5. Escondendo a verdade

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Quando acendi o abajur, pude ver ele caído no chão. Levantei depressa. 

- Luan, você tá bem? - Ajudei ele a levantar e sentar na cama.

- Claro que sim, meu amor. - Ele disse com a voz embargada e senti o cheiro de bebida. 

- Achei que estivesse no VIP. 

- Eu sempre sou VIP. - Ele gargalhou e eu o abracei pra levantá-lo e levar pro banho, mas quando aproximei meu rosto do seu pescoço, senti perfume de mulher misturado ao seu.

Acendi a luz e então vi também marcas de batom no seu rosto. Meus olhos encheram de lágrimas e a única coisa que fiz foi levar ele ao banheiro e jogar debaixo da água gelada. Assim que ele despertou um pouco, saí e voltei pra minha cama, deixando ele sozinho. Estou no meu limite, e quando ele chegar Luan ia ter o que mais quer: sua liberdade.

POV Bel.

Escutei a conversa do Dudu com Luan ao telefone e minha cabeça já se encheu de histórias. 

- Amor... - Chamei subindo na cama. 

- Diga, minha linda. 

- Por que Luan fica o tempo todo falando sobre esse dia? 

- Eu não sei. 

- Sabe sim! - Acusei.

- Bel, você não vai abrir a boca pra ninguém! 

- É claro que não, mas eu fico curiosa, porque ele não esquece disso! E sobre ele estar no estúdio, isso não...

- Não é verdade, eu sei. Mas ele pediu, e vamos dizer que era, correto? 

- Coitada da Natália! - Dei um tapa no seu braço. 

- Eu não posso fazer nada, amor, se ele quer assim, vou dizer. E você vai confirmar.

POV Luan.

Acordei morrendo de dor de cabeça e ao procurar remédio, não encontrei. Não lembrava de nada, nem como tinha chegado alí. Só rezei pra não ter feito merda. 

Natália entrou no quarto e me olhou de relance, mas não me cumprimentou. Dei bom dia, perguntei pelo remédio, mas ela saiu sem me responder. Tudo que eu menos queria eram problemas com ela agora, então a segui.

- Natália... Amor!

- O que você quer? 

- Remédio... - Fiz cara de dor. 

- Se vira. - Ela disse e desceu as escadas.

Fiquei parado olhando sua atitude e desci atrás. 

- Por que você tá falando assim comigo? - Segui ela até a cozinha.

- Porque eu cansei de ser a trouxa, Luan! - Ela não me olhou. 

- Me desculpa. 

- Luan, pede o divórcio, mesmo, na boa. - Ela me olhou com os olhos frios.

Me surpreendi. 

- Você sabe que eu não vou fazer isso. 

- Por que não quer ou por que não pode? 

- Como assim não pode? - Perguntei escondendo a verdade. - Por que não ia poder? 

- Você sabe melhor do que eu as consequências de um divórcio pro Luan Santana agora. 

- Claro que não, não tem nada a ver. 

- Tem, Luan.

Me aproximei dela devagar e acariciei seu rosto. 

- Eu te amo, tá legal? Me desculpa, eu acho que sei porquê você está brava. 

- Da próxima vez, eu vou embora. 

- Não vai ter a próxima vez.

Iniciei um beijo igual ao do carro e ela acreditou mais uma vez. E novamente me senti mal, mas de certa forma estava a protegendo da verdade, ela sofreria bem mais se tivesse a par de tudo.

Fui viajar pra fazer o último show do ano e tinha que aproveitar. Logo teria o Natal e eu ia ficar parado até Fevereiro. Então não perdi tempo aquela noite e pedi pro Rober ver uma mulher pra mim. Acabei encontrando uma ex ficante minha e fizemos um revival. Mas quando acordei ela não estava mais lá. Então resolvi tomar um café e lembrei do presente de Natal da Natália. Estávamos próximos ao shopping de Belo Horizonte, então fui até lá com Rober e Well e comprei uma jóia. Eu não sabia o que comprar, e mulheres sempre gostam de jóias, então fui prático e procurei agradar, já que ela sempre pensava em tudo e já tinha até visto os presentes pra todos. 

Mas logo terminei os três show e tive que voltar pra casa. Pensei em ir direto pra lá, mas quando vi que era aniversário de morte da criança, decidi ir pra casa dos meus pais. Eles não falaram nada, não questionaram e nem citaram. Natália com certeza não estava bem naquela segunda e eu não queria conversar sobre aquilo, mas logo minha consciência pesou por deixá-la sozinha e pedi ao meu pai pra me levar pra casa. 

Ao chegar lá, encontrei uma Natália totalmente vulnerável, que se aconchegou em meus braços sem me dar chance de escapar, e por alí ficou o resto do dia.

Fica (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora