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*Grito o nome do Vinnie, mas ele me ignora. Quando está quase chegando ao carro, ele dá meia-volta de forma tão repentina que quase batemos de frente um com o outro*

-Como assim, Liza? Que porra foi essa?
*ele esbraveja, passando a mão pelo cabelo de forma violenta*
-Que tipo de joguinho está fazendo?
*Ele chega ainda mais perto de mim e consigo perceber o quão irritado ele está*

-Não estou fazendo joguinho nenhum, Vinnie... Não percebeu o quanto ele queria que você fosse? Seu pai estava só tentando se aproximar de você, e como sempre, sua falta de educação estragou tudo.
*Nem sei por que estou berrando, mas não vou deixar que grite comigo*

-Se aproximar de mim? Está de brincadeira comigo, porra? Ele devia ter tentado se aproximar de mim antes de abandonar a família, isso sim!
*As veias no seu pescoço saltam sob a pele.
Como eu odeio essa versão do Vinnie!*

-Para de gritar assim comigo! Ele deve estar querendo compensar o tempo perdido! As pessoas cometem erros na vida, Vinnie, e seu pai claramente se preocupa com você.

-Você não sabe merda nenhuma sobre ele, Liza!*Vinnie berra*
-Porra, ele vive em uma mansão com outra família, enquanto minha mãe trabalha dez horas por dia só para pagar as contas! Nem tente vir me dar lição de moral... cuide da sua vida!
*Ele entra no carro e bate a porta com força. Eu me apresso em entrar também, com medo de que me deixe para trás, de tão bravo que está.
Lá se foi nosso dia sem discussões*

*Apesar de sua raiva visível, Vinnie permanece em silêncio quando pegamos a via expressa. Se eu pudesse manter esse silêncio pelo restante do trajeto, seria ótimo. Mas uma parte de mim insiste em afirmar que Vinnie precisa entender que não aceito esse tipo de tratamento*

-Certo.
*digo, fingindo estar calma*
-Vou cuidar da minha própria vida, mas também vou aceitar o convite para jantar hoje à noite, mesmo que você não vá.

*Como um animal selvagem que foi provocado, ele se vira na minha direção e diz:
-Ah, não vai, não!

*Mantendo minha calma fingida, respondo:
-Você não pode me dizer o que fazer ou deixar de fazer, Vinnie, e caso não tenha percebido, fui convidada. É melhor eu perguntar pro Jaden se ele quer ir, então?

-O que você disse?!
*Vinnie vira o volante e para no acostamento da via movimentada, levantando uma nuvem de poeira.
Sei que peguei pesado demais, mas estou tão irritada quanto ele*

-O que você está fazendo? Por que parou no acostamento desse jeito?

-O que você tá fazendo? Primeiro diz para meu pai que vou jantar na casa dele e agora tem a coragem de me falar que vai levar o Jaden? Por que está fazendo isso comigo?

-E por que não? Se eu perguntar ao Noah, tenho certeza que ele não vai se importar se eu levá-lo comigo.
*de jeito nenhum eu teria coragem de levar o Jaden ate a casa do pai do Vinnie, mas não consigo pensar em outra coisa que o faça mudar de ideia*

-Por que está fazendo isso comigo?
*ele olha no fundo dos meus olhos, e sinto meu coração saltar. Mas ele volta corrigir sua postura*
-Você deve estar de brincadeira.

-Você acha?
*dou de ombros e paro de encara-lo*
-Bom, se você não pode ir comigo, vou ter que ir com ele.

*Ele olha pela janela por alguns segundos e em seguida solta um suspiro, desfazendo um pouco da tensão*
-Liza, eu não quero ir. Não quero passar tempo nenhum com a família perfeita do meu pai. Tenho meus motivos para evitar a companhia dele.

Maybe I don't hate you Onde histórias criam vida. Descubra agora