Quanto um relacionamento pode tirar de você? Quanto vale a pena se doar pelo outro? Quanto vale a saúde física e mental?
Sabemos quando é hora de parar? Somos capazes de fazer parar?
Sarah não se questionou antes e, agora, não acredita que seja ca...
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Acordei sentindo cobertores confortáveis abraçando o meu corpo, um travesseiro macio sob minha cabeça e outro entre os meus braços. Esfreguei os olhos para enxergar melhor e sentei-me assustada, tomando consciência de que não estava em minha casa. Eu sabia que tinha ido para casa de Harry, mas a intenção não era dormir aqui. Olhei ao meu redor, reconhecendo o seu quarto de quando estive aqui há pouco mais de um mês e notando também como o ambiente havia mudado. Se antes a decoração era feita com móveis de tons claros, agora tudo era escuro, inclusive a cama que eu estava deitada. Tudo foi trocado, inclusive as cores das paredes e das cortinas. Pelo vão da porta do closet, eu podia ver que até as prateleiras lá dentro foram substituídas por outras de cor escura. Notei isso em todos os cômodos que entrei ontem, o hall, a cozinha, a sala de estar. O sofá em que estávamos ontem antes era cinza escuro, agora era bege e não tinha encontrado nenhuma recordação de Angeline, além de um porta-retrato em uma mesa de canto, ao lado da lareira no andar de baixo. Harry estava tentando seguir em frente e, pelo visto, seguindo o meu conselho.
Olhei para a cama, passando a mão pelo lado vazio, pensando se ele ocupou ou não aquele espaço. Percebi que o ambiente estava silencioso e decidi me levantar, pegando o celular sobre a mesa de cabeceira e suspirando, ao constatar que dormi um pouco mais do que deveria. Gabe já tinha me mandado mensagem, dizendo que estava bem e que sua avó o deixaria em casa no final da tarde. Abro a porta, olho para os lados e não escuto nada, então, sigo em direção a escada e desço-a. Pensando que Harry não se importará se eu fizer um pouco de café, descubro como ligar sua cafeteira e, sentindo-me inspirada, procuro os ingredientes para panquecas. Espero que ele goste. Estou terminando de fritá-las, quando ele entra na cozinha, com os cabelos desarrumados e vestindo apenas uma calça diferente da que usava ontem.
— Bom dia. — sorrio. — Estou fazendo panquecas. Espero que goste.
— Hmm. — geme, fechando os olhos. — Há tanto tempo não como.
— Estão quase prontas. — entrego a ele uma xícara. — Se eu me lembro, você bebe seu café puro.
— Acertou. — senta-se em uma banqueta. — Você dormiu bem? Pensei em avisá-la que estava no quarto ao lado, mas não encontrei meu celular para deixar uma mensagem.
— Dormi, sim. — respondo, virando uma panqueca. — Mas você deveria ter me acordado ontem, não queria atrapalhar.
— Você não atrapalhou.
— Apenas tomei o seu quarto. — desligo o fogo e viro-me para ele.
— Eu quis deixá-la confortável. — dá de ombros. — Não é realmente um problema.
— Bem, obrigada por ter me colocado na cama.
— Você estava relaxada e caiu no sono rapidamente.
— É, eu estava relaxada. — murmuro, sentindo meu rosto queimar e ele ri.
Pouso o prato com as panquecas sobre o balcão e sento-me ao seu lado, enquanto comemos. Quando terminamos, Harry não me deixa lavar as louças e o faz sozinho, enquanto fico encostada contra a bancada, conversando com ele. Sushi aparece, abanando seu rabinho e eu o acaricio entre as orelhas.
