Capítulo 14

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Alguns dias depois e eu continuava reclusa a todo mundo, menos ao meu filho

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Alguns dias depois e eu continuava reclusa a todo mundo, menos ao meu filho. Ele era a única pessoa que eu podia deixar que se aproximasse e me tocasse. Meu marido obriga-me a aguentar a dor de tê-lo por perto, se eu não permitisse, eu sabia o que viria a seguir, portanto, não havia muitas opções. No trabalho, eu sempre garantia que não estava dando oportunidades para ninguém ficar perto demais ou para se aproximar ou para me tocar. Eu me sinto suja a cada vez que Ethan encosta em mim, eu sinto nojo de seus beijos, do seu olhar e de qualquer outra coisa que ele faça ao meu redor. Cada dia que se passa parece que ele consegue chegar ainda mais bêbado em casa, o que, automaticamente, aumenta meu medo. Eu realmente não imagino até quando serei capaz de viver nesse pesadelo constante, mas também estava longe de encontrar uma saída.

Estamos há dois dias da festa anual da empresa e Harry tentou me convencer a comparecer no evento em outras ocasiões, além do último dia em que deixou-me em casa, porém, eu tinha absoluta certeza de que não queria Ethan perto das pessoas com quem eu trabalho e ele não era o tipo que me deixaria ir sozinha. Existe também o fato de que os programas que fazemos são todos os que Ethan quer, não importa minha opinião. Por isso, eu apenas continuava usando a desculpa do tempo, da roupa e do meu filho para justificar minha ausência.

Cheguei um pouco atrasada no trabalho hoje, então comecei a ligar o computador e apressar o meu serviço assim que pude. Informei Harry que já tinha chegado e ele me passou uma quantidade considerável de contratos, processos e outros milhares de documentos. Comunicamo-nos por telefone e eu fui a sua sala apenas uma vez para que conferisse e assinasse.

— Nós podemos almoçar no escritório hoje? — ele pergunta antes que eu deixe a sua sala. — Surgiu um compromisso para a tarde e preciso adiantar algumas coisas antes de sair, não voltarei mais a empresa depois.

O almoço era mais um ponto do meu dia que eu estava alterando. Não conseguia ficar confortável perto de tanta gente, de tanta conversa e onde eu precisava vestir uma máscara para dizer que tudo estava bem quando, na verdade, eu estava prestes a desmoronar. Eu gostaria muito de falar com alguém sobre tudo, porém, a vergonha que sempre queimava o meu rosto e o meu interior ao pensar em dizer tais palavras instalou-se profundamente. No fundo, ele estava me fazendo acreditar que tudo era culpa minha e eu não fazia nada para mudar.

— Tudo bem. Você precisa que eu remarque a sua agenda da tarde?

— Por favor.

— Eu precisarei acompanhá-lo?

— Sim, mas não se preocupe, eu tenho tudo sob controle. — respondeu.

— Ok.

— Você tem se alimentado? — ele pergunta quando estou quase cruzando sua porta.

— O que? — viro-me para olhá-lo.

— Não me entenda mal, por favor, mas parece que você está mais magra do que eu me lembro.

Rescuing Life |H.S|Onde histórias criam vida. Descubra agora