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VINNIE

*Quando ela começa a chorar, fica bem mais difícil manter uma expressão neutra. Não sei o que aconteceria se eu contasse a ela que para mim também foi um inferno, que também senti uma dor que não sabia se aguentaria. Acho que ela se jogaria nos meus braços e diria que está tudo bem. Ela estava ouvindo a minha conversa com Smith, sei que estava. E está triste, exatamente como o garotinho sabichão disse, mas sei como isso termina. Se ela me perdoar, vou acabar encontrando outra coisa idiota para fazer da próxima vez. Sempre foi assim, e eu não sei parar*

*Minha única opção é dar a ela uma chance para estar com alguém que lhe faça bem. No fundo, no fundo, acho que ela quer alguém que seja mais parecido com ela. Alguém sem tatuagens e sem piercings. Alguém que não tenha tido uma infância toda ferrada e que não tenha problemas de temperamento. Ela pensa que me ama, mas um dia, quando eu fizer algo ainda mais errado, vai se arrepender de ter me conhecido. Quanto mais olho para ela chorando nessa calçada com a neve caindo ao seu redor, mais sei disso. Não faço bem para ela*

*Sou Tom, e ela, Daisy. A linda Daisy, que é prejudicada por Tom, e que nunca mais volta a ser quem era. Se eu implorar por seu perdão agora, de joelhos, nessa calçada coberta de neve, ela será Daisy para sempre, toda a sua inocência vai desaparecer e ela vai acabar odiando a si mesma, além de mim. Se Tom tivesse abandonado Daisy no primeiro momento de incerteza, ela poderia ter vivido com o homem com quem estava destinada a ficar, um homem que a trataria como merecia*

-Não é da sua conta, tá bom?
*digo e observo minhas palavras tocarem sua alma. Ela deveria estar dentro da casa com Nick, ou com Kio, na casa de sua mãe. Não comigo. Vou encontrar um modo de viver sem ela, assim como ela deve viver sem mim.*

-Como você pode dizer isso? Depois de tudo por que passamos, você simplesmente me joga para escanteio e não tem nem a dignidade de me dar uma explicação?
*ela grita*

*Faróis aparecem no fim da rua escura, iluminando as curvas dela.
Tenho vontade de gritar que estou fazendo isso por ela! Mas não grito. Só dou de ombros. Ela abre a boca e volta a fechá-la quando uma caminhonete para à nossa frente.
Aquela caminhonete...*

-O que ele está fazendo aqui?
*pergunto*

-Ele veio me buscar.
*ela diz de modo tão natural, e a notícia quase me coloca de joelhos*

-Por que ele... por que... como assim, caralho?
*Começo a andar de um lado para o outro. Estou tentando afastá-la de mim para que siga em frente e encontre alguém como ela... não o porra do Jaden, logo ele!*
-Você... você andou saindo com esse merda?*pergunto, olhando para ela. Percebo que estou gritando, mas não estou nem aí. Passo por Liza e me aproximo de onde a caminhonete está*
-Sai do maldito carro!
*grito*

*Jaden me surpreende quando sai e deixa o motor ligado. Ele é um idiota*
-Você está bem?
*ele tem a coragem de perguntar a ela*

*Parto para cima de Jaden*
-Eu sabia! Sabia que você estava esperando o momento de dar o bote! Achou que eu não ia
descobrir?

*Eles se entreolham. Porra, isso está mesmo acontecendo*
-Deixa o Jaden em paz, Vinnie!
*ela insiste... E eu ataco*

*Com uma das mãos, agarro a gola da jaqueta de Jaden. A outra acerta o queixo dele. Liza grita, mas não passa de um sussurro, sob minha ira.
Jaden tomba para trás com a mão no rosto. Mas ele rapidamente dá um passo na minha direção. Ele e seu ódio*

-Você achou que eu não ia descobrir! Eu mandei você ficar longe dela, porra!
*Grito. Eu me preparo para bater nele de novo, mas dessa vez, ele me bloqueia e consegue me acertar no queixo*

Maybe I don't hate you Onde histórias criam vida. Descubra agora