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-Desculpa, de verdade.
*digo a Vinnie*

-Não precisa se desculpar.
*Ele segura meu rosto com as mãos, e beija meu nariz. Olho ao redor e me pergunto como as coisas chegaram a esse ponto em tão pouco tempo. Eu me encosto no peito de Vinnie e ele me abraça, massageando os músculos tensos do meu pescoço*
-Por que não me contou sobre esse Kio?
*ele pergunta com uma voz calma. Até mais do que eu esperava*

-Não sei. Pensei que não seria necessário. Isso é passado.
*respondo, tentando acalmar meus nervos*

-Você... ainda sente alguma coisa por ele?
*sinto a incerteza em seu tom de voz, e detesto vê-lo tão vulnerável quando se trata de suas inseguranças*

-Não. Quer dizer, nós nos conhecemos desde quando eu tinha cinco anos, então eu sinto como se ele ainda fizesse parte da minha família. Mas não da forma que você pensa.
*eu levanto a cabeça para olhá-lo nos olhos*
-Vinnie, não deixe que aquelas coisas horríveis que minha mãe falou, te afete. O que senti pelo Kio, não chega perto do que sinto por você. Na verdade, nem sei o que senti por ele, eu só estava confortável em saber que ele estava do meu lado sempre que eu precisava. Quando meus pais brigavam, eu corria para me esconder, e o Kio me protegia. Olha, eu te amo, e isso não vai mudar.

-Você não mentiu quando disse que era virgem, não é?
*ele pergunta*

-Não. Nós nunca fizemos nada. Era quase um namoro de santo.
*sorrio, e Vinnie parece mais aliviado e satisfeito agora, pois não faz mais nenhuma pergunta relacionado ao meu passado com Kio*

-Você vai ficar brava comigo se eu disser que não gosto da sua mãe?
*ele pergunta com a voz mais pacífica, e eu sorrio*

-Não.
*dou uma risadinha*
-Ela também não gostou de você, então tudo bem.

-Eu também não gosto desse Kio. Quer dizer, só um pouquinho, agora que sei que ele é um idiota por ter perdido a chance de...
*ele começa, mas eu o lanço um olhar, e imediatamente ele fecha a boca*
-Desculpa. É difícil controlar.
*ele sorri e eu também. Em seguida, olho para o chão pensando nos minutos atrás*

-Não acredito que minha mãe fez isso, não acredito que agiu assim e ameaçou não pagar minha faculdade. E ela nem paga tudo. Minha mãe só paga vinte por cento, o mais pesado é o quarto. Mas e se ela parar de pagar?
*começo a entrar em desespero e lágrimas escorrem. Vinnie leva a mão à minha nuca e direciona minha cabeça para baixo, para que eu chore em seu peito*

-Shh... está tudo bem, vamos dar um jeito. Você pode ir morar comigo.
*ele diz. Dou risada e seco os olhos*
-É sério. Ou então podemos alugar um apartamento fora do campus. Tenho dinheiro.

*Olho para ele*
-Você não pode estar falando sério.

-Estou.

-Não podemos morar juntos.
*dou risada e fungo*

-Por que não?

-Porque nos conhecemos há poucos meses, e a maior parte do tempo passamos brigando.
*eu o lembro*

-Conseguimos nos dar muito bem este fim de semana.
*Ele sorri e nós dois começamos a rir*

-Não estamos falando de só um fim de semana, Vinnie. Você é maluco. Não vou morar com você.
*digo, e ele me abraça de novo*

-Pensei nisso... Quero sair da fraternidade de qualquer jeito. Eu não me encaixo ali, se você ainda não percebeu.
*ele diz*

-Mas você tem um quarto aqui no campus. Ou você poderia ter alugado um apartamento.
*digo. De jeito nenhum vou morar com ele em tão pouco tempo*

Maybe I don't hate you Onde histórias criam vida. Descubra agora