Liza*Não consigo dormir. É impossível lutar contra a força irresistível que me atrai para o quarto de Vinnie, que me implora para ficar perto dele. Ele está tão distante, e preciso saber por quê. Tenho que saber se ele está se comportando assim por causa de alguma coisa que eu fiz, ou por causa de alguma coisa que eu não fiz.
Preciso saber.
Levanto da cama e faço um rabo de cavalo. Em silêncio, atravesso o corredor na ponta dos pés e lentamente giro a maçaneta da porta do quarto de hóspedes. Fico surpresa ao ver que a luminária está acesa e a cama, vazia. Vinnie não está no quarto.
Sinto um aperto no peito ao pensar que ele foi embora de San Diego e voltou para a casa dele. Sei que as coisas estavam estranhas entre nós, mas deveríamos conversar sobre o que quer que seja que esteja atormentando Vinnie. Quando dou uma olhada no quarto, fico aliviada ao ver sua mochila ainda no chão, as pilhas de roupas limpas e dobradas derrubadas, mas pelo menos ainda ali**Atravesso o corredor em silêncio à procura dele. A casa está escura. Os banheiros, a sala de estar e a cozinha estão vazios, e não ouço nenhum barulho vindo do andar de cima. Mas ele deve estar lá em cima... talvez na biblioteca?
Torço para não acordar ninguém durante minha busca e quando fecho a porta da biblioteca
escura e vazia, vejo uma fina faixa de luz por baixo da porta no fim do longo corredor.
A porta está destrancada, e eu a abro com facilidade. Sinto uma leve pontada de preocupação quando imagino que pode ser Richard, não Vinnie, que está na sala. Isso seria muito constrangedor, e torço para não ser o caso**As quatro paredes da academia são cobertas por espelhos do chão ao teto e há máquinas enormes por toda a sala. Pesos e mais pesos cobrem uma das paredes. Olho para as paredes espelhadas e sinto um frio na barriga quando o vejo. Vinnie, quatro Vinnie, na verdade; está refletido nos espelhos. Ele está sem camisa, e seus movimentos são rápidos e agressivos. As mãos estão cobertas com a mesma fita preta que vi em Richard todos os dias essa semana.
Vinnie está de costas para mim, os músculos tensos sob a pele enquanto levanta a perna para acertar o saco de pancada preto pendurado no teto. Observo enquanto ele continua batendo e chutando o saco; ele parece tão violento, tão intenso, tão suado que mal consigo pensar direito enquanto o observo.
Com movimentos rápidos, ele chuta com a perna esquerda, depois com a direita, e então os dois punhos acertam o saco com fluidez. É incrível. Sua pele brilha e está coberta de suor, e o peito e a barriga estão um pouco diferentes de antes, mais definidos. Ele parece... maior. Minha boca está seca e meus pensamentos ficam mais lentos enquanto o observo e ouço os gemidos altos que escapam quando ele começa a apenas socar o saco**Não sei se é o gemido suave que emito enquanto olho para ele, ou se Vinnie sentiu minha presença, mas ele para de repente. O saco continua balançando, pendurado pela corrente, e, olhando para mim, ele estende a mão para fazê-lo parar.
Não quero ser a primeira a falar, mas ele não me dá escolha quando continua olhando para mim com os olhos arregalados*
-Oi.
*digo com a voz baixa e rouca**Ele está ofegante*
-Oi.
*ele responde*-O que...
*tento me conter*
-O que está fazendo?-Não consegui dormir.
*ele respira com dificuldade*
-O que você está fazendo acordada?
*Ele pega a camiseta preta do chão e seca o suor do rosto. Eu engulo em seco. Não consigo encontrar forças para desviar o olhar de seu corpo suado*-Hum, a mesma coisa que você. Não consegui dormir.
*Abro um meio sorriso e olho para seu abdome definido, para os músculos que se movem em sincronia quando ele respira. Ele assente, mas não olha nos meus olhos, e não me controlo, preciso perguntar*
Eu fiz alguma coisa? Se eu fiz, podemos conversar e resolver.-Não, você não fez nada.
-Então me diz qual é o problema, por favor, Vinnie. Preciso saber o que está acontecendo.
*Reúno o máximo de confiança que consigo*
-Você... deixa pra lá.
*A pouca confiança que eu tinha desaparece sob o olhar dele*

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Maybe I don't hate you
FanfictionEu não fazia ideia de que a faculdade envolvia muito mais coisas do que a vida acadêmica. Eu era bem ingênua nessa época, e em certo sentido ainda sou. Jamais poderia imaginar o que viria pela frente. Depois que conheci o Vinnie, meu mundo virou de...