Capítulo 19

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Eu não tinha a menor ideia do que estava fazendo

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Eu não tinha a menor ideia do que estava fazendo. Nunca tinha pintado uma parede na vida e, obviamente, Harry Styles também não. Antes de começarmos, assistimos a alguns vídeos na internet, busquei as capas de chuvas — já que não tinha pensado em comprar aventais ou qualquer outra proteção para roupas —, engolindo em seco ao pegar a de Ethan e entregá-la para Harry, pois era a maior, ele ficou descalço e dobrou as mangas da camisa o quanto pôde. Ajudei meu filho com a dele e prendi a minha.

— Tem certeza que o seu tornozelo está pronto para isso? — perguntou, baixando o olhar para os meus pés.

— Sim, já nem sinto dor. — dou de ombros, mesmo que não fosse totalmente verdade.

Eu ainda sentia leves fisgadas de acordo com o modo como eu caminhava, no entanto, não era insuportável. Observo Gabriel com o pincel que entreguei a poucos minutos, o braço ainda está imobilizado, mas ele se adaptou melhor do que eu esperava. Ele ficou responsável pelos pequenos espaços em que os rolos de pintura não cobriam e, bem, um profissional provavelmente choraria, se entrasse na minha casa, contudo, eu queria deixar tudo diferente. Não queria nada ali me lembrando do meu marido ou de suas agressões. Eu teria de mudar aos poucos a decoração, mas já era um começo.

— Ainda bem que eu sou um advogado. — Harry murmurou, com as mãos na cintura, analisando a parede da minha sala de estar. — Provavelmente, estaria passando fome se fosse pintar uma casa para viver.

Eu gargalhei pela primeira vez em muitos dias. Realmente, era algo que não sabíamos fazer. Meu filho estava coberto de tinta até nos cílios e eu estava bem preocupada com isso, Harry tinha pingos da substância no cabelo, na testa e nos braços, felizmente, sua roupa cara foi preservada. Eu não estava diferente, tinha desistido dos sapatos meia hora depois de começarmos e parecia que eu tinha feito as unhas dos pés com tinta de parede.

— Está tudo lindo, mamãe! — Gabriel surgiu do corredor, balançando o pincel e espirrando em todos os plásticos que eu tinha usado para cobrir os móveis. — Eu pintei um pouco dos pés da mesa de jantar e a porta do banheiro também.

— Você o que? — arregalei os olhos e sai correndo como pude, vendo os pés da minha mesa de madeira escura cobertos de tinta branca, assim como um pouco das laterais do tampo e, no banheiro, só a parte debaixo da porta estava respingada de branco. — Gabe, as tintas eram para as paredes, não para os móveis.

— Desculpa, mamãe. — disse, abaixando a cabeça. — Achei que poderíamos usar em outras coisas também, como as cortinas e o tapete do meu quarto.

Eu queria chorar, mas era tudo culpa minha. Eu comprei as tintas e entreguei um pincel nas mãos de uma criança de cinco anos, óbvio que ele achou que deveria pintar tudo o que encontrasse pela frente. Conformei-me com isso e tentei concentrar a minha mente em finanças, tentando pensar em quando eu seria capaz de substituir todas as coisas que ele sujou.

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