115. Era bom Luan se preparar

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Visitar a Austrália só com os dois foi incrível, estivemos em duas cidades. Reconheço que amava ver meus meninos juntos, e alí, só nós três, Luan era um pai de se admirar. Com a atenção só pro Heitor, eu muitas vezes via um lado dele diferente do que com as meninas. Menos cuidadoso, mais pra frente, apresentando o mundo pro filho que estava bem animado com a atenção do pai. Heitor era um menino muito bom, grande filho, apesar de ainda novinho era bem próximo de nós dois. 

- Estou preocupado com a Cecília. - Ele disse abraçado comigo, quando estávamos sentados na areia da praia de olho em Heitor no mar. 

- Por que não com a Mel? - Questionei.

- Mel tem juízo, Natália. - Ele disse respirando fundo e passando a mão no cabelo. 

- Mas eu tô morrendo de medo dessa história. 

- Não foi você que disse que ela tinha que cometer os próprios erros? 

- Já entendi. - Ri. - Gostou porque ele nem mora no Brasil e não vão se ver. 

- Depois que essas férias acabar, quero só ver a gente voltar pra Orlando. - Ele riu.

- Luan, sua filha! 

- A casa pode pegar fogo, enchente, abelhas pela casa toda. Ou qualquer outra coisa que empeça a gente de voltar. 

- Não acredito! - Abri a boca incrédula.

- Amor, eu já tive a idade dele, tá bem? E não era mais virgem. Digo o mesmo pra Cecília e Otávio. Quer dizer, ainda mais pra esses dois. - Ele disse na lata, sem nem a cara de pau.

Mais tarde fomos dar uma volta na cidade, conhecer a Baia de Sidney pela noite. Lugar lindo e iluminado, parecia de outro mundo. Jantamos num restaurante alí perto, temático, decorado de aquários. Heitor ficou encantado com peixes muito exóticos, e Luan nem precisa falar. Eles riam de mim, falando que eu tinha medo. 

- Não tenho medo não, amo o mar. - Disse fazendo manha. 

- Verdade, filho, sabia que sua mãe ficou me enchendo uma viagem toda pra fazer essa tatuagem que ela tem depois que voltamos de viagem uma vez?

- Mamãe deu trabalho. - Heitor riu.

- Você nem imagina. - Luan riu. 

- Eu sou e sempre fui um anjo. Seu pai que sempre foi o problema! - Disse fazendo cara feia. 

Os dois entraram num complô contra mim. Heitor paparicava demais o pai. 

- Isso que dá deixar as meninas viajarem com aqueles moleques idiotas. - Luan disse rindo. 

- Para de falar assim! - Disse.

O telefone dele começou a tocar e ele saiu do restaurante, que era bem barulhento e foi lá pra fora. Demorou um bom tempo até entrar, meio nervoso. Eu não entendi nada. 

- Quem era? 

- Do escritório. 

- O que houve? 

- Nada demais, amor, algumas coisa com divulgação. 

- E por que você está nervoso? 

- Não estou nervoso. 

- E eu não te conheço, né! - Fechei a cara pra ele. 

Heitor sabia hora de ficar quieto e Luan mais ainda. Não demoramos muito alí, e logo voltamos pro hotel. Heitor estava cansado e dormiu logo, já Luan ficou me mimando, mas não falou o que tinha acontecido, o que me fez dar um gelo nele. 

Fica (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora