Capítulo 46

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Contar, finalmente, aquela parte da minha história à Sarah foi libertador

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Contar, finalmente, aquela parte da minha história à Sarah foi libertador. Eu ainda não tinha encontrado o momento certo para dizer a ela que eu ia ter uma menininha com Angel e, também, que eu perdi as duas em questão de poucos meses. Agora, é como se eu sentisse que ela me aceitasse completamente, quebrado, viúvo e um pai que perdeu seu filho.

Ela ficou muito emocionada com tudo o que contei e ficamos horas e mais horas abraçados, um confortando o outro. Sarah me confortando da perda e eu a confortando por sofrer por mim. Eu não poderia pedir apoio melhor do que o dela, na verdade, acho que não poderia escolher pessoa melhor para me ajudar a seguir em frente, a superar — parcialmente — o meu passado e encarar o meu futuro.

Nossa viagem foi maravilhosa. Se eu e ela pudéssemos, eu teria ficado, no mínimo, mais duas semanas em um hotel, sozinho e decorando cada pedacinho do seu corpo maravilhoso. O fato de ela ter confiado em mim, ter escolhido a mim para se entregar novamente, despertava um sentimento totalmente novo em mim. É maravilhoso quando olho para ela e sei que não tem medo de mim, que aprecia a minha companhia e que, mesmo após sofrer nas mãos do primeiro homem a quem confiou seu coração, sua alma e seu corpo, ela tinha enxergado em mim o seu novo porto seguro, relativo ao sentimento romântico. Eu estou feliz. Como não me sentia há algum tempo.

Às vezes, me sinto culpado por ter esse tipo de sentimento. Eu perdi minha bebê e depois a minha mulher, como eu poderia ser capaz de ter felicidade novamente? Durante os primeiros meses, até voltar ao Reino Unido e encontrar Sarah, meus amigos e familiares de novo, eu tinha vivido na completa escuridão. Todos sempre me ajudaram muito, desde o início, contudo, só o tempo pôde tornar o meu viver, sem a Angel e a minha filha, mais suportável. Logo nos primeiros dias, até mesmo respirar doía, eu não conseguia comer e não sabia ter uma rotina normal, com acordar, tomar banho, me barbear, trocar de roupa ou qualquer merda assim. Nada disso importava mais, eu não queria fazer. Bebi como nunca para tentar aplacar um pouco do que eu sentia e tentar dormir um pouco, já que passei duas semanas sem pregar os olhos. Com o tempo e a terapia, tudo foi voltando ao novo normal que seria a minha vida a partir dali, precisei de remédios para adormecer por um tempo, forcei-me a voltar ao trabalho, a rotina e aos exercícios físicos, que tornaram-se o meu novo vício. Ficar exausto fisicamente ajudava muito, pois não sobrava muito tempo para o meu emocional me atormentar.

Já havia dias que tínhamos retornado de viagem e o trabalho demandava bastante do nosso tempo. Porém, conseguíamos dar um jeito de ter alguns momentos, nem sempre sozinhos, pois Gabriel nos acompanhava em grande parte dos nossos programas. O que, para mim, não era nenhum problema, já que eu realmente tenho um apresso enorme pelo garoto.

Eu tinha visto Sarah correr de um lado para o outro no escritório hoje, contudo, não quis atrapalhar e tinha trocado apenas um breve olhar e sorriso com ela. Os nossos colegas de trabalho já sabiam do nosso relacionamento, não porque contamos, claro, mas porquê não fizemos questão de manter a discrição durante o final de semana da viagem e a fofoca sempre corria por aí. Nenhum ousou faltar com respeito à Sarah ou a mim, portanto, não me importava.

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