— Bom dia. — caminho para a cozinha, vendo Harry desligar a cafeteira.
— Bom dia. — sorri. — Espero que não se importe de eu ter mexido na sua cozinha.
— Claro que não. Obrigada. — agradeço quando ele coloca uma xícara cheia na minha mão.
— Imaginei que o creme fosse seu.
— Acertou. — fecho os olhos, bebendo do líquido que me acorda todos os dias. — Você dormiu bem?
Observo-o beber da sua própria xícara e vejo-o suspirar antes de responder.
— Como todas as noites anteriores. — da de ombros. — Não importa onde eu esteja, a imagem dela não sai da minha cabeça.
— Já procurou ajuda?
— Se eu já procurei um psicólogo? — ele balança a cabeça. — Não. Fui até a metade do caminho e voltei.
— Por que?
— Porque eu acho que, no fundo, eu tenho medo que a imagem dela desapareça e que, com o tempo, eu a esqueça. — confessa. — Esqueça como ela ria, como ela falava, como ficava brava, de como ela era, sabe?
Assinto e suspiro, não tendo a menor ideia de como ajudá-lo.
— Se eu puder fazer alguma coisa...
— Eu sei, mas você não pode. Ninguém pode, na verdade.
Nós terminamos o café em silêncio e eu lavo as nossas xícaras, enquanto Harry permanece de pé, com os braços cruzados no balcão.
— Eu vou me trocar. — anuncio.
— Tudo bem. Eu vou esperá-la.
— Ah, não precisa...
— Eu quero. — ele me olha. — Você me deixou passar a noite na sua casa, o mínimo que posso fazer é dar uma carona até o trabalho.
Eu viro e caminho para o meu quarto. Visto blusa preta de mangas longas e gola alta, calça cinza de alfaiataria e permito-me calçar saltos da mesma cor da blusa. Disfarço o cansaço com pouca maquiagem, penteio o cabelo e finalizo com alguns acessórios. Saio do quarto, agarrando minha bolsa, o celular e o casaco também preto pelo caminho.
— Podemos ir? — Harry assente e eu tranco a porta quando saímos.
No carro, ele abre a porta do passageiro para que eu possa entrar e eu agradeço com um sorriso. Dando a volta, ele entra em seu lugar e nós afivelamos o cinto simultaneamente.
— Tudo bem se eu passar em casa para pegar uma roupa limpa? — pergunta, dando partida no veículo.
— Claro.
Confiro se meu filho passou bem a noite e se já está indo para a escola. Após a confirmação, eu volto a prestar atenção no trânsito e na música que toca no rádio. Harry entra no estacionamento do seu prédio, desliga o carro e abre a porta.
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Rescuing Life |H.S|
FanfictionQuanto um relacionamento pode tirar de você? Quanto vale a pena se doar pelo outro? Quanto vale a saúde física e mental? Sabemos quando é hora de parar? Somos capazes de fazer parar? Sarah não se questionou antes e, agora, não acredita que seja ca...