Assim que entrei, procurei por Rodrigo. Ele estava no escritório.
- Sumiu de novo?
- Não vou dançar hoje, Rodrigo.
- Como não? - Ele ficou bravo.
- Não vou dançar, você não é meu patrão.
- Vai sair?
- Vou! - Ele ergueu os braços.
- Fique a vontade, Natália, só não se esqueça, esse cara vai fazer a mesma coisa de novo e não vai ser eu que vou limpar sua lágrimas.
- Eu não pedi pra limpar nada!
- Tudo bem, se já acabou pode se retirar... - Ele me olhou feio e eu saí de boa vontade.
Corri pro meu quarto e tratei de me arrumar. Estava feliz, Luan me deixou ver algo bom nele, e eu sabia que havia voltado a admirar um pouco o Luan como homem. Amar eu sabia que amava, agora admirar era diferente, mas ele tinha recuperado um pouco disso e recuperava pouco a pouco. Me vesti bem antiga Natália, vestidinho romântico e uma maquiagem simples, dei comida pros peixinhos e resolvi sair da boate um pouco antes e esperar Luan do lado de fora. Ela abriu bem na hora que eu tinha combinado com ele, então mandei uma mensagem e esperei ele sentada num barzinho que havia do lado, mas mal sentei ele já apareceu, dizendo ter esquecido que eu não podia sair quando a boate abrisse.
- Falou com o Rodrigo?
- Falei.
- E aí?
- Tudo bem! - Sorri pra ele enquanto dirigia.
- Perfeito! - Ele abriu um sorriso.
O caminho até sua casa foi silencioso. Observei ele pelo canto do olho. Estava muito bonito, perfeitamente arrumado. Quando paramos na garagem, ele desligou tudo enquanto eu saía. A casa estava toda apagada, e então ele abriu a porta acendendo as luzes.
- Cadê seus pais?
- Eles estão em Londrina. E a Bruna no Rio.
- Ah... - Abaixei a cabeça sem graça enquanto ele foi pra cozinha.
- Mas não vamos passar fome, viu? - Ele riu. - Pelo menos eu acho! - Se debruçou sobre forno e olhou alguma coisa.
- Que cheiro bom!
- Eu fiz lasanha! - Ele riu.
- Você? - Gargalhei.
- Sim! Segui direitinho os passos que minha mãe deixou. - Ele ergueu um papel. - Acho que está pronta, vamos comer?
- Claro! - Ri e me aproximei sorrindo, pegando a luva da sua mão. - Eu ajudo.
Tirei a lasanha e fiz tudo que precisava. A aparência estava ótima e o cheiro também.
- Acho que você já pode casar! - Ri pra ele.
- Olha, eu também acho! - Ele me olhou sorrindo e fiquei sem graça.
Comemos conversando sobre o orfanato. Luan contou da reforma, das crianças e de como foi difícil o início pra ele. Relatou que não se sentiu seguro, mas com o tempo passou a se sentir em casa, ou até melhor que isso. Contou também que apesar da insistência, não tinha levado seus pais lá.
- Por que?
- Acho que se fizer isso, vai deixar de ser meu refúgio, deixa de ser tão meu.
- E por que me levou? - Questionei sem entender.
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Fica (Luan Santana)
Fiksi Penggemar(CONCLUÍDA) Uma história de anos marcada de um lado pela falta de amor, e de outro pelo excesso dele. Natália e Luan são casados, mas a moça, apesar de amá-lo incondicionalmente, não recebe um tratamento a altura. Uma história marcada por marcas do...