72. Qual o seu?

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POV Luan.

Enquanto Natália se afastava, ele olhava seu corpo descaradamente. Eu ia saber qual era a dele agora.

- Pode parar de olhar minha esposa por favor? – Fui grosseiro, aquele cara estava me irritando e muito.

- Ela é muito gostosa.

- Não me lembro quando alguém aqui te deu o direito de falar assim dela. – Rosnei. Só não brigava com ele porque estava segurando minhas filhas.

- Foi só um elogio. – Ele rendeu as mãos.

- Não estou interessado nos seus elogios.

- Eu já vi ela dançar, é linda! Coisa mais linda...

- Dançar? Natália não dança. – Falei pegando o colar que Cecília deixou cair e devolvi pra ela.

- Não precisa mentir pra mim, amigos, lembra? – Olhei feio pra ele. – Eu achei que tinha confundido ontem, mas não... Olhando ela aqui, tenho certeza absoluta.

- Não sei do que você está falando.

- Da boate do Rodrigo cara, você sabe. A máscara enganava bem, mas eu nunca esqueceria esse corpo.

- Natália nunca dançou em boate alguma.

- Então me conta: Onde ela esteve quando se separaram?

- Florianópolis, na casa dos pais. – Menti. – Mas que eu me lembre, estou muito irritado com a sua falta de respeito no momento e não te devo satisfações. – Disse segurando a vontade de quebrar a cara dele ao meio.

Natália tinha razão, ele era ruim e eu sabia que estava querendo chegar em algum lugar.

- Não, ela estava na boate do Rodrigo. Via ela dançar quase todo dia... Eu sei do que estou falando.

- Bom pra você, estou farto da sua insistência nessa palhaçada, sem contar o respeito zero. Pode se retirar por favor?

- Acho que não. Acho até que você não sabe. Rodrigo deve ter uma foto, eu posso ver se consigo.

- Cara, Natália não dança, entendeu? – Falei mais alto e Melissa chorou.
Coloquei Cecília no cobertor, deitada no meio das minhas pernas e balancei Melissa.

- Você não sabe o que tem em casa, Luan...

- Sei muito bem, quem não sabe é você.

Fiquei esperando ele ir embora. Não tinha como sair dali agora, ainda mais com Natália no mar, e ela voltar enquanto ele estava alí era completamente inviável. Também não queria que soubesse o hotel que estávamos, mesmo indo embora no dia seguinte. Melissa parou um pouco, mas mantive ela nos meus braços.

- Rodrigo deve ter chorado por perder essa preciosidade. – Ele provocava na maior cara de pau e aquilo estava me deixando louco.

Comecei a pedir a Deus paciência. Mas foi quando ele começou a narrar as danças de Natália que eu perdi totalmente minha paciência e peguei forte em seu braço com a mão livre.

- Quanto você quer?

Ele me olhou assustado e puxou o braço. Por essa nem mesmo ele esperava.

- Ei, que isso, parceiro, me solta!

- Para de me provocar, deixa a Natália em paz.

- Me solta! – Soltei seu braço. - Eu não vou parar porque não fiz nada, cara, só estou falando o que eu vi. Vi e desejei muito tempo, ainda desejo.

- Você não tem noção do que está fazendo. – Tinha certeza que meus olhos estavam vermelhos de raiva. – Quanto você quer pra deixar a Natália em paz?

Fica (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora