Maybe I don't hate you

23:

*Lizz, eu... Não sei o que estou fazendo. Foi você que me beijou primeiro, lembra?
*ele faz questão de recordar*

-Pois é... E eu estava bêbada, lembra? E ontem quem me beijou foi você.

-Pois é... E você não fez nada para impedir.
*ele faz uma pausa e esconde um sorrisinho*
-Deve ser cansativo.

-O que deve ser cansativo?
*pergunto, tentando não demonstrar curiosidade*

-Fingir que não quer nada comigo, sendo que nós dois sabemos que você quer sim.
*ele responde, chegando mais perto*

-Quê? Eu não quero nada com você. De onde você tirou essa ideia ridícula?
*me apresso demais em dizer, abismada com o absurdo daquela afirmação*
-Pois saiba que está errado! Minha vida estava bem melhor antes de você aparecer.

-Melhor?
*ele ri*
-Uma vida que entedia você? Pode admitir, Lizz. Não para mim, para si mesma. Você está entediada.
*Ele abaixa o tom de voz, e de uma certa forma, seus gestos se tornam mais sensuais*
-Alguma vez na vida, alguém já te fez sentir o que eu faço?

-Q-quê? Claro que sim.
*minto*

-Não... não fez, não. Dá para ver que você nunca foi tocada... de verdade.
*Suas palavras fazem uma sensação de queimação se espalhar pelo meu corpo. Afinal, Onde ele está querendo chegar com esse assunto?*

-Isso não é da sua conta, Vinnie!
*respondo e me afasto, obrigando-o a dar três passos na minha direção*

-Você não tem ideia do que sou capaz de fazer você sentir.
*ele diz, e eu prendo a respiração*

*Como alguém pode passar de uma discussão aos berros para isso em tão pouco tempo? E por que eu ainda não o interrompi? Estou sem palavras. O tom de voz e a conversa maliciosa de Vinnie me deixam sem defesas, vulnerável e confusa*

-Tudo bem, você não precisa admitir. Eu já sei.
*ele continua, com a voz carregada de arrogância.
Só consigo balançar a cabeça e, me encolho junto à parede. O sorriso dele se torna mais largo. Vinnie dá um passo à frente, e eu respiro fundo, cheia de expectativa. De novo, não.*

-Seu coração acelerou, não foi? Sua boca está seca. No que você está pensando agora, Elizabeth?
*ele sussurra próximo a mim, e quanto mais fala, mais aumenta meu desejo. É estranho querer e odiar uma pessoa ao mesmo tempo. A atração que sinto por ele é puramente física, e não sentimental*

*Eu sei que se não disser nada agora, Vinnie vai sair por cima. Não quero que ele tenha esse poder sobre mim e fique com a última palavra.*

-Eu não estou pensando em nada, Vinnie. Você está errado, de novo.
*minto. Sei exatamente no que estou pensando, e acho que ele também sabe. Mas nunca vou admitir*

*Ele sorri. E até essa reação tem um efeito profundo sobre mim*
-Nunca estou errado.
*ele responde*
-Não sobre isso.

*Dou um passo para o lado antes que ele me prense contra a parede*
-Por quis dizer que eu me jogo em cima de você se é você que está vindo atrás de mim agora mesmo?*pergunto, sentindo a raiva superar o desejo que sinto por ele*

-Porque o primeiro passo foi você quem deu. Não me entenda mal, fiquei tão surpreso quanto você, pela sua atitude.

-Eu estava bêbada e tive uma noite difícil... Fiquei confusa, porque estava sendo legal comigo. Bom, tentando ser legal, pelo menos.
*Passo por ele e me sento no meio-fio, para evitar a proximidade. Conversar com Vinnie é cansativo demais.*

-Eu nem trato você assim tão mal.
*ele diz, de pé ao meu lado. Eu reviro os olhos e me levanto.
Sabia que era impossível ter uma conversa decente com ele. Vinnie nunca vai admitir seus erros, e não sou eu quem vai insistir*