Narrado por Luan.
Assim que olhei pela varanda, avistei um carro que não era de Bel parado do outro lado da calçada do condomínio e Otávio encostado no carro, com Cecília perto demais dele. Suas mãos na cintura dela, quase na bunda e se beijando! Mal podia acreditar no que estava vendo. Aquilo era demais pra mim. Desci igual um foguete preparado pra botar ela pra dentro de casa com Natália na minha cola.
- Amor, não faz besteira!
- Onde já se viu! Esse menino cresceu dentro da minha casa! - Rosnei abrindo a porta.
Assim que os dois ouviram, se soltaram e me olharam assustados.
- Posso saber o que é isso?
- Pai! - Cecília parou dando um passo na minha direção.
- Pai nada, Cecília! Podiam pelo menos fazer isso em outro lugar, né? Na frente de casa? - Gritei.
- A gente está namorando, pai...
- O que? - Disse sem acreditar.
- Seu Luan... - Otávio me olhou apreensivo.
- Seu Luan, nada! - Esbravejei.
O amigo dele botou a cara pra fora, apressou ele muito bêbado e foi aí que meu sangue ferveu. Ele ia entrar no carro, mas eu mandei o idiota embora e coloquei os dois pra dentro de casa.
- Não era a Bel que ia buscar vocês?
- Ela estava com dor de cabeça, me deu dinheiro pra um táxi. - Ele disse de cabeça baixa.
- E você veio com um amigo bêbado. - Natália estava do meu lado, séria, nervosa, de roupão, porque estava só de camisola.
- Seu Luan, desculpa... Eu ia falar com o senhor...
- Confiei em você, garoto! - Disse bravo. - Daí vejo você com mão boba, cheio das gracinhas e ainda traz minha filha pra casa essa hora no carro de um bêbado. Seu pai vai adorar saber disso, nossa, ele vai amar, assim como eu estou encantando com a responsabilidade dos dois. É sério mesmo isso, Otávio?
- Eu... Gosto dela.
- Gosta? - Cecília peguntou brava e ficou olhando pasmo.
- Amo.
- Namorando então? Desde quando que eu não estou sabendo? - Cruzei os braços.
- Faz só um tempinho. - Otávio falou.
- Dois meses. - Cecília disse eu eu virei passando a mão pelos cabelos.
- Eu sabia... Eu sabia aquele dia que você recebeu a cartinha... Posso saber por que não sei disso?
- Desculpa, pai.
- Ai, quer saber... Me ignorem, porque estou muito puto com os dois. - Disse desistindo. - Me esperem no carro, vai!
Subi correndo as escadas e Natália subiu atrás, desesperada.
- Você sabia disso? - Perguntei me trocando.
- É claro que não! - Ela disse.
Ela se trocou também e eu respirei fundo antes de descer.
- Eu vou ter um ataque.
- Amor, não precisa ficar nervoso. Pelo menos a gente conhece ele.
- Conheço tão bem que nem esperava que os dois fossem vir pra casa de carona, com o cara bêbado.
- É coisa de adolescente.
- Eu nunca fiz isso. - Ergui a sobrancelha pra ela.
- Mas não foi um santo.
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Fica (Luan Santana)
Fanfiction(CONCLUÍDA) Uma história de anos marcada de um lado pela falta de amor, e de outro pelo excesso dele. Natália e Luan são casados, mas a moça, apesar de amá-lo incondicionalmente, não recebe um tratamento a altura. Uma história marcada por marcas do...