Visitar a Austrália só com os dois foi incrível, estivemos em duas cidades. Reconheço que amava ver meus meninos juntos, e alí, só nós três, Luan era um pai de se admirar. Com a atenção só pro Heitor, eu muitas vezes via um lado dele diferente do que com as meninas. Menos cuidadoso, mais pra frente, apresentando o mundo pro filho que estava bem animado com a atenção do pai. Heitor era um menino muito bom, grande filho, apesar de ainda novinho era bem próximo de nós dois.
- Estou preocupado com a Cecília. - Ele disse abraçado comigo, quando estávamos sentados na areia da praia de olho em Heitor no mar.
- Por que não com a Mel? - Questionei.
- Mel tem juízo, Natália. - Ele disse respirando fundo e passando a mão no cabelo.
- Mas eu tô morrendo de medo dessa história.
- Não foi você que disse que ela tinha que cometer os próprios erros?
- Já entendi. - Ri. - Gostou porque ele nem mora no Brasil e não vão se ver.
- Depois que essas férias acabar, quero só ver a gente voltar pra Orlando. - Ele riu.
- Luan, sua filha!
- A casa pode pegar fogo, enchente, abelhas pela casa toda. Ou qualquer outra coisa que empeça a gente de voltar.
- Não acredito! - Abri a boca incrédula.
- Amor, eu já tive a idade dele, tá bem? E não era mais virgem. Digo o mesmo pra Cecília e Otávio. Quer dizer, ainda mais pra esses dois. - Ele disse na lata, sem nem a cara de pau.
Mais tarde fomos dar uma volta na cidade, conhecer a Baia de Sidney pela noite. Lugar lindo e iluminado, parecia de outro mundo. Jantamos num restaurante alí perto, temático, decorado de aquários. Heitor ficou encantado com peixes muito exóticos, e Luan nem precisa falar. Eles riam de mim, falando que eu tinha medo.
- Não tenho medo não, amo o mar. - Disse fazendo manha.
- Verdade, filho, sabia que sua mãe ficou me enchendo uma viagem toda pra fazer essa tatuagem que ela tem depois que voltamos de viagem uma vez?
- Mamãe deu trabalho. - Heitor riu.
- Você nem imagina. - Luan riu.
- Eu sou e sempre fui um anjo. Seu pai que sempre foi o problema! - Disse fazendo cara feia.
Os dois entraram num complô contra mim. Heitor paparicava demais o pai.
- Isso que dá deixar as meninas viajarem com aqueles moleques idiotas. - Luan disse rindo.
- Para de falar assim! - Disse.
O telefone dele começou a tocar e ele saiu do restaurante, que era bem barulhento e foi lá pra fora. Demorou um bom tempo até entrar, meio nervoso. Eu não entendi nada.
- Quem era?
- Do escritório.
- O que houve?
- Nada demais, amor, algumas coisa com divulgação.
- E por que você está nervoso?
- Não estou nervoso.
- E eu não te conheço, né! - Fechei a cara pra ele.
Heitor sabia hora de ficar quieto e Luan mais ainda. Não demoramos muito alí, e logo voltamos pro hotel. Heitor estava cansado e dormiu logo, já Luan ficou me mimando, mas não falou o que tinha acontecido, o que me fez dar um gelo nele.
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Fica (Luan Santana)
Fanfic(CONCLUÍDA) Uma história de anos marcada de um lado pela falta de amor, e de outro pelo excesso dele. Natália e Luan são casados, mas a moça, apesar de amá-lo incondicionalmente, não recebe um tratamento a altura. Uma história marcada por marcas do...