Quanto um relacionamento pode tirar de você? Quanto vale a pena se doar pelo outro? Quanto vale a saúde física e mental?
Sabemos quando é hora de parar? Somos capazes de fazer parar?
Sarah não se questionou antes e, agora, não acredita que seja ca...
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Ceia de Natal é sempre uma loucura em qualquer família, certo? Não é possível que seja apenas na minha. Recuso-me a acreditar nisso, por mais que os filmes e marcas de alimentos queiram nos vender uma imagem de união, harmonia e calmaria, é tudo mentira, tenho certeza.
Eu estou há uma semana com o trabalho atrasado, tentando comprar tudo o que é preciso para uma ceia boa o bastante para todas as pessoas que preencherão minha casa no dia vinte e cinco de dezembro. A nossa regra era fazer cada ano em uma casa - sim, toda aquela turma se reúne no Natal - e dessa vez seria a minha vez e de Harry de receber nossa família.
Meu marido frisou que eu não precisava surtar do modo como estava, que eu deveria contratar alguma empresa para cozinhar para nós, outra para decorar e tudo ficaria perfeito. Porém, não era algo que eu queria. Queria fazer tudo por minhas próprias mãos e esse foi o primeiro erro.
Faltando menos de uma semana, convoquei Harry e Gabriel para me ajudar a decorar a sala de jantar e assim ela ficaria até a ceia. A sala de estar estava pronta, assim como o exterior da casa, mas a cozinha e o local onde jantaríamos era para ficar por último, pois eu tinha comprado decorações além do que deveria e agora queria encaixar tudo ali.
- Parece que moramos no Polo Norte, onde o Papai Noel se esconde. - Gabe murmurou, no auge do seu mau-humor de adolescente aos dezesseis anos.
- Essa é a ideia. - falei, pendurando um laço enorme na porta. - Ainda temos que decidir quem vai vestir a fantasia.
- Não conte comigo. - meu filho prontamente disparou.
- Claro que não. - revirei os olhos. - Para isso, você precisaria esconder todo esse humor sombrio e sabemos que você não é um bom ator, filho.
- Sarah. - Harry me repreende, estendendo a toalha que ficaria sobre o aparador, onde eu espalharia algumas velas e um candelabro lindo que paguei mais do que deveria também. - Meu pai assume o cargo de Papai Noel todo ano, não será diferente.
- Ele não se importa? - pergunto.
- Claro que não. Aquele homem vive para mimar os netos agora. - meu marido responde e eu assinto, fazendo um check mental na lista enorme de tarefas que eu ainda preciso cumprir.
- Mãe... - Gabriel me chama, mas Gemma adentra a sala de jantar com minha filha de dois anos no colo, chorando.
- Ei, gente. Desculpa. - suspira. - Ariel caiu e não consegui acalmá-la de casa até aqui.
- Oh, guerreira. - Harry murmura e vai correndo pegar a filha no colo. - Está tudo bem, princesa. Papai está aqui.
- Isso tudo é manha, você sabe, certo? - comento, olhando-o se afastar com nossa bebê nos braços. - Ela sabe que tem esse homem na palma das mãos.
- Sim, provavelmente, ele vai dançar Baby Shark com ela até a exaustão.
- Baby Shark ficou para trás. - suspiro. - Estamos na fase da Peppa.