Quanto um relacionamento pode tirar de você? Quanto vale a pena se doar pelo outro? Quanto vale a saúde física e mental?
Sabemos quando é hora de parar? Somos capazes de fazer parar?
Sarah não se questionou antes e, agora, não acredita que seja ca...
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— Oi, Sarah. — ele disse, no entanto, eu apenas observei o movimento dos seus lábios, sem conseguir assimilar uma palavra através da audição.
Ele continuava o mesmo, aparentando um pouco mais velho, mas nada que tirasse o seu charme. Infelizmente. Olhei-o de cima em baixo, notando o terno que vestia e seus cabelos ainda mais curto do que ele costumava usar antes. Deve ser um hábito que cultivou desde a prisão, penso, mas logo dou dois passos para trás, tomando consciência de sua presença.
Sinto que meu corpo começa a tremer e olho para os lados, apavorada. Felizmente, não estou tão distante da área externa, onde jantamos, e penso que posso chegar lá rapidamente. Preciso, urgentemente, me sentar. Pisco algumas vezes, querendo que sua imagem suma da minha frente e que seja apenas um delírio pelas três taças de álcool que ingeri essa noite.
— Eu preci...
— Não se aproxime. — ordeno quando ele tenta dar um passo a frente. — Me deixe em paz, por favor.
Tomo a decisão de andar o mais rápido que os meus saltos permitem até a porta da área externa e, estou prestes a cruzá-la, quando ele pega o meu pulso.
— Não toque em mim. — grito, estremecendo desde os fios de cabelo até os pés.
Não me importo se estou chamando atenção de todos os presentes em um restaurante tão fino e caro. Poderia ser dentro do palácio, na frente da Rainha Elisabeth, eu reagiria da mesma maneira, porque eu me recuso a passar por tudo de novo, a deixar que esse homem volte a me humilhar e a me fazer sentir como um lixo, culpada por atos de sua responsabilidade. Não suporto seu toque. Não consigo prestar atenção nas pessoas ao meu redor e não sei quais suas reações.
— Se afaste de mim, Ethan. — peço, com a voz trêmula. — Eu não sou idiota como antes. Vou chamar a polícia em dois tempos.
— Acho que você a escutou. — sinto uma presença atrás de mim e reconheço a voz de Harry. — Vai embora.
Ele dá dois passos para trás e coloca as mãos nas costas, ainda olhando para mim.
— Eu só quero conversar com você.
— E eu quis conversar com você inúmeras vezes antes. Você se lembra? — vejo sua expressão surpresa, por ver que eu o respondo sem pensar duas vezes, sem ser a submissa que um dia ele conheceu. — Saia da minha frente.
— Sarah... — mais um passo em minha direção.
— Você vai sair por bem ou eu preciso chamar a polícia? — Harry toma a frente, colocando meu corpo atrás do seu. — Devo lembrá-lo da medida protetiva permanente que o impede de se aproximar dela?
— E você continua aqui. — ele murmura, direcionando seu olhar ao homem a minha frente. — Tudo o que eu desejo é conversar com você. — olha-me por cima do ombro de Harry. — Estou aqui num jantar a negócios, voltei para a empresa e estou conseguindo colocá-la de volta aos eixos. Há meses penso em procurá-la para conversamos e tive a sorte de esbarrar com você aqui. Isso é tudo.
