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*Fico andando em círculos no quarto, observando o tempo passar, enquanto olho cada objeto em seu quarto. Nem sei porque estou fazendo isso na verdade, mas o álcool faz com que tudo fique mais confuso, então essa deve ser a explicação. Me aproximo de uma prateleira e encontro um porta retrato, onde tem uma foto antiga de uma mulher com uma criancinha no colo*

-Que parte de "não gosto que ninguém entre no meu quarto" você não entendeu?
*a voz do Vinnie berra atrás de mim. Sua expressão furiosa me assusta, e quase derrubo o porta retrato no chão. Ele bate a porta atrás de si, e entra no quarto pisando forte*

-Foi mal, eu...

-Porra Liza, por que você é tão teimosa? Da o fora.
*vejo seu rosto ficar vermelho de raiva, e com os punhos cerrados. O álcool em meu organismo faz com que eu crie coragem para enfrentá-lo*

-Por que você tem que ser tão arrogante? Qual o seu problema ?
*pergunto, fazendo uma cara feia, e ele levanta as mãos e joga a cabeça para trás revirando os olhos*

-Você, Liza! Você tá sendo o meu problema. Você está no meu quarto outra vez, mesmo depois de eu ter avisado que não quero ninguém aqui!
*ele grita, chegando mais perto de mim*

*Com Vinnie parado na minha frente, irritado e sendo um tremendo babaca, decido fazer a pergunta que está na mente há um tempo, mas que não tinha coragem de encarar*

-Por que você não gosta de mim?
*pergunto, abaixando o tom de voz, e olhando nos olhos dele. Preciso saber, mas não sei se aguento ouvir sua resposta, que provavelmente vai me magoar ainda mais*

-Por que está me perguntando isso?
*ele parece mais confuso do que irritado agora*

-Não sei. Nunca fiz nada pra você, e você insiste em ser rude comigo. Achei que poderíamos ser amigos, mas acho que me enganei.
*insisto. Vinnie deixa de me olhar e da um passo para trás*

-Nós dois? Amigos ?
*ele da uma risada irônica e se senta na ponta da cama*
-Está na cara que não podemos ser amigos, Liza. Somos completamente diferentes. Você é certinha demais, e eu...
*ele começa a dizer*
-Uma amizade entre nós nunca daria certo. Sinto muito se em algum momento você achou que isso iria funcionar.
*ele diz com frieza e olha para o chão. Sinto uma pontada no peito, mas no fundo já esperava por isso. Ignoro meu sentimento ferido, e logo a raiva toma conta de mim*

-Quer saber, Vinnie. Você tem razão. Não quero a amizade de alguém como você. E como estava dizendo, eu sou certinha demais, e você... você é um simples idiota!
*Grito, e passo por ele. Quando estou próximo a porta, sinto uma leve tontura por conta da bebida, mas consigo me controlar me apoiando na maçaneta da porta*

-Aonde você vai?
*ele pergunta, com uma expressão... preocupado? Não sei, é difícil entender o Vinnie. Mas sinceramente, eu cansei de tentar entender*

-Vou fazer o que você me pediu.
*digo isso e olho para o relógio. Ainda não é
meia-noite, e a Addison não vai embora agora. Me viro para o Vinnie novamente, e ele está me olhando fixamente*
-Vou embora nem que seja de ônibus. Mas eu vou!
*afirmo, sem ter certeza do que estou dizendo, e abro a porta*

-Está muito tarde pra pegar o ônibus sozinha. É meio perigoso.

-Idai? Isso faz diferença para você se vai ou não acontecer alguma coisa comigo?
*levanto as mãos, e dou risada. Não consigo acompanhar suas mudanças de tom*

-Não, não faz. Só estou avisando que não é uma boa ideia.
*ele levanta da cama e se afasta*

-Ótimo, não importa o que você acha!
*Por algum motivo, sinto uma lágrima escorrer em meu rosto e nem sei o motivo, mas prefiro colocar a culpa na bebida. Não quero chorar. Não na frente dele*

Maybe I don't hate you Onde histórias criam vida. Descubra agora