28. Gosto da maneira como me trata agora

1.3K 43 9
                                    

- Amor, eu quero fazer uma tatuagem!

Natália me acordou com aquela. Eu mal tinha aberto os olhos e ela me vinha com isso.

- Como?

Passei a mão pelos olhos tentando acordar já que minha menina estava em cima de mim, com uma perna de cada lado, me fazendo pensar coisas que seriam maravilhosas aquela hora da manhã se ela não tivesse me dado um susto tão grande.

- Por favor, me leva lá, eu já achei um lugar na internet... Eles abrem hoje.

- Você está louca? - Acariciei seu rosto.

- Estou muito ansiosa.

- Tem certeza?

- Quero agora!

- Mas é uma coisa que tem que pensar muito, amor... Você pensa melhor e quando chegar no Brasil eu vou com você, já que é isso que você quer.

- Eu já pensei.

- Nunca falou sobre isso, Natália. E outra, vou te levar onde eu confio. Vai escolher o local, o desenho, tudo com calma.

- Eu já decidi.

- E o que vai ser?

- Quero uma tartaruga marinha!

- Sério? - Me assustei.

Tartarugas eram lindas, e eu tinha certeza que ela havia se encantado por conta do mergulho, onde vimos algumas.

- Pequena.

- Tudo bem, se você quer, nós vamos. Mas no Brasil.

- Promete? - Ela beijou meu pescoço.

- Prometo. Onde?

- Na virilha. - Disse no meu ouvido e saiu rebolando só de calcinha e uma blusinha, em direção ao banheiro.

- Essa menina vai me enlouquecer.

Mandei mensagem pros meus pais e logo estava entrando no banho assim que Natália apareceu com um biquíni pequeno demais pro meu gosto. Fingi que não vi e fui tomar meu banho.

- Ficou bom, amor? - Ela perguntou antes de colocar a saída de praia.

- Ah, ficou.

É claro que tinha ficado, mas eu ia dizer que não. Aliás, tinha ficado mais do que bom, pra ficar alí no quarto.

- Como assim, "ah, ficou"?

- Sei lá, acho que não te valorizou.

Ela fez cara de espanto e olhou no espelho enquanto eu escolhia uma bermuda.

- Boa tentativa, mas não adiantou, engraçadinho. - Ela apertou minha bochecha e colocou aquele vestido justo de crochê. Ficava linda nele, e com aquele biquíni, eu teria insistido mais pra trocar se não estivesse só com minha família.

Durante a manhã e a tarde, ficamos o tempo todo na praia da frente do quarto. Bruna e Carlos ficaram de pegação na água e nós quatro ficamos um pouco na sombra da árvore evitando um pouco o sol forte.

- Filho, sabe o João? - Amigo dos meus pais.

- Sei, o que tem?

- A filha dele e o marido estão esperando um bebê! - Minha mãe sorriu e sinto Natália ficar tensa ao meu lado. Já sabia o que vinha.

- Olha, que legal! Ela tem quantos anos?

- Sua idade! Estão casados faz um ano! É uma menininha!

- Pai de menina. - Eu ri. - Coitado!

- Coitada da menina! - Ela me olhava sugestiva e eu tentava ignorar. - Já pensou uma menininha brincando na areia! - Ela olhava o mar.

- Onde quer chegar, Dona Marizete?

Meu pai me olhava rindo e Natália estava quieta, abraçada a mim.

- Um bebezinho seria tão bom, Luan! Estão casados há tanto tempo já.

- Quando tiver de ser, vai ser, mãe. - Me levantei e Natália foi obrigada a me soltar. Dei a mão pra ela e a convidei pra dar uma volta na praia. Quando estávamos um pouco afastados, parei e olhei pra ela.

- Não fica chateada.

- Não, está tudo bem.

- Tem certeza? - Ergui minha sobrancelha pra ela e sorri.

- Sim. - Ela riu de mim.

- Então acho que tenho que dar um jeito de não ficar bem.

- Ah não, Luan! - Ela gargalhou e saiu correndo.

Corri atrás, fingindo que não a alcançava, até que ela foi entrando no mar.

- Cuidado! - Disse e ela gargalhou.

- Você acha que vou deixar o mar me levar?

Estava bem mais próximo quando ela disse isso e então enquanto olhava pra trás, onde eu estava, tropeçou, dando um grito assustada. Quando ela ia cair, peguei.

- Eu mandei tomar cuidado, sua desastrada.

- Tem um pedra aqui.

- Isso que dá! - Ri e me sentei ao seu lado na água rasa do mar, passando um braço pela sua cintura.

- Sabe o que eu quero?

- O que? - Ela perguntou.

- Um beijo.

- Não. - Fez charme.

- Não? Sou seu herói, amor!

Ela ficou rindo pelo menos dois minutos. E depois sentou no meu colo e passou os braços pelo meu pescoço.

- Eu te amo assim, sabia, meu herói?

- Eu também te amo.

- Não, não é isso. - Ela olhava dentro dos meus olhos. - Disse que amo você assim, feliz, sorrindo, e não emburrado e de mau humor, como antes. Gosto da maneira como me trata agora, da maneira que é meu protetor. Carinhoso, me dá atenção.

- Está ficando é mimada demais. Faço muito seus gostos! - Ri brincando com ela. - Mas é sério agora! Eu fico muito feliz de ouvir que você está feliz agora. Porque eu sei que errei muito com você, até umas semanas atrás aí. Mas eu tô amando te mimar, cuidar de você! - Peguei em sua cintura. - Mas agora seu herói quer o beijo.

Fica (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora