114. Meio aflito, nervoso

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Não foi fácil pra Cecília com o pai. Eu deixei os dois se entenderem e fingi que não estava nem vendo a confusão e deixei Luan decidir o que era melhor. Ele como pai sempre sabia agir melhor nesses momentos, já que eu sempre ficava com dó. Mas como ela tinha sido muito irresponsável, eu resolvi que ela realmente precisava de um limite alí naquele momento. 

Ao mesmo tempo, comecei a me preocupar com Mel, que não saía mais do celular ou computador, sempre conversando com Arthur. Eu como mãe já imaginava o que estava por vir e sabia que não seria nada fácil. 

- Mamãe, eu posso passar as férias na casa da tia Isa? - Ela perguntou do nada enquanto me ajudava no almoço de domingo, num dia especial que Luan estava em casa.

Falou como se fosse a casa da Bruna no Rio de Janeiro, e não em Orlando.

- Seu pai está planejando a viagem para a Austrália faz tempo. 

- Mas eu queria ir pra Orlando. Thur falou com a tia, ela disse que vai amar me receber lá.

- Vou ver com seu pai, Melissa. 

- Por favor, mãe, pensa com carinho. 

Eu já imaginava o motivo do pedido, e também sabia que isso não era um bom sinal. 

Passamos o dia em família. Luan jogou bola com Heitor e conversou muito com o pai, enquanto Mari, eu e as meninas, fofocamos o dia todo. Mas assim que todos já estavam na cama pela noite e eu entrei no quarto depois do banho, decidi falar com Luan. Me deitei nos seus braços e ele desligou a TV, me dando um selinho delicado.

- O que foi que está com essa carinha preocupada?

- É a Mel. 

- Melzinha? - Ele estranhou. - Mas por que? Não notei nada de diferente. 

- Ela me pediu pra passar as férias em Orlando. 

- Mas a gente já discutiu isso. Vamos no fim do ano, mas agora vamos pra Austrália.

- Eu sei, mas ela quer ir sozinha. 

- Sozinha?

- Luan... Eu acho que ela está apaixonada pelo Arthur.

- Você acha? - Ele disse depois de longos segundos de silêncio. 

- Tenho certeza. O que você acha?

- Não sei se devemos deixar ela ir. Ele mora em outro país, Natália... Eu não sei!

- Tem medo de impulsionarmos isso, não é?

- Sim. A Mel é diferente da Cecí, ela é mais delicada, sensível. Um relacionamento entre eles, ela pode sair machucada. 

- Talvez ela devesse ir pra ver se é isso que ela quer mesmo. - Ele continuou sério. - Amor, elas estão crescendo, não são mais menininhas, e justamente por isso, devemos deixar cometerem os próprios erros. Se der certo, deu. Se não der, ela aprende algo com isso. 

- Não estava preparado pra mais essa. - Ele disse suspirando.

- Nem eu, mas a gente sabia que ia chegar. E pensa por um lado, são rapazes bons, de boa família e conhecidos por nós, cresceram com elas. 

- Traíram nossa confiança, isso sim! - Disse emburrado. 

- Para com isso, seu bobo. - Ri beijando seu rosto. - E então? - Ele ficou me olhando alguns segundos. 

- Está bem, vai, mas você vai falar com ela antes, entendeu? 

- Tudo bem, converso com ela. - Sorri e beijei sua boca. - Esse meu marido é mesmo muito bonzinho.

Fica (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora