Quanto um relacionamento pode tirar de você? Quanto vale a pena se doar pelo outro? Quanto vale a saúde física e mental?
Sabemos quando é hora de parar? Somos capazes de fazer parar?
Sarah não se questionou antes e, agora, não acredita que seja ca...
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Seis meses depois
— Amor, estamos atrasados. — Harry grita do nosso quarto.
Passo o batom rapidamente, procurando dar um pouco de cor ao meu rosto e passo a mão no cabelo, saindo apressadamente do banheiro. Pego o casaco que deixei separado sobre a cama e ele segura a porta, para que eu passe a sua frente.
— Gabe?
— O motorista já o levou para escola.
Perdemos totalmente a noção da hora hoje. Justamente, o dia em que temos uma reunião no primeiro horário com Desmond Styles. O despertador tocou inúmeras vezes, mas eu e meu marido nos revezamos para desligá-lo, até que Gabriel bateu à porta para avisar que estava saindo para escola. O motivo de tanto sono? Harry me manteve acordada com seu fogo, que me rendeu três orgasmos antes de desmaiar no meio da madrugada. Não posso reclamar, também adoro esse seu lado, nos damos muito bem nesse quesito. Quanto mais praticamos, melhor ficamos no sexo e no nosso relacionamento em geral.
— Bom dia, Jules. — entro na sala de jantar e encho um copo com suco, pois estou evitando o café. — Não temos tempo para o café da manhã.
Harry pega um pouco de suco também e uma maçã, fazendo um aceno com a mão para nossa funcionária. Jules é um anjo que entrou em nossas vidas, assim que nos mudamos. Ela mantém a casa limpa e em ordem, com a ajuda de Margareth, que também cozinha para nós, quando eu e Harry não estamos em casa. Faço questão de preparar as refeições da minha família sempre que posso, por isso, aos finais de semana elas são dispensadas e tem livre autonomia para morar conosco ou não, já que estamos sempre abertos a negociar seus horários e tudo o que precisarem.
— Obrigada. — jogo um beijo. — Tchau!
— Tchau!
Saímos apressados até a garagem e Harry joga metade da maçã para mim, enquanto entramos no carro. Devoro a fruta em poucos segundos e afivelo o cinto de segurança, respirando fundo para conter a fome que ainda sinto. Eu vou poder comer tudo o que quiser depois que sair da reunião, posso ficar bem até lá.
— Você sabe qual o assunto que seu pai quer tratar? — pergunto, olhando-me no espelho interno, para ver se tudo continua em ordem.
— Provavelmente, algo relacionado a empresa, já que ele convocou apenas a família. — dá de ombros.
— Ok. — suspiro.
O trânsito está horrível, mas conseguimos chegar com apenas cinco minutos de atraso. Harry joga a chave do carro para o manobrista da empresa e nós seguimos apressados para o elevador. Ele ri assim que as portas se fecham e eu o olho estranho.
— O que foi?
— Nada. — ri novamente. — Eu só estou me lembrando... — ele bate com os nós dos dedos no espelho do elevador, onde, vez ou outra, ele me prensa e transforma meu dia muito melhor antes de começar ou continuar o trabalho.
