VINNIE*Quando bato na porta do escritório do meu pai, sinto meu estômago se embrulhar. Não acredito que cheguei a este ponto, pedindo conselhos para ele. Só preciso que alguém me escute, alguém que saiba como eu me sinto, ou que pelo menos possa imaginar. Eu hesito antes de entrar, sabendo que isso vai ser constrangedor, mas necessário. Sento na cadeira diante de sua mesa. Ele e me olha atentamente, e eu desvio o olhar*
-Não sei por que estou aqui, mas não sabia para onde ir.
*Apoio a cabeça nas mãos*-Fico feliz que você tenha me procurado.
*ele diz baixinho, esperando minha reação*-Eu não diria exatamente que procurei você.
*lembro a ele. Vejo que ele engole em seco e balança a cabeça bem devagar, olhando para todos os cantos da sala menos para mim*
-Não precisa se preocupar. Eu não vou surtar nem quebrar nada. Não tenho forças para isso.-Quer me contar o que aconteceu?
-Não, não quero.
*respondo, olhando para a parede atrás dele. Solto outro suspiro, me rendendo ao inevitável*
-Não quero, mas vou ter que falar, acho.
*olho para o chão*
-Pode acreditar em mim. Se eu tivesse algum outro lugar para ir, não estaria aqui, mas o Noah é um babaca que sempre fica do lado dela.*Meu pai abre um sorriso triste*
-Eu sei disso, filho.-Ótimo.
*Não sei por onde começar e, sinceramente, ainda não sei por que vim até aqui*
-Bom, como você deve ter adivinhado, a Liza finalmente me largou.
*admito e olho para ele, que se esforça para manter uma expressão neutra enquanto espera que eu continue, mas tudo o que digo é:
-E eu não fiz nada para impedir.-Tem certeza de que ela não vai voltar?
*ele pergunta*-Sim, tenho certeza. Ela me deu todas as oportunidades de fazer alguma coisa para impedir, e não tenta me ligar nem manda mensagem há...
*olho para o relógio na parede*
-... há mais de vinte e oito horas, e não faço a menor ideia de onde ela esteja.-Você já fez isso antes.
*meu pai começa*
-Vocês dois sempre dão um jeito de...-Você não está ouvindo? Eu disse que ela não vai voltar.
*interrompo, bufando*-Estou ouvindo sim. Só queria saber por que essa vez é tão diferente de todas as outras.
-Eu só sei que é. Não sei por quê; e você deve estar me achando um imbecil por ter vindo aqui, mas a verdade é que estou cansado, pai. Estou cansado de ser assim, caralho, e não sei o que fazer.
*Porra. Eu estou parecendo desesperado e patético*
-Eu acho que a culpa é sua.
*continuo*
-De verdade, acho que a culpa é sua. Porque se você estivesse por perto, talvez pudesse ter me ensinado como... Sei lá... como não tratar as pessoas que nem lixo. Se eu tivesse um homem em casa quando era criança, talvez não fosse tão escroto. Se não conseguir me entender com a Liza, vou terminar que nem você. Quer dizer, antes de você virar isso.
*Faço um gesto apontando para seu colete de lã e sua calça social bem passada*
-Se eu não encontrar um jeito de parar de odiar você, nunca vou conseguir...
*Não quero terminar essa frase na frente dele*-Você tem razão.
*ele por fim concorda, me pegando de surpresa*
-Se tivesse um pai para ensinar a você como ser um homem, saberia melhor como lidar com essas situações. Eu também me culpo pelo seu... comportamento. Você é assim por minha culpa. Tudo isso se deve a mim e aos erros que cometi. Vou carregar essa culpa pelo resto da vida e sinto muito pelos pecados que cometi, filho.
*Sua voz fica embargada no fim, e de repente eu me sinto... eu me sinto... Extremamente enojado*-Ah, que ótimo. Que bom que você pode ser perdoado, mas o resultado disso tudo é a pessoa que eu sou hoje! E eu, o que eu vou fazer?
*passo a mão pelos cabelos*
-Eu preciso fazer alguma coisa.
*digo baixinho*
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Maybe I don't hate you
FanficEu não fazia ideia de que a faculdade envolvia muito mais coisas do que a vida acadêmica. Eu era bem ingênua nessa época, e em certo sentido ainda sou. Jamais poderia imaginar o que viria pela frente. Depois que conheci o Vinnie, meu mundo virou de...