113. É o fim

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Narrado por Luan.

Assim que olhei pela varanda, avistei um carro que não era de Bel parado do outro lado da calçada do condomínio e Otávio encostado no carro, com Cecília perto demais dele. Suas mãos na cintura dela, quase na bunda e se beijando! Mal podia acreditar no que estava vendo. Aquilo era demais pra mim. Desci igual um foguete preparado pra botar ela pra dentro de casa com Natália na minha cola. 

- Amor, não faz besteira!

- Onde já se viu! Esse menino cresceu dentro da minha casa! - Rosnei abrindo a porta. 

Assim que os dois ouviram, se soltaram e me olharam assustados.

- Posso saber o que é isso?

- Pai! - Cecília parou dando um passo na minha direção.

- Pai nada, Cecília! Podiam pelo menos fazer isso em outro lugar, né? Na frente de casa? - Gritei. 

- A gente está namorando, pai...

- O que? - Disse sem acreditar.

- Seu Luan... - Otávio me olhou apreensivo.

- Seu Luan, nada! - Esbravejei. 

O amigo dele botou a cara pra fora, apressou ele muito bêbado e foi aí que meu sangue ferveu. Ele ia entrar no carro, mas eu mandei o idiota embora e coloquei os dois pra dentro de casa. 

- Não era a Bel que ia buscar vocês?

- Ela estava com dor de cabeça, me deu dinheiro pra um táxi. - Ele disse de cabeça baixa. 

- E você veio com um amigo bêbado. - Natália estava do meu lado, séria, nervosa, de roupão, porque estava só de camisola. 

- Seu Luan, desculpa... Eu ia falar com o senhor...

- Confiei em você, garoto! - Disse bravo. - Daí vejo você com mão boba, cheio das gracinhas e ainda traz minha filha pra casa essa hora no carro de um bêbado. Seu pai vai adorar saber disso, nossa, ele vai amar, assim como eu estou encantando com a responsabilidade dos dois. É sério mesmo isso, Otávio?

- Eu... Gosto dela.

- Gosta? - Cecília peguntou brava e ficou olhando pasmo.

- Amo. 

- Namorando então? Desde quando que eu não estou sabendo? - Cruzei os braços.

- Faz só um tempinho. - Otávio falou. 

- Dois meses. - Cecília disse eu eu virei passando a mão pelos cabelos. 

- Eu sabia... Eu sabia aquele dia que você recebeu a cartinha... Posso saber por que não sei disso?

- Desculpa, pai.

- Ai, quer saber... Me ignorem, porque estou muito puto com os dois. - Disse desistindo. - Me esperem no carro, vai!

Subi correndo as escadas e Natália subiu atrás, desesperada.

- Você sabia disso? - Perguntei me trocando.

- É claro que não! - Ela disse.

Ela se trocou também e eu respirei fundo antes de descer.

- Eu vou ter um ataque.

- Amor, não precisa ficar nervoso. Pelo menos a gente conhece ele.

- Conheço tão bem que nem esperava que os dois fossem vir pra casa de carona, com o cara bêbado.

- É coisa de adolescente.

- Eu nunca fiz isso. - Ergui a sobrancelha pra ela.

- Mas não foi um santo.

Fica (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora