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VINNIE

*O que é que eu estou fazendo, porra?
Ando de um lado a outro. Essa ideia foi muito idiota.
Chuto uma pedra no caminho. O que estou esperando acontecer? Que ela venha correndo
para os meus braços e me perdoe depois de todas as merdas que fiz? Que de repente acredite que eu não dormi com a Carly?*

*Olho para a bela casa de Hank. Liza provavelmente nem vai estar ali, e eu vou parecer um idiota por aparecer aqui. Na verdade, vou parecer um idiota de qualquer maneira. É melhor eu ir embora, logo de uma vez. Além disso, essa camisa coça demais, e eu odeio me arrumar para ir aos lugares. É só uma camisa preta social, mas mesmo assim*

*Ao ver o carro do meu pai, eu me aproximo um pouco mais e olho lá dentro. No banco de trás, está a bolsa horrorosa que Liza leva consigo para todos os lugares.
Então, ela está ali dentro, está sim. Sinto um frio na barriga ao pensar em vê-la, em ficar perto dela. O que eu posso dizer? Não sei. Tenho que explicar que minha vida tem sido um grande inferno desde que fui para a Inglaterra e que preciso dela, preciso dela mais do que qualquer outra coisa. Tenho que dizer a ela que sou um imbecil e que não consigo acreditar que estraguei a única coisa boa da minha vida. Ela é tudo para mim e sempre vai ser.
Vou entrar e pedir que ela saia comigo para podermos conversar.
Estou nervoso... puta que pariu, como estou nervoso.
Vou vomitar. Não. Mas se eu tivesse comido, certamente seria isso que aconteceria*

*Sei que estou com uma aparência péssima. Será que ela também está? Não que pudesse ficar feia, mas será que tem sido tão difícil para ela quanto para mim?
Finalmente chego à porta da frente, mas acabo dando meia-volta. Odeio lugares cheios de pessoas, e há pelo menos quinze carros na frente da casa. Todo mundo vai ficar olhando para mim, e vou parecer um idiota: o que sou, exatamente*

*Antes de conseguir me convencer a ir embora, eu me viro e rapidamente toco a campainha.
É pela Liza. É por ela; fico dizendo a mim mesmo quando Jenyfer abre a porta com um sorriso surpreso*
-Vinnie? Não sabia que você viria.
*ela diz. Percebo que está tentando ser educada, mas com uma raiva escondida, provavelmente porque está do lado de Liza*

-É... nem eu.
*respondo. E então, surge uma nova emoção: pena. Aparece nos olhos dela quando me observa, pois minha aparência provavelmente está ainda pior do que imagino, já que acabei de sair do avião e vim diretamente para cá*

-Bom... entra, está muito frio aqui fora.
*ela diz. Por um momento, fico surpreso ao ver a casa de Hank decorada como obra de arte; nem parece que alguém vive aqui. É bacana e tudo mais, mas gosto de coisas mais normais*
-Estamos nos preparando para comer.
*ela me avisa, e eu a acompanho até a sala de jantar*

*E é quando eu a vejo.
Meu coração para, e sinto uma pressão no peito tão forte que quase sufoco. Enquanto ela ouve alguém contar uma história ou coisa assim, sorri e passa a mão pela testa para afastar os cabelos. O reflexo do sol se pondo logo atrás faz com que ela brilhe, literalmente, não consigo me mexer*

*Ouço a risada dela, e pela primeira vez em dez dias, consigo respirar. Senti muita saudade, e ela está fenomenal como sempre, mas o vestido vermelho que está usando e o sol sobre sua pele, o sorriso... por que ela está sorrindo e rindo?
Não deveria estar chorando e como uma aparência péssima? Ela ri de novo, e meus olhos finalmente reconhecem a pessoa com quem está conversando, quem está fazendo com que ela se esqueça de mim.
O filho da puta do Nick. Odeio esse cara com todas as minhas forças. Eu poderia ir até lá e arremessá-lo por aquela janela de vidro e ninguém conseguiria me deter. Por que diabos ele está sempre perto dela? É um imbecil, e vou acabar com ele.
Não. Preciso me acalmar. Se eu fizer isso agora, Liza nunca vai me ouvir*

Maybe I don't hate you Onde histórias criam vida. Descubra agora