62. Olhar triste

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POV Natália.

Ser mãe foi sem dúvidas a maior emoção da minha vida. Talvez por tudo que passei pra ser mãe. E não foi só a perda do nosso bebê, mas também tudo que aconteceu com Luan e na minha vida, principalmente com meus pais, que naquele momento era sem dúvidas o único buraco do meu coração.

As duas primeiras semanas ficamos na casa dos pais de Luan. Eu não sabia como fazer muita coisa e sua mãe me ajudou muito, assim como ele e seu pai. Bruna estava trabalhando, passava maior parte do tempo no Rio gravando, mas toda vez que pisava em São Paulo, mimava imensamente as minhas gêmeas. Mas como as enfermeiras me falaram, eu tinha tido muita sorte, as meninas eram quietas, choravam pouco, só quando tinham fome ou precisava trocar a fralda. De noite, muitas vezes tinha que acordar elas pra mamar. A médica recomendou amamentar de tempo em tempo, e não podia deixar elas dormirem sem se alimentarem, então algumas vezes acordei elas. Luan me ajudava, levanta junto e tudo mais, com o maior sorriso no rosto. Estava sendo um pai babão e prestativo, até me surpreendendo com a maneira que lidava com tudo. Seguro com as suas atitudes, não tinha medo de fazer qualquer coisa que fosse. Queria colocar pra arrotar, aprender a trocar as fraldas, me ajudava a dar banho e tudo mais. Eu sabia que apesar de tudo, não podia ter escolhido um marido e um pai melhor pras minhas filhas. Elas vieram pra confirmar nossa união e nosso companheirismo. Eu sabia que Luan estaria ao meu lado pro resto da minha vida. 

O tempo passou até que rápido. Luan voltou a viajar depois de um mês e meio que as meninas estavam nascidas. Ele foi com muito pesar, doeu muito nele e eu percebi. Me abraçando, ele disse que parecia que ele estava deixando uma parte de si. E então, eu respondi que ele estava, deixava uma parte do seu coração pra eu cuidar, mas por um bom motivo: ir buscar a outra parte do seu coração. Dessa forma, ele se despediu sorrindo, mas não demorou muito a voltar. Seus shows tinham uma dinâmica mais tranquila e ele iria conseguir aproveitar bem as filhas, sem perder suas meninas.

O casamento da Bruna chegou e era o primeiro evento delas, e também a primeira vez que saíam de casa. Estavam mais crescidas, mais fortes e agora estavam demostrando o rosto de Luan. Já era possível observar cada traço dele nelas, o que deixava meu marido todo bobo e eu, apaixonada. Mas seus olhos, eram claros como meu, o que rendia do pai elogios e brincadeiras, dizendo que tinham escolhido o que eu tinha de mais bonito.

Vestidas de roxo, brilharam no casamento da tia, e ainda mais pros fotógrafos, que se esbaldaram com as fotos delas, ainda mais as fãs que se derreteram por Luan, que tinha postado uma foto com as duas em seu colo, uma de cada lado, revelando enfim o rostinho delas. Até que conseguimos aproveitar bem a festa, até dançamos enquanto elas dormiam, mesmo com a música alta. Mas não demorou muito pra se irritarem e começar a chorar, em sintonia. Então, Luan ficou com dó e resolvemos ir pra casa. Ele ainda teria uma semana de viagem e ficamos de ir pra Londrina assim que Bruna viajasse de Lua-de-Mel no dia seguinte. 

- Abre a porta pra mim, amor? - Pedi pra ele assim que paramos na garagem. 

- Pode deixar que eu levo elas. - Ele falou, me dando a chave de casa. 

Abri tudo e acendi as luzes enquanto ele pegava elas no carro. Veio até mim, me deu Cecília e voltou pra pegar Melissa, depois pegou a outra comigo e subiu com as duas, que agora estavam agitadas enquanto eu fechava o carro e a casa. Fui no quarto delas, ajudei ele a trocar as fraldas e a roupa, e amamentei elas e depois que as duas estavam cada uma no seu berço, dormiram na hora. 

Luan foi ao banheiro e eu tirava os brincos e desmanchava o cabelo quando senti sua mão sobre meu ombro e depois ele me puxou pra si. 

- Estou morrendo de saudade de você... - Sorri, ainda de costas e depois me virei, passando meus braços por seus ombros.

Fica (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora