Maybe I don't hate you

141:

LIZA

*Meu peito está doendo, minha garganta está seca e minha cabeça está girando. Vinnie basicamente acabou de dizer que não me ama, e que só vem atrás de mim para dormir comigo. Mas o pior é que eu sei que ele não foi sincero. À sua própria maneira, ele me ama mais do que tudo. Já provou isso muitas vezes nos últimos seis meses. Mas também já mostrou que é capaz de tudo para me magoar, para me fragilizar só porque seu ego está ferido. Se ele me amasse como deveria, não faria nada para me magoar de propósito.
Não pode ser verdade que ele me quer só pelo sexo. Ele não me vê só como um brinquedinho, vê? Com ele, a verdade e a mentira variam de acordo com seu humor. Isso não pode ser verdade. Mas ele falou com muita convicção; nem hesitou. Sinceramente não sei mais. Mesmo com todas as brigas, as lágrimas e os murros na parede, sempre tive a certeza de que ele me ama*

*O ar aqui dentro está carregado demais. Procuro uma saída. Fico sentada ali na varanda do restaurante olhando para a escuridão, apreciando o silêncio da noite e acalmando meus pensamentos.
Só percebo que a porta da varanda foi aberta quando vejo Dylan ao meu lado*
-Trouxe uma coisa para você.
*ele diz, estendendo uma garrafa de vinho e agitando-a com um sorriso*

-Vinho para afogar as mágoas?
*pergunto, estendendo as mãos para pegar a garrafa. Fico surpresa comigo mesma ao abrir um sorriso*

-E por acaso existe algum outro tipo de vinho?
*ele me entrega uma taça tira a rolha da garrafa. Eu o agradeço antes de dar um gole*
-Nós podemos entrar, sabia? Tem umas partes do restaurante que já estão fechadas, e podemos ficar por lá.
*Dylan oferece, tomando um gole do vinho*

-Não sei.
*Solto um suspiro e dou uma espiada na nossa mesa*

-Quer conversar?

-Não, na verdade não.
*Encolho os ombros. Dou mais um longo gole no vinho*

-Hã.
*ele diz, olhando atrás de mim. Sinto um frio na barriga ao ver sua expressão de nervosismo, e espero que Vinnie não tenha voltado para destilar mais veneno. Quando me viro, Lillian está parada na porta, aparentemente em dúvida se deve se aproximar ou não*

-O que você quer?
*pergunto. Estou tentando controlar meu ciúme, mas o vinho correndo nas minhas veias não favorece muito*

-Posso falar com você?
*Lillian pergunta*

-O que você tem para falar comigo? Para mim as coisas estão bem claras.

*Surpreendentemente, ela não se incomoda com a minha grosseria. Apenas se aproxima e diz:
-Eu sou gay.
*Quê? Se os olhos azuis de Dylan não estivessem cravados em mim, eu teria cuspido o vinho de volta no copo. Olho para ele e depois para ela enquanto termino de engolir a bebida*
-É verdade. Eu tenho namorada. Vinnie e eu somos só amigos.
*Ela franze a testa*
-Se é que dá para dizer isso.
*Eu conheço esse olhar. Ele deve ter sido grosseiro com ela*

-Então por que...
*começo*
-vocês estavam cheios de gracinhas um com o outro.

-Não, ele estava sendo meio... engraçadinho, por assim dizer, fazendo coisas como pôr o braço no encosto da minha cadeira. Mas só estava fazendo isso para deixar você com ciúmes.

-Por que ele faria isso? De propósito?
*questiono. Mas já sei a resposta: para me magoar, claro, Liza*

-Eu pedi para ele contar para você. Me desculpa se você pensou que estava rolando alguma coisa entre nós. Não está. Eu tenho meu próprio relacionamento. Com uma menina.

*Reviro os olhos e estendo a taça para Dylan me servir mais vinho*
-Você não parecia nem um pouco incomodada em deixar rolar.
*comento asperamente*