94. 15 anos de carreira do Luan

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Depois do jantar fiquei brincando com as meninas por muito tempo, tanto que já era tarde quando Natália me avisou que tinha se passado da hora delas dormirem. Ela foi me ajudar a dar banho nelas, mas eu disse que podia supervisionar elas sozinho. Estava fazendo um monte de coisas só pra mimar ela e amolecer um pouco a raiva. Eu mesmo coloquei as meninas na cama depois de ajudar a se trocarem e logo minha princesa apareceu sorrindo pras filhas. 

- Papai, conta uma história! - Cecízinha pediu enquanto pulava na cama da irmã onde Natália estava sentada. 

- Conto, cadê os livros? - Pedi sorrindo e me sentei do outro lado da cama, bem ao lado de Natália.

- Quero da Cinderela! - Melzoca pediu e eu ri porque então começou um discussão entre elas. 

Sorri pra Natália e então tive uma idéia. 

- Eu vou contar uma história nova! 

- Qual? - Melzoca questionou.

- É uma história diferente! - Eu ri. - É a história de um príncipe que cantava, que conheceu uma princesa.

- Conheceu onde? - Cecízinha perguntou e Natália sorriu pra mim, entendendo.

- Ele conheceu ela num show, um espetáculo que ele estava fazendo onde ela morava. Ela era fã e ele chamou ela pra dançar com ele porque vendo ela lá de cima, ele achou ela linda.

- Fã igual as suas?

- Igualzinho. - Sorri.

- Então eles ficaram juntos?

- Não. - Fechei meu sorriso. - O príncipe não era tão legal assim, e ele beijou ela e foi embora. 

- Ele não ficou com ela? - Cecília perguntou abismada. 

- Não.

- Mas assim não é feliz, papai! - Melzoca completou e nós dois rimos.

- Deixa eu terminar! Mas depois que ele foi embora, cantar em outros lugares, todo mundo ficou sabendo que eles se beijaram e o pai dele, rei, obrigou os dois a se casarem. 

- Mas ela não amava ele? - Elas estavam admiradas com isso e nós dois rimos. 

- Ela amava muito, meu amor! - Natália sorriu.

- Mas ele não era muito bonzinho. Ele não gostou de casar e tratava ela muito mal. A princesa sofreu muito, mas ele se apaixonou.

- Sério?

- Ele se apaixonou muito, mas a princesa foi embora, uma bruxa muito malvada levou ela embora.

- Ele ficou sozinho?

- Você não achava ele mal?

- Achava, mas é triste, papai.

- É, é sim. Mas ela voltou logo. Ele ficou muito triste um tempo, mas ele foi buscar ela e tirou ela da bruxa. - Disse me achando. Natália revirou os olhos e riu, se divertindo.

- Depois eles tiveram duas meninas e um menininho e foram felizes para sempre. - Ri.

Natália me olhou pasma.

- Um menino?

- O príncipe, né! - Dei de ombros. - Não pode faltar, vamos conversar sobre isso depois. - Ri.

Natália se divertiu e depois deu um beijo nelas, dizendo que estava na hora já.

- Gostaram da história?

- Sim, papai, eu gostei do príncipe!

- Eu também!

Ri delas e dei um beijo em cada, apagamos as luzes e encostamos a porta e saí atrás de Natália que entrou no quarto. Ela tirou a roupa no quarto, devagar, e ficou desfilando de um lado pro outro de lingerie. Fiquei com vontade de perguntar qual a intenção, mas fiquei só sentado de canto olhando a cena enquanto ela parecia querer achar um pijama. Mas estava tão hipnotizado pela mais nova loiraça, que não resisti. Me aproximei enquanto ela estava de costas e a abracei por trás. Natália se assustou e saiu dos meus braços me olhando feio.

- O que está fazendo?

- Eu pensei que pudesse ir tomar banho com você. - Fiz cara de gatinho do Shrek.

- Não pode, não entendeu que estou brava com você? - Ela falou firme mas eu sabia que estava se esforçando pra me manter longe.

- Mas a gente estava bem com as meninas e... - Justifiquei.

- Luan, é mesmo sério, eu estou muito chateada. Mas não é por isso que vou fingir que não é meu marido, que eu não te amo ou que você não mora aqui, né? Conversar com você não significa que eu esqueci. Vai ter que lutar, mocinho.

Ela saiu rebolando novamente e me deixou alí parado, olhando sem muito ter o que dizer.

Uma semana depois...

Eu não podia estar mais encrencado, ou azarado, não defini ainda. Natália tinha decidido que não ia no meu show no fim de semana, só porque eu já tinha arrumado tudo e iria cantar pra ela a música que compus. Ela brigou, reclamou e jogou na minha cara mais uma vez que estava chateada quando eu pedi pra ela "levar as meninas" mas na verdade, era só um disfarce mesmo. Meu mau humor estava horrível, e pra ajudar com tudo, eu ainda tinha um programa de TV na segunda-feira e só voltaria pra São Paulo na terça-feira. E se quisesse me redimir com ela mantendo meu plano original seria só no outro fim de semana.

POV Natália.

- Natália, minha querida, precisamos organizar uma festa! 

Uma semana depois, comigo ainda brava com Luan, Mari me aparece com essa. 

- Festa? - Perguntei.

- 15 anos de carreira do Luan! - Ela disse tão animada que me perguntei como podia ter me esquecido disso. 

- Nossa, verdade! - Botei a mão na cabeça e sorri. 

Que orgulho, meu Deus! 

- Vai me ajudar, né? 

- Claro que sim, Mari! Vamos atrás hoje mesmo! As meninas vão ficar cuidando do avô. - Ri e logo em seguida combinei com ela. 

Luan tinha ido viajar de madrugada e eu fiquei com o coração partido de dizer não pra ele mais uma vez. Não queria ser ruim, só mostrar pra ele que se ele fizesse isso de novo, iria me perder. Mas afastei meus pensamentos e comecei a colocar no papel tudo que eu estava planejando. Assim que as meninas chegaram, dei comida pra elas e fui pra casa da minha sogra com as duas. Lá eu fiz uma lista de convidados um pouco grande, com muitas pessoas que foram importantes pra carreira dele e amigos próximos, enquanto Mari ligava pra alguns fornecedores. Bruna mandou do Rio o número de um decorador e Mari acertou tudo pelo telefone enquanto eu revisava a lista umas 20 vezes. Planejamos isso a tarde toda e o trabalho com as idéias se estendeu até a hora do jantar. Decidi comer alí com as meninas e dormir alí mesmo, já que o outro dia seria sábado e longo, atrás de todas as coisas.

Mari e eu nos reunimos logo cedo com o decorador. Ele nos deu idéias simples e decidimos fechar num salão não muito grande e fazer algo onde ele pudesse cantar e também dançar. 

Eu estava muito animada pra fazer essa surpresa pra ele e acabar de vez com tudo que estava acontecendo. Eu amava Luan demais e aquilo estava acabando comigo. Confiava nele e nem tinha mais porquê. 

Depois de um fim de semana de tanta correria, mal consegui falar com Luan, o que o fez pensar que eu ainda não estava amolecida com ele, mas eu agradeci, porque então a surpresa seria ainda maior. Estava feliz e orgulhosa demais e queria muito comemorar logo toda aquela conquista. 

Quando terça chegou, eu e Mari fomos cedo acompanhar a montagem do local. Tudo estava instalado e pronto pra funcionar. Rober ia cuidar de levar ele até lá e eu, Mari e Bruna fomos num salão nos arrumar. 

Mal esperava pra ver a cara do meu marido e ver a felicidade no brilho dos seus olhos! 

Fica (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora