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VINNIE

-Aonde você acha que eu vou?
*grito da calçada para Karen, jogando os braços para cima*

*Ela começa a descer os degraus da varanda e diz: -Sem querer me intrometer, Vinnie, mas você não acha melhor deixar a Liza em paz... só para variar? Não quero que você fique chateado comigo, mas acho que um escândalo não vai ajudar em nada. Sei que você quer vê- la, mas...

-Você não sabe de nada.
*esbravejo, e ela inclina a cabeça um pouco para trás*

-Me desculpa, Vinnie, mas realmente acho que você não deveria ir atrás dela.
*Karen repete, como se fosse minha mãe*

-Ah, é? Por quê? Para ela poder me trair à vontade?
*Começo a puxar os cabelos. Liza já tomou uma taça de vinho no jantar; uma e meia, para ser mais exato; e só Deus sabe como ela se comporta quando bebe*

-Se é isso que você pensa dela...
*Karen começa, mas se interrompe*
-Esquece. Vai em frente, então... como sempre.
*Ela olha para a mulher de Max e dá uma ajeitada no vestido*
-Só tenha cuidado, querido.
*ela diz com um sorriso forçado e volta para dentro com sua amiga*

*Depois de me livrar da chata, prossigo com meu plano original de ir até o restaurante. Vou arrancar Liza de lá de dentro; não literalmente, claro, mas ela vai sair de lá comigo. Essa história toda é uma palhaçada, e tudo porque eu esqueci de colocar a porra da camisinha. Foi isso que começou a confusão toda*

*Preciso pôr meus pensamentos em ordem, então paro e sento em uma pedra na beirada do jardim. Talvez invadir o restaurante não seja uma boa ideia.
Mas eu não posso fazer isso. Ficar sentado por vinte minutos nessa maldita pedra gelada só piorou as coisas. Só consigo pensar nela se afastando de mim naquela varanda, depois rindo toda descontraída com aquele maldito garçom.
É muita criancice: meu comportamento, a maneira como manipulo os sentimentos dela. Eu sei disso; só não sei o que fazer a respeito. Eu sou apaixonado por ela; porra, como eu amo essa menina. Mas não sei mais o que fazer para ela ficar comigo*

*Fico de pé e apresso o passo para sair do jardim. Está frio pra cacete aqui fora. Liza também não levou um casaco para o restaurante e com aquele vestido; aquele vestido; com certeza deve estar com frio. Eu deveria levar um casaco para ela...
E se o sujeito oferecer o casaco dele? O ciúme toma conta de mim, e eu cerro os punhos só de pensar*

*... você está mantendo Liza prisioneira, e é por isso que ela não vai embora: não porque te ama...
A porra da Liza número dois e sua psicoterapia de merda. Ela não sabe nem do que está falando.
Tento controlar o pânico que ameaça tomar conta de mim outra vez. Liza me ama sim. Se não me amasse, eu não saberia o que fazer. Preciso que ela me ame e fique do meu lado. Nunca deixei ninguém se aproximar tanto de mim quanto ela. Ela é a única pessoa que eu sei que sempre vai me amar incondicionalmente. Aquela menina teimosa, irritante e irredutível é o centro do meu mundo*

-O que você está fazendo aí, seu idiota?
*escuto alguém perguntar na escuridão*

-Puta que pariu, só pode ser brincadeira.
*resmungo e me viro para Riley, que está saindo da entrada da garagem do chalé de Max*
-Cadê a Lillian?

-Não interessa. Cadê a Liza?
*ela diz com um sorrisinho presunçoso. Lillian deve ter contado sobre a nossa briga. Que beleza*

-Não interessa. O que você está fazendo aqui fora?

-A Lillian já foi dormir. E depois de ficar ouvindo o pai dela, o seu pai e o mané do seu irmão lá dentro, estou com vontade de vomitar. Vou procurar um bar que vi no caminho para cá.

Maybe I don't hate you Onde histórias criam vida. Descubra agora