me encarar e sua boca se abre lentamente, como se cada palavra fosse representar um grande ato, grande verdade ou uma grande mentira, o que me deixa ainda mais ansiosa por sua resposta*-Você... você me faz querer ser bom... Quero ser uma pessoa melhor para você, Lizz.
*sua voz sai falhada e ele tenta desviar o olhar para algo atrás de mim**Tento dar um passo para trás, mas ele me segura com força. Devo ter entendido alguma coisa errado. Meus sentimentos estão confusos demais, e então me viro para a escuridão do fundo do quintal, tentando compreender o significado daquelas palavras, e me viro de novo para ele*
-Quê?
*pergunto, ainda confusa. Ele me parece... sincero? Esperançoso? Não sei*-Você ouviu.
-Não. Eu entendi errado.
-Não entendeu, não. Quando estou com você me sinto... diferente de mim mesmo. Não sei como lidar com esse tipo de sentimento, Liza, então faço a única coisa que sei fazer...
*Ele faz uma pausa e solta um suspiro*
-Que é ser um babaca.

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Maybe I don't hate you
FanfictionEu não fazia ideia de que a faculdade envolvia muito mais coisas do que a vida acadêmica. Eu era bem ingênua nessa época, e em certo sentido ainda sou. Jamais poderia imaginar o que viria pela frente. Depois que conheci o Vinnie, meu mundo virou de...