49. Entrando em pânico

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Assim que entrei, procurei por Rodrigo. Ele estava no escritório. 

- Sumiu de novo? 

- Não vou dançar hoje, Rodrigo. 

- Como não? - Ele ficou bravo. 

- Não vou dançar, você não é meu patrão. 

- Vai sair?

- Vou! - Ele ergueu os braços.

- Fique a vontade, Natália, só não se esqueça, esse cara vai fazer a mesma coisa de novo e não vai ser eu que vou limpar sua lágrimas. 

- Eu não pedi pra limpar nada! 

- Tudo bem, se já acabou pode se retirar... - Ele me olhou feio e eu saí de boa vontade. 

Corri pro meu quarto e tratei de me arrumar. Estava feliz, Luan me deixou ver algo bom nele, e eu sabia que havia voltado a admirar um pouco o Luan como homem. Amar eu sabia que amava, agora admirar era diferente, mas ele tinha recuperado um pouco disso e recuperava pouco a pouco. Me vesti bem antiga Natália, vestidinho romântico e uma maquiagem simples, dei comida pros peixinhos e resolvi sair da boate um pouco antes e esperar Luan do lado de fora. Ela abriu bem na hora que eu tinha combinado com ele, então mandei uma mensagem e esperei ele sentada num barzinho que havia do lado, mas mal sentei ele já apareceu, dizendo ter esquecido que eu não podia sair quando a boate abrisse.

- Falou com o Rodrigo? 

- Falei. 

- E aí? 

- Tudo bem! - Sorri pra ele enquanto dirigia. 

- Perfeito! - Ele abriu um sorriso. 

O caminho até sua casa foi silencioso. Observei ele pelo canto do olho. Estava muito bonito, perfeitamente arrumado. Quando paramos na garagem, ele desligou tudo enquanto eu saía. A casa estava toda apagada, e então ele abriu a porta acendendo as luzes. 

- Cadê seus pais? 

- Eles estão em Londrina. E a Bruna no Rio. 

- Ah... - Abaixei a cabeça sem graça enquanto ele foi pra cozinha. 

- Mas não vamos passar fome, viu? - Ele riu. - Pelo menos eu acho! - Se debruçou sobre forno e olhou alguma coisa. 

- Que cheiro bom!

- Eu fiz lasanha! - Ele riu. 

- Você? - Gargalhei. 

- Sim! Segui direitinho os passos que minha mãe deixou. - Ele ergueu um papel. - Acho que está pronta, vamos comer? 

- Claro! - Ri e me aproximei sorrindo, pegando a luva da sua mão. - Eu ajudo. 

Tirei a lasanha e fiz tudo que precisava. A aparência estava ótima e o cheiro também. 

- Acho que você já pode casar! - Ri pra ele. 

- Olha, eu também acho! - Ele me olhou sorrindo e fiquei sem graça. 

Comemos conversando sobre o orfanato. Luan contou da reforma, das crianças e de como foi difícil o início pra ele. Relatou que não se sentiu seguro, mas com o tempo passou a se sentir em casa, ou até melhor que isso. Contou também que apesar da insistência, não tinha levado seus pais lá. 

- Por que?

- Acho que se fizer isso, vai deixar de ser meu refúgio, deixa de ser tão meu. 

- E por que me levou? - Questionei sem entender.

Fica (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora