105. Ansiosos, nervosos e um pouco angustiados

546 20 8
                                    

1 mês e meio depois... 

POV Natália.

O parto do nosso menino estava cada vez mais próximo e a medida que ele se aproximava, Luan cuidava mais e mais de mim. Feliz, realizada e me sentindo cada vez mais mãe, eu estava radiante. Só de me olhar, Luan dizia ver a felicidade pelos meus olhos. E eu via no dele. 

Nessa altura do campeonato, quase 10 dias do bebê nascer, Luan já tinha tirado umas férias de um mês, em pleno mês de Abril. Sendo assim, nossa viagem de férias pra Orlando no meio do ano estava fora de cogitação. Heitor havia me engordado muito e mal conseguia andar dentro de casa. Luan vivia rindo de mim pra cima e pra baixo, toda andando com dificuldade e não via a hora dele nascer. 

Ele tinha saído pra buscar as meninas na escola e eu fiquei cuidando do almoço. Estávamos desacelerando as coisas devagar, nos preparando, por que "Toi" podia vir a qualquer momento. Não comprei muita comida na última compra, já que Cecília e Melissa passariam uns dias na casa dos avós assim que ele desse sinal. Aos poucos tudo estava se preparando pra chegada do príncipe. 

Luan chegou com as meninas agitadas. Elas tinham sido convidadas pelo pai de uma amiga a ir brincar na casa dela a tarde. Pediram pro pai babão e ele deixou. Depois do almoço subiram agitadas pra cima escovar os dentes e tomar banho. Luan tirou a mesa pra mim, que ainda comia motivada pela enorme fome que estava sentindo e subiu pra ver elas. Eu arrumei a cozinha e depois subi e ajudei Luan, que todo atrapalhado estava penteando o cabelo delas. 

- Vou levar elas e depois eu venho aqui e vamos passar a tarde na casa dos meus pais. - Ele disse me dando um selinho. 

Elas saíram de casa lindas, e foram com o pai, alí próximo mesmo. Eu tratei de me arrumar, depois de tomar banho, e quando Luan chegou já estava quase pronta. Ele mesmo fechou a casa e eu fui abrindo o carro. 

Assim que cruzamos a porta de mãos dadas, Mari já apareceu com um sorriso e um pacote, cheia de roupinhas que ela viu e comprou. Luan babava até mais que eu, encantado pelo menininho dele. 

O pai estava no escritório, não tinha largado o trabalho depois de se recuperar e ganhar alta do médico, o que deixava Luan e Bruna de cabelos em pé, e bem bravos com a situação. 

Ficamos um bom tempo alí, até quase o meio da tarde e então convenci Luan a me levar pra dar uma volta, já que eu vivia trancada dentro de casa agora. O passeio rendeu muito, e convenci também ele a passar no MC. Ele me olhou feio por estar comendo porcaria perto da chegada do bebê, mas disse que era melhor agora do que quando estivesse amamentando ele. 

Ele ria enquanto comia seu lanche, me olhando com os olhos encantados. 

- Me deixa comer sem ficar me olhando? - Ri. 

- Acho linda você se lambuzando toda com o lanche. Parece uma criancinha. 

- Só tenho 27 anos, meu amor! Sou um bebê. Você que é velho. 

- Nossa, que exagero, só alguns anos a mais que você. Mas você é sim, minha neném. - Ele disse rindo e me deu um beijo na testa. 

Era bom passear assim com ele, sem destino, sem planos de um mês antes. Luan hoje era muito mais natural que antes. Atendeu algumas pessoas, sem nenhum problema e saímos logo, não antes de convencer a ele que um sorvete não me mataria. E meu maridão que me mimava, esqueceu toda a dieta que eu tinha no momento e atendeu meu pedido. 

Passamos pra pegar as meninas felizes, era bom estar num momento relaxado com ele, antes da nossa vida dar uma pequena agitada novamente. 

Uma semana depois...

Era sexta e eu estava sentido que Heitor não passaria desse fim de semana. Agradeci muito aos céus por Luan estar em casa há um tempo já. Eu queria que ele participasse disso e também me sentiria muito mal e meio perdida caso ele não estivesse ao meu lado. Mais uma vez, ele estava cuidando muito de mim, mostrando que outra vez seria um excelente pai. Eu esperava que o parto de Heitor fosse muito mais fácil que o das gêmeas, já que sofri muito e foi bem difícil. Planejava um parto normal, e se tudo ocorresse bem, conseguiria. Arrumei o quartinho devagar, estava tudo pronto e eu estava muito ansiosa.
Luan voltou pra casa depois de levar as meninas e me encontrou acordada no quarto do bebê.

- Amor, volta pra cama, princesa. - Disse me acariciando.

- Estou ansiosa.

- Eu não vejo a hora, mas está cedo e você tem que descansar bastante pra quando esse menino resolver nascer. - Riu.

- Senti sua falta na cama. - Sorri dando a mão enquanto ele me guiava.

- Então já podemos voltar. - Ele riu, todo carinhoso comigo.

A semana passou e Heitor nem deu sinal. Eu não aguentava mais, estava exausta e muito ansiosa pra tudo acabar logo e ter ele nos meus braços, mas parecia que o momento nunca chegaria. Luan me pedia paciência, as meninas até começaram a dar trabalho. Com os ânimos a flor de pele, ansiedade e já sem muita paciência mesmo, elas sentiram a tensão da casa e começaram a ficar super estressadas.

Luan resolveu levar elas pra passar a tarde na casa da mãe e assim que ele saiu, estava deitada e comecei a sentir dores, fracas de início, mas assim que ouvi ele parando o carro, elas começaram a aumentar. Desconfiei e rezei pra que fosse Heitor querendo nascer, então Luan chegou e já criou desespero ao me ver. A medida que tentava me acalmar, ele entrou em crise de nervoso e quase queria me pegar no colo e voar pro hospital, mas tentei fazer tudo com calma e dei um berro com ele que entrou no carro todo eufórico.

- Olha, não é a primeira vez que passa por isso, então é melhor você respirar fundo que o próximo desespero seu eu que vou dirigir! - Disse séria e olhando feio pra ele.

- Nossa, precisa falar assim? - Ele me olhou assustado.

- Precisa, não é hora de você dar piti! Eu quero que nasça logo, estou muito nervosa, então você se controla e me ajuda se não eu surto já!

- Pronto, calma! Vai nascer já!

Ele voltou a dirigir enquanto eu tentava respirar e manter as dores num nível suportável, o que não foi muito difícil. Consegui ligar pra Mari e tudo mais, no meio do caminho. Quando cheguei no hospital já não consegui mais controlar o nervosismo e Luan se mostrou mais focado e me ajudou muito. Quando estava instalada, num quarto, com mais dores, uma enfermeira veio me examinar e veio a decepção.

- Acho que Heitor não está querendo nascer. - Ela sorriu pra mim. - Ainda não está em trabalho de parto, mas foi bom ter vindo e acho que entrará a qualquer momento.

Então, tivemos que aguardar, ansiosos, nervosos e um pouco angustiados.

Fica (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora