Capítulo 30

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Já era sexta-feira e meu filho não teve qualquer problema na escola nos últimos dois dias

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Já era sexta-feira e meu filho não teve qualquer problema na escola nos últimos dois dias. Eu estava sempre atenta as suas ações, suas falas e seu humor, sondando-o e tentando descobrir se algo estava fora do comum. Gabe me garantiu que não estava mais sendo incomodado e que tinha até mesmo ganhado mais algumas amizades, pois disseram que a mãe dele é legal. Fiquei bem feliz com isso e senti que tinha tirado uma tonelada dos meus ombros.

— Mãe, algum dia nós vamos voltar para casa? — pergunta no caminho para escola. — Quero dizer, não a casa onde morávamos, mas voltaremos a morar em uma casa, onde poderei ter o meu cachorro?

Eu rio.

— Eventualmente, nós mudaremos para uma casa, sim. — respondo. — Pelo menos, esse é o plano. No entanto, a mamãe precisa trabalhar e conseguir algum dinheiro para isso.

— Isso vai demorar? — ele me olha, agarrando as alças da mochila.

— Talvez sim, talvez não. — dou de ombros. — Depende do meu trabalho.

— Eu não posso trabalhar para ajudá-la?

— Não, querido. — recuso, sorrindo de orgulho do meu garoto sempre pronto para me socorrer. — Eu preciso que você foque em você e nos seus estudos, por enquanto, tudo bem? — ele assente. — Nós ficaremos bem.

— Tá bom.

Despeço-me dele e converso com algumas mães que me abordam na entrada da escola. Tem sido assim desde quarta-feira.

— Sarah Morris, certo? — uma mulher ruiva para a minha frente.

A alegria de ler e ouvir o meu nome de solteira nunca foi tão grande. Saber que eu não carregava nada além das lembranças ruins de Ethan era, de certa forma, um alívio para minha alma, pois, assim, ele jamais poderia me atingir de novo. Eu nunca permitiria isso.

— Sim, sou eu. — sorrio. — Qual o seu nome?

— Jennifer Taylor. — apresenta-se, olhando para todos os lados. — Nós podemos ir caminhando como se fosse uma conversa comum?

Estranhando o pedido e sua postura acuada, como se sentisse medo até do vento. Enfim, olhando-a nos olhos, eu entendi. Aquela mulher estava mesmo assustada e pelo menos motivo que um dia eu fui.

— É claro que sim.

— O seu discurso de quarta-feira inspirou todas nós, todos estão comentando aqui na escola. — sorri minimamente para mim. — Foi isso que me incentivou a procurá-la. Eu vivo há anos em um casamento abusivo e eu gostaria de receber ajuda.

Percebi que ela analisava muito bem cada rosto e cada carro que passava por nós, vez ou outra virando-se para trás. Era o medo a dominando. É claro que o filho da puta do marido dela a ameaçava sobre denunciá-lo. É típico de covardes, se agigantar sobre pessoas frágeis e tremer de medo da polícia, do juiz e da justiça em geral.

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