107. Meu lugar, minha morada

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6 meses depois... 

A casa estava uma bagunça só. Luan, como prometido, havia tirado férias dos shows e então viajamos pra Orlando com os pais dele e Bruna e a família. 

As gêmeas, como seus 7 anos já, estavam na piscina com os avós, a tia e o priminho que entrava na água pela primeira vez e parecia fazer festa. O tio Carlos dormia depois do almoço e eu estava aprontando, fazendo um doce diferente na cozinha enquanto olhava de longe Luan brincando com Heitor no colo.

O papai babão não desgrudava mais do filho e agora estava brincando de imitar com o meu campeão no colo. Heitor ditava a palavra, balbuciando sem sentido e Luan repetia e logo depois fazia outro som, as vezes recebido com repúdio pelo menininho decidido que ele achava que iria aceitar o que ele queria. 

- Fala au au pro papai! - Eu ouvia rindo no meu canto. 

- Dadadada! 

- Não, filho, au au!

Ele franziu a testa e começou uma falação sem fim, deixando Luan entristecido pela desobediência.

- Luan, ele não aceita ser contrariado, amor! - Ri falando. 

- Vai dar trabalho esse menino, quero nem ver! As meninas são tão boazinhas! 

- Vai ter que pegar firme, paizão! - Ri me aproximando com morangos cortadinhos. 

Fiz menção de dar pra ele, mas Luan se ofereceu e me deu ele no colo, pegando o potinho e fazendo o serviço. 

- Papai vai dar pro Heitorzão!

Era lindo ver a forma como ele se dedicava ao filho, ainda mais que as meninas. Tinha verdadeira paixão por Heitor, sem nunca se esquecer das meninas que eram tão protegidas e cuidadas. Eu não podia ser mais feliz! Luan era o melhor pai que eu podia dar pra eles, o melhor marido e o melhor amigo. Estava comigo em todas as horas e vivia pra me amar, me cuidar e se declarar. Como se nosso destino fosse escrito pra ser assim. 

Também não podia me esquecer de que ele de certa forma era minha família, meu pai e minha mãe, porque me acolheu e cuidou, da forma dele, mas cuidou, quando precisei. Me ensinou muitas das coisas que os dois deviam ter ensinado e não fizeram. Hoje eu, como mãe de três crianças, sabia que nada poderia ser mais importante pra um pai ou uma mãe que o bem estar de suas crias, a proteção e o cuidado com elas, e meus pais, como "bons" pais que eram, passaram por cima disso por conta da honra e dos valores que eles tanto acreditaram estar corretos. Dessa forma, sentindo o que eu sentia agora, não podia passar por cima de tudo, só podia esquecer. Agora eu, junto com Luan, sabiamos o que é ser pais, e entendo de uma vez por todas o quanto eu não abandonaria um filho nem pelo pior de seus erros.

Luan fez o papel deles e somente a ele eu "devia" a minha vida agora. Era feliz e completa dessa forma, e vi o quanto estava errando de tentar resolver meus problemas passados por tanto tempo. Quem deve estar na minha vida, é quem nunca quis sair dela. 

- Queria botar ele pra nadar também! 

- Acho ele ainda pequenino pra isso, amor! 

- Mas o priminho pode, mamãe! - Disse imitando voz de bebê e Heitor recusou o resto da fruta que foi bem aceita pelo pai. 

- Priminho é mais velho! - Disse olhando feio pro Luan e rindo. 

Logo a casa encheu ainda mais de alegria quando Isa e Anna chegaram com suas crianças pra comer doce e mimar meu filho, que passava de colo em colo sempre. 

- Luan cuspido e escarrado! - Anna zuou. - Só gerou, hein, Natália, porque olha... - Todos riram enquanto as crianças já estavam longe, brincando no jardim.

Fica (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora