Quanto um relacionamento pode tirar de você? Quanto vale a pena se doar pelo outro? Quanto vale a saúde física e mental?
Sabemos quando é hora de parar? Somos capazes de fazer parar?
Sarah não se questionou antes e, agora, não acredita que seja ca...
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O café da manhã já estava pronto quando Ethan desceu, na manhã seguinte. Eu bebia minha xícara de café encostada na bancada e ele sentou-se para comer, enquanto lia o jornal que eu deixei sobre a mesa. Essa era a minha rotina da manhã, deixar tudo preparado para que ele nunca estivesse atrasado e também para que dormisse o suficiente.
— Você vem para o almoço? — era a pergunta rotineira que trocávamos, na verdade, era só uma forma de trocarmos ao menos duas palavras antes que ele saísse de casa e voltasse apenas no fim do dia.
Eu sabia que ele nunca vinha, mas não gostava de correr o risco de não ter nada preparado, caso ele chegasse. Seria um verdadeiro desastre se isso acontecesse. Eu conheço o temperamento difícil que o meu marido desenvolveu com o passar dos anos.
— Não. — respondeu sem olhar para mim.
— Ok.
Deixei a cozinha para recolher as roupas sujas e leva-las para a lavanderia. Gabriel saiu da cama minutos depois de seu pai sair e eu preparei seu café da manhã, colocando-o a sua frente na mesa.
— Mamãe, o que o papai disse sobre o trem? — perguntou, tomando um pouco do suco natural que eu preparava toda manhã a fim de manter sua alimentação saudável.
— Ele disse que vai pensar. — minto.
Ele abaixa a cabeça e eu impeço que um suspiro de frustração saia de mim. Não é que eu queira que Gabriel pense que pode ter o que quer e quando quer, porém, eu entendo que toda criança gosta de ganhar brinquedos e eu gostaria muito de poder simplesmente comprar isso para o meu menino. Outro motivo para eu odiar depender integralmente do meu marido. Ele é um menino obediente na maior parte do tempo, não nos dá trabalho na escola ou em casa e é apaixonado por estações de trem desde que começou a entender os desenhos que assistia.
— Quanto tempo falta para o Natal? — pergunta após alguns minutos em silêncio.
— Pouco mais de três meses.
— Isso é muito tempo? — seus olhos sempre brilham de curiosidade quando começa a fazer perguntas, acho que ele herdou isso de mim, eu sempre fui muito curiosa e adorava quando conseguia satisfazer meu desejo de saber e conhecer mais do mundo a minha volta.
— Não muito.
— Você acha que eu poderia ganhá-lo de presente de Natal?
— Se for um bom menino em casa e na escola, sim.
—Eu sempre sou. — dá de ombros convencido e eu rio.
— Bom, agora nós precisamos ir para a escola. O papai Noel não gosta de crianças que faltam ou se atrasam para a aula. — falei. — Vá vestir seu uniforme e escovar os dentes.
Ele deixou a mesa e subiu as escadas correndo, mais uma vez. Um arrepio percorre meu corpo toda vez que penso que ele pode cair nela. Eu me ocupo em retirar a mesa e lavar as poucas louças que ainda estavam sujas antes que ele retorne com a mochila nas costas. A escola que ele frequenta não é longe, por isso, nós optamos sempre por fazer a curta caminhada para respirar um pouco de ar livre e conversarmos na ida e na volta. Fiz o meu caminho de volta e, antes de entrar, avistei e acenei para uma das minhas vizinhas, senhora White. Ela tem pouco mais de cinquenta anos e foi muito amável quando nos mudamos para o bairro, levou-nos uma torta para se apresentar e, ao ver que eu estava colocando os móveis em ordem sozinha, pois, Ethan tinha saído para trabalhar, ela se prontificou em me ajudar como pôde e até hoje me chama para almoçar um dia ou outro em sua casa. Somos a companhia uma da outra em alguns dias.