68. Noite de amor

984 30 9
                                    

- Acontece que não foi isso que você disse. - Ele tirou as minhas mãos e ficou me olhando. 

- Eu sei... - Suspirei. - Mas é o que eu sinto. 

- Volta pra dentro, vai... - Ele disse se virando de costas, voltando a sua posição original. 

- Só volto se você voltar comigo. - Abracei ele, escondendo o rosto nas suas costas. - O que está passando pela sua cabecinha? 

- Tudo que você falou... - Ele foi sincero.

- Eu já disse que é mentira.

- O problema é exatamente esse. Eu sei que não é mentira. 

- Amor, vamos esquecer tudo isso, por favor. Eu esqueço meus pais, você esquece que um dia foi tão idiota.

Ele demorou muito pra responder, mas pegou minhas mãos e depois me puxou pra sua frente. 

- Eu preciso te perguntar uma coisa, e se não for pra ser sincera, é melhor voltar pro quarto.

- Pode perguntar, você sabe que eu sou sincera.

- Você ainda tem medo de mim?

Ergui as sobrancelhas, confusa com a pergunta. 

- Medo? E por que teria?

- Você sabe do que eu estou falando.

- De antigamente? - Ele assentiu.

- Amor, não pensa besteira, Luan! - Peguei seu rosto. - Eu não tenho medo de você. Luan, a gente superou tudo isso, por favor, eu não queria que voltasse tudo, foi sem querer... Eu disse porque estava nervosa. Eu te amo, eu não penso nada disso de você. O que eu preciso fazer pra provar isso? Se eu pensasse, eu não teria tido mais duas filhas com você, eu não me casaria com você. 

Ele me olhou por alguns segundos e depois suspirou, juntando os braços pelo meu corpo e me abraçando apertado. 

- Eu te amo. - Ele disse.

- Eu te amo mais! 

Eu só precisava do abraço dele. Dentro dele sentia que meu coração estava em paz. Ele pegou meu rosto e se aproximou. Iniciamos um beijo gostoso e depois nos afastamos sorrindo. 

- Vamos voltar?

- Vamos. - Ele sorriu e me pegou pela mão, puxando pra dentro e fechando a casa. 

Subimos pros quartos abraçados e ficamos mais pelo menos uma hora abraçados, conversando baixinho e rindo das piadas sem graça que Luan contava.

- Que risada mais linda! - Ele passou o dedo na ponta do meu nariz e riu. 

- Fiquei morrendo de vontade de rir de você dizendo...

- Dizendo o quê, menina? - Ele fez cara de indignado e comecei a rir.

- Não sai na chuva, Natália! - Imitei uma voz de homem horrível e ele caiu na risada. - Você não escuta nunca? - Continuei e ele gargalhava tampando a boca.

- Eu não tenho essa voz. 

- Devia ter, quem sabe ia mandar menos nos outros! - Ri me aconchegando em seus braços.

- Foi só essa vez.

- Mentira! - Acusei. - Coloca esse cinto, eu estou falando! - Imitei de novo. - Arruma as malas! Não pergunta! 

Comecei a rir junto com ele. 

- Desculpa... - Ele pediu ainda rindo.

- Eu amo suas preocupações... 

Fica (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora