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LIZA

*Assim que começo a sair com o carro do estacionamento da aula de ioga, meu telefone vibra no banco do passageiro. Vinnie*
"Alô?"
*Eu estaciono carro*

*Mas é uma voz de mulher que fala do outro lado da linha, fazendo meu coração parar de bater*
"É a Liza?"

"Sim"

"Ótimo. Estou aqui com seu pai e..."

"O... namorado dela..."
*ouço Vinnie grunhir ao fundo*

"É, seu namorado"
*ela repete, de um jeito nada simpático*
"Você tem que vir buscar os dois antes que alguém chame a polícia"

"A polícia? Onde eles estão?"

"No Dizzy's, em Lamar. Conhece?"

"Não, mas procuro no Google."

"Hã... claro"
*Ignorando a ironia, desligo o telefone e procuro às pressas o melhor caminho para chegar ao bar. Por que diabos Vinnie e o meu pai estão em um bar às três da tarde? Por que diabos Vinnie e o meu pai estão juntos? Era só o que me faltava. Minha imaginação vai a mil durante o trajeto, e só consigo achar que Vinnie matou o meu pai, ou vice-versa*

*Paro bem em frente à porta e entro correndo*
-Aí está ela!
*meu pai grita para mim, todo feliz. Dá para ver que ele está bêbado quando vem cambaleando na minha direção*
-Você precisava ter visto, Lizie! Vinnie encheu o cara de porrada!

-Onde ele...
*começo a perguntar, mas nesse momento a porta do banheiro se abre e Vinnie sai, limpando as mãos sujas de sangue em um pedaço de papel manchado de vermelho*
-O que aconteceu?
*grito para ele do outro lado do bar*

-Nada... fica calma.

*Começo a caminhar na direção dele, perplexa*
-Você está bêbado?
*pergunto e dou uma olhada em seus olhos, que estão vermelhos, mas ele desvia o olhar*
-Inacreditável.
*Cruzo os braços quando ele tenta segurar minha mão*

-Ei, você deveria me agradecer por defender o seu pai. Ele estaria estendido no chão agora se não fosse por mim.
*Ele aponta para um homem sentado no chão com um saco de gelo no rosto*

-Não deveria agradecer porcaria nenhuma... você está bêbado no meio da tarde! E com o meu pai, ainda por cima! O que você tem na cabeça?
*Me afasto dele pisando duro, a caminho do fundo do bar, onde meu pai está sentado*

-Não fica brava com ele, Lizie. Ele te ama.
*Meu pai está defendendo Vinnie.
O que ele tem na cabeça?*

*Quando Vinnie vem até nós, eu cerro os punhos e grito:
-Então agora que vocês encheram a cara juntos viraram melhores amigos? Nenhum de vocês dois deveria estar bebendo!

-Linda.
*Vinnie fala no meu ouvido e tenta me abraçar*

-Ei. Você precisa tirar esses dois daqui.
*a mulher diz. Faço que sim com a cabeça e olho para os dois bêbados idiotas sob minha responsabilidade. O rosto do meu pai está vermelho, o que me faz concluir que ele apanhou, e as mãos de Vinnie estão começando a inchar*

-Você pode passar a noite lá em casa para curar essa bebedeira, mas esse comportamento é inaceitável. E isso vale para os dois.

*Saio pisando duro daquele lugar e chego ao carro antes mesmo que eles alcancem a porta do bar.
A embriaguez de Vinnie me deixa preocupada. Sei muito bem como ele fica quando está bêbado e acho que nunca o vi nesse estado antes.
Durante todo o caminho para casa, meu pai fica rindo das próprias piadas, às vezes acompanhado por Vinnie. Quando chegamos em casa, deixo meu pai na cozinha comendo os cereais de Vinnie e vou
para o quarto*

Maybe I don't hate you Onde histórias criam vida. Descubra agora