Maybe I don't hate you

67:

*Na manhã seguinte, bem cedo, pego minhas coisas para tomar um banho*
-Vou com você
*Vinnie murmura, mas dou risada*

-Não vai, não. E ainda são seis da manhã. O que aconteceu com sua regra das sete e meia?
*provoco, pegando minha bolsa*

-Eu te acompanho.
*Adoro a voz rouca dele logo cedo*

-Até o banheiro? Já sou bem grandinha. Consigo atravessar o corredor sozinha.

-Você não está se saindo muito bem em escutar o que digo...
*Ele revira os olhos, mas vejo que está se divertindo*

-Certo, papai, pode me acompanhar até o banheiro.
*resmungo de um jeito brincalhão. Não pretendo obedecer às suas ordens, mas posso levar à brincadeira por enquanto*

*Vinnie ergue a sobrancelha e sorri*
-Não me chama assim de novo, ou vamos ter que voltar para a cama.
*Ele pisca e eu saio correndo do quarto antes que sinta vontade de ficar*

*Vinnie me segue e fica sentado no vaso sanitário enquanto tomo um banho. Ele tenta abrir a cortina, mas eu a fecho de novo e ele ri*
-Imagina só, linda, você vai poder tomar banho no seu banheiro toda manhã.
*A voz dele é suave*

-Acho que só vou cair na real quando estivermos lá.

-Espera até ver o apartamento. Você vai gostar!
*ele diz*

-Alguém sabe que estamos alugando um apartamento?
*pergunto, mesmo já sabendo a resposta*

-Não, por que saberiam?

-Sei lá, perguntei só por curiosidade.
*digo, antes de fechar o chuveiro. Vinnie pega uma toalha e cobre meu corpo quando saio*

-Conheço você bem o suficiente para saber que acha que estou escondendo dos meus amigos que vamos morar juntos.
*ele diz, e não está errado*

-Bom, me parece um pouco estranho você estar saindo daqui e ninguém saber.

-Não é por sua causa. É pra não ouvir um monte de bobagem porque estou saindo da fraternidade. Vou contar para todo mundo, até para Faith, depois que mudarmos.
*Ele sorri e passa um braço pelos meus ombros*

-Eu quero contar a Faith.
*digo, e o abraço. Ele ri, mas concorda*

*Depois de várias tentativas de manter Vinnie longe de mim enquanto me arrumo, pego a chave do caro e saio. Assim que entro no carro, meu telefone vibra.
"Dirige com cuidado. Te amo."
*Quando entro na estrada, meu telefone toca*

-Meu Deus, você não consegue ficar vinte minutos sem mim?
*atendo, e dou risada*

-Liza?
*A voz é de homem. Kio.
Afasto o telefone da orelha e olho para a tela para confirmar*

-Hum... oi Kio. Desculpa. Eu pensei que fosse outra pessoa.
*gaguejo*

-Pensou que fosse o Vinnie?
*ele da uma risadinha para minha surpresa.
Como ele sabe do Vinnie? Minha mãe! Com certeza foi ela!*

-Hã...é, é...
*tento parecer o mais natural possível, mas minha voz me trai. Me sinto estranha por falar ao telefone com Kio, principalmente se tratando de outro garoto. Não nos falamos direito desde que entrei na faculdade. Costumávamos conversar por chamada quase todos os dias desde quando foi embora, mas agora Vinnie ocupou a maior parte do meu tempo*
-Como sabe?
*pergunto, só por precaução*

-Ah, sua mãe me contou. E parece que ela não está nem um pouco contente com isso.
*sua voz está um pouco baixa e confusa*

-Eu sei. Ela me ameaçou a parar de me ajudar com a faculdade.

-Ela vai superar isso, sei que vai. Só está magoada.
*Kio diz, mas ao notar meu silêncio ele continua: