12. Eu achei que...

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Logo pela manhã, depois de tomar café um pouco tarde, já que nossa noite havia sido um pouco agitada no quarto, pegamos o carro e decidimos conhecer a pequena Praia do Americano, um lugar que recebeu esse nome graças aos americanos que a usavam, sendo muito conhecida por ser perfeita para casais, porque ela garante maior privacidade aos seus visitantes por ser praticamente deserta. Quando chegamos, logo entendemos a fama. Com as suas areias claras e fofas e as suas ondas bem fracas, era ótima para nadar a dois. Um paraíso sem igual. Que eu não havia conhecido em Noronha, justamente por não estar acompanhado. Fascinados, tiramos algumas fotos e aproveitamos muito, já que quase não tivemos companhia o dia todo.

- Imagina isso de noite. - Disse olhando o mar com Natália no meu colo, molhados.

- Não tem graça de noite. Não dá pra ver o mar.

- E também ninguém vem aqui.

- Justamente por isso.

- Justamente por isso. - Ri malicioso e ela entendeu o que eu estava dizendo, mas minha idéia foi recebida com um tapa no braço.

- Tão inocente, meu Deus. - Acariciei seu rosto rindo.

- Você com essa sua pouca vergonha que não é da Terra de tão grande. - Ela se levantou limpando a areia da perna linda que tinha.

- Só expressei meus pensamentos.

- Bem poluídos por sinal. - Dizendo isso saiu correndo pro mar.

- Onde você...

- Vem! - Ela sorriu lindamente andando de costas pro mar e me olhando.

Fiz menção de levantar quando Natália me chamou com os dedos, e então eu larguei todas nossas coisas e corri o mais rápido que pude até minha perdição, que já entrava no mar.

- A gente precisa se amar aqui. - Disse em seu ouvido enquanto a abraçava pela cintura no meio do mar.

- Mas nunca! - Ela gargalhou.

No começo eu realmente estava brincando, mas agora a idéia não parecia tão brincadeira assim e eu já estava imaginando as cenas na cabeça. Aquele corpo lindo ao qual estava grudado, jogada naquela areia branca, seria a coisa mais linda do mundo.

Ela se virou pra mim e passou o braço pelo meu pescoço com um sorriso no rosto.

- Podemos fazer isso na pousada, o que acha?

- Acho que já fazemos isso em casa.

- Entendi. Então não quer na pousada? - Ela ergueu a sobrancelha pra mim e eu já comemorei satisfeito.

- Isso mesmo. - Gargalhei. - Que bom que você entendeu.

- Entendi, então, quando chegar em casa semana que vem a gente faz isso.

Fiquei olhando alguns segundos seu rosto sério pra mim até entender o que ela tinha falado.

- Ah, não, amor, você ainda não entendeu. Eu disse que já que achamos esse paraíso deserto, eu acho que...

- Eu entendi. - Ela riu. - Quem não entendeu foi você, meu neném. - Ela me beijou o rosto e se soltou rindo.

- Pow, amor, eu achei que...

- Que? - Ela perguntou fazendo a mesma coisa com a sobrancelha.

- Que a pousada está ótima pra mim. - Sorri e segui ela enquanto a abraçava novamente.

- Eu achei que tinha dito que...

- Amor! - Gritei. - Esquece o que eu disse, neném.

Ela gargalhou e ri a acompanhando. Sua risada contagiava.

Logo depois de almoçar num quiosque na praia ao lado, voltamos pro nosso paraíso andando na costa. Deixamos os pés molharem e Natália se cobria com uma saída de praia meio transparente, deixando seu corpo a mostra. Não cansava de olhar e ver o quanto a minha esposa era linda. De mãos dadas, ela apontava alguns barcos ou morrinhos que via, assim como passarinhos e siris. Uma menina, completamente. Naquele momento, parei pra ver o quanto cada um de seus movimentos eram perfeitos. Cada sorriso, cada gesto com as mãos, até o movimento dos seus lábios ao falar ou o jeito que olhava o mundo a explorar. Só saí dos devaneios quando ouvi suas palavras.

- Eu não sei se você sabe de uma coisa.

- O que? - Perguntei.

- Meu sonho. - Ela me olhava nos olhos.

- Sonho?

- É. Profissão.

- Qual é?

- Era. Eu sonhava em ser bióloga marinha.

Fui surpreendido com aquilo. Eu realmente não sabia.

- Eu não sabia. - Parei nossa caminhada.

- Não conversamos muito sobre isso. - Me senti mal.

- Eu sinto muito.

- Pelo quê?

- Por não ter realizado.

Ela olhou o mar e deu um sorriso fraco, depois abaixou a cabeça e se sentou perto de onde a maré parava. Me sentei ao seu lado.

- Não foi culpa sua. E isso nem é tão importante mais.

- Sonhos são importantes.

- Meu filho tomou o lugar desse sonho. E ele se desmanchou. Esse sonho um dia existiu, mas não está mais aqui.

- Por isso gosta tanto do mar.

- Eu amo o mar.

Ficamos em silêncio por alguns minutos.

- Sabe, se eu não tivesse virado cantor eu seria...

- Biólogo.

- Como você sabe?

- Todos sabem. - Gargalhamos. - Mas você sumiria no mato, com certeza.

- E você no mar.

- Sim.

O silêncio voltou a reinar e eu fiquei feliz por ter a oportunidade de conhecer um pouco dela. Então, levantei e sugeri que voltássemos a andar, o que logo foi aceito e seguimos nosso caminho até a praia em que jogaria Natália na areia e nos amaríamos até amanhecer, nos meus sonhos, claro.

•••
{ supresaaa!!! Hahaha. Como eu já havia deixado nos avisos pra vocês, hoje iria anexar ao capítulo o vídeo (trailerzinho) que fiz pra fic e vocês conheceriam a personagem da Natália. Se observarem bem, todas as cenas do vídeo remetem ao enredo da história, seja em situações de capítulos postados ou dos que ainda virão. Espero que tenham gostado, acredito que com imagens seja melhor de imaginar isso tudo e vou trazer mais disso em alguns capítulos específicos.
Enfim, desejo a todos uma ótima leitura! Lembrando que é muito bom para a fanfic vocês votarem na ⭐ e comentarem! Beijos 💛 }

Fica (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora