Quanto um relacionamento pode tirar de você? Quanto vale a pena se doar pelo outro? Quanto vale a saúde física e mental?
Sabemos quando é hora de parar? Somos capazes de fazer parar?
Sarah não se questionou antes e, agora, não acredita que seja ca...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Nós passamos a semana na casa do lago. Meus pais foram embora, assim como minha irmã e o marido, mas Violet e Eric continuaram com a gente. Freddie ficou até a quarta-feira e depois foi com os pais visitar os avós maternos, Khai é mais apegada e não quis dormir longe deles, por isso, no domingo à tarde eles se despediram. As crianças se divertiram muito e não posso dizer que eu e Sarah não tivemos um bom tempo também. Aproveitamos a piscina até anoitecer, pescamos no lago — obviamente, soltando os peixes de volta, principalmente após o escândalo da minha sobrinha sobre não os matar —, jogamos bola, desbravamos as áreas fechadas por grandes árvores e cozinhamos todos juntos algumas das nossas refeições. Foi divertido.
No final de semana, ficou combinado que teríamos a noite dos adultos, no entanto, Khai ficou doente, aparentemente, uma gripe um pouco mais forte que o comum e concluímos que o melhor era adiar, afinal, não havia o menor sentido ter a nossa noite fora sem que estivéssemos todos juntos. Então, na noite de sexta-feira, enquanto eu, Sarah, Niall e Grace tomávamos um drinque, elas decidiram que seria legal visitarmos seus pais. Eu esperava que na manhã seguinte elas desistissem, porém, logo nas primeiras horas do sábado, Sarah estava com tudo pronto para partir e Grace bateu à sua porta, confirmando a ideia. Não é que eu não queira os conhecer, é apenas que, depois de tudo o que Sarah contou sobre sua vida com os pais, crescendo em uma cidade pequena, não é como se eu tivesse grande simpatia pelas pessoas que a forçaram a se casar e manter um relacionamento tóxico, para não cair na fofoca. Ridículo.
— Tudo bem por você? — eu a olho rapidamente, prestando atenção na estrada a minha frente. — Quero dizer, você está calado desde que saímos de casa. Eu posso ir com Grace, você não precisa ir, caso não queira.
— Não, não é isso. Está tudo bem por mim. — coloco uma mão sobre sua perna. — A questão é: está bem para você? Já me disse que seus pais podem ser difíceis, se ainda não estiver pronta para isso, para enfrentá-los após se separar e apresentar outra pessoa, estou bem em esperar também.
— Eu quero fazer isso de uma vez. — afirma.
— Tudo bem.
Olho para Gabriel adormecido no banco de trás através do retrovisor interno e concentro-me no trajeto de quase duas horas que ainda temos pela frente. Conversamos amenidades enquanto eu dirijo, Gabe acorda e aponta algumas coisas na paisagem e, no final do percurso, fazemos um jogo sobre o que nossos olhos estão vendo com a letra ou a cor que cada um escolhe em sua vez. Eu adoro esses momentos com os dois. Em boa parte, acho que é porque eu estava pronto para começar minha própria família com Angeline e isso foi arrancado de mim, por isso, ter um pouco com Sarah e Gabriel confortava o meu coração. Por outro lado, eu acho que é porque simplesmente é fácil estar com os dois, interagir e me acostumar a tê-los comigo.
Estaciono na frente da casa de dois andares, que Sarah indicou e logo Niall faz o mesmo atrás de nós. Respiro fundo, olhando para a construção pintada de bege e as janelas escuras, enquanto solto o cinto.
