Capítulo 27

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Não foi da noite para o dia que Harry decidiu se livrar dos objetos pessoais da esposa

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Não foi da noite para o dia que Harry decidiu se livrar dos objetos pessoais da esposa. Nós desenvolvemos o nosso projeto e organizamos nossos horários para encaixá-lo sem prejudicar os trabalhos pelo escritório. Todos os dias dos últimos dois meses, eu tive que chegar tarde em casa e correr de um lado para o outro em reuniões da escola do meu filho, dia de cozinhar e levar a comida preferida na escola, competição de natação, audiências, reuniões e parcerias com a delegacia da mulher e institutos que ajudam mulheres em situação de violência, são lugares chaves para que elas entendam que estão recebendo o apoio que merecem e que não estamos tentando enganar ninguém. Definitivamente, eu precisava de um dia com mais de vinte e quatro horas, mas, bem, nunca aconteceu e parece que eu consegui fazer tudo. Agora, a tendência é que as coisas se acalmem, pois estou com espaços bem determinados na agenda e não preciso quebrar a cabeça para encaixar mais nada nela. Já era alguma coisa, um avanço.

Nessa semana, enquanto trabalhávamos até tarde no primeiro caso que pegamos juntos, eu e Harry, ele abordou o assunto de repente:

— Você está disponível esse final de semana? — pergunta e eu levanto o olhar dos papéis para olhá-lo nos olhos, em dúvida sobre o que ele está falando. — Para, você sabe, me ajudar com as coisas da Angel...

— Oh, claro. — pisco, pressionando os olhos com o polegar e o indicador. — Eu estou livre, sim.

— Acha que sábado de manhã é bom?

— É, sim. — confirmo. — Sábado de manhã está ótimo para mim.

— Vou ligar para Gem mais tarde e perguntar se ela pode se juntar a nós.

— Tudo bem.

Bebo um pouco da água que ele trouxe para mim quando entrou na sala de reuniões há, mais ou menos, quarenta minutos.

— Você deveria levar Gabriel, se ele quiser. — diz. — Sushi está ansioso por companhia de qualidade.

— Você não é uma? — brinco.

— Nos últimos meses, definitivamente, não. — suspira. — Angeline saia com ele todos os dias para uma caminhada e deixava-o dormir na nossa cama. O máximo que faço é sair com ele duas vezes na semana, quando me canso da academia e decido que preciso de ar fresco e, desde que ela não voltou para casa, Sushi nunca mais subiu na cama. Eu insisto, mas ele não quer.

— Dá para entender, certo? — faço uma careta. — Quero dizer, o cheiro e a companhia de uma mulher, para ele, deve ser muito mais interessante que a sua.

Harry gargalha, assentindo, e eu sorrio por vê-lo descontraído, mesmo que estivéssemos tratando de um assunto tão delicado.

— Com certeza.

— Vou falar com Gabe, esclarecer que você tem um cachorro enorme e que pode brincar com ele, enquanto estivermos lá.

— Obrigado.

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