Quanto um relacionamento pode tirar de você? Quanto vale a pena se doar pelo outro? Quanto vale a saúde física e mental?
Sabemos quando é hora de parar? Somos capazes de fazer parar?
Sarah não se questionou antes e, agora, não acredita que seja ca...
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Quase dois meses já haviam se passado desde que eu comecei a trabalhar na Copains Enterprises. Eu me sentia cansada o tempo todo por ter que dar conta da casa, de Gabriel, de Ethan e das minhas obrigações no trabalho, mas eu finalmente me sentia bem. Adorava ter que sair de casa e ir para a empresa, adorava ainda mais ser independente e poder comprar o que eu e meu filho precisamos sem dar satisfações a ninguém. Isso era o que eu queria.
Todos os dias eu acordo mais cedo do que todos em casa, faço parte dos serviços domésticos daquele dia, deixo o café da manhã pronto, espero meu filho terminar de se arrumar e saio com ele para a escola. Ethan costuma sair de casa depois de nós, porque, na maioria das manhãs, ele está com ressaca e enrola para sair da cama. Após um rápido beijo no rosto, Gabriel entra para a escola e eu sigo para o trabalho. Na volta, eu o pego e volto para casa para terminar o que havia começado pela manhã e servir o jantar. Eu me deito tarde e acordo cedo todo os dias. É um tanto exaustivo, mas espero que, em breve, eu possa dar um jeito nisso.
— Podemos comer pizza hoje? — Gabriel pergunta enquanto o levo para a escola. — Quando o papai está aqui ele nunca deixa.
Ethan está viajando a trabalho, saiu essa manhã e avisou que não voltaria até a tarde de amanhã. Então, por esse dia todo e parte do sábado seríamos apenas meu filho e eu.
— Vou ver o que posso fazer. — sorrio e o beijo no rosto. — Seja um bom menino e se comporte. Até mais tarde.
— Eu sempre sou, mamãe. — revira os olhos, dramatizando. — Tchau.
Com um sorriso no rosto, eu caminhei para pegar o metrô e, em pouco tempo, eu cheguei ao prédio da empresa. Guardei a minha bolsa e iniciei o computador, seguindo para o corredor.
— Bom dia, Harry. — apontei em sua porta para avisar que tinha chegado como faço todas as manhãs.
— Ei, Sarah. — ele desvia o olhar do computador rapidamente. — Eu deixei alguns documentos na sua mesa organizados em ordem de prioridade.
— Tudo bem.
Sentei-me, iniciando meu trabalho e levantei apenas para pegar um pouco de café algumas horas depois. Antes da hora do almoço, metade dos processos já estão prontos e foram enviados para Harry. Felizmente, devido meus anos na faculdade, eu podia adiantar um pouco dos trabalhos para ele, o que fazia o nosso rendimento ser bem melhor. O que antes demoraria dias para terminar, agora ficava pronto em poucas horas. Isso me fazia sentir positiva em relação a minha vaga, espero muito que, após três meses, eu ainda possa manter o meu emprego.
As portas do elevador se abrem e eu vejo Niall, um dos amigos de Harry e também um dos sócios da empresa. A Copains Enterprises foi fundada pelo pai de Harry e alguns amigos, amigos esses que, hoje, também tem seus filhos que ocupam cargos aqui. Eles lidam com grandes e bilionários investimentos, fora as empresas que administram como uma rede de academias, hotéis e restaurantes, isso até onde eu sei em poucos dias aqui e pelo que escutei da outra vez que trabalhei para Desmond. Harry, Niall, Liam, Louis e Zayn cresceram juntos e são mais que amigos, percebo uma relação bem intensa entre eles, realmente como irmãos. Logo nas primeiras semanas, eu os conheci e nós criamos um laço de amizade muito legal, algo que eu nunca realmente tive. Eles se juntam para o almoço e, uma vez por semana, geralmente às sextas-feiras, para uma pequena reunião à noite. Desde a minha terceira semana de trabalho, eles me chamam para almoçarmos juntos e é um momento bem bacana do meu dia. Eu nunca consegui ter um grupo de amigos, meus pais sempre achavam algum defeito em quem se aproximava de mim e, então, eu era obrigada a me afastar. Depois que eu me casei isso ficou ainda pior, pois eu mal saia de casa até esse emprego chegar e desconfiava que Ethan não iria gostar que eu tivesse amizades.
