30 | Linda.

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Luna.

Jack está adormecido bem ao meu lado desde as nove da noite, horário que por acaso eu marquei na minha cabeça para ter o momento certo de dar a ele os analgésicos as cinco da manhã. Eu me sinto na obrigação de cuidar dele depois do que Zack fez sem motivo nenhum! Eu estou pensativa sobre isto, e embora passe pela minha cabeça que ele estava com ciúmes do Jack esse tempo todo, nada justifica o que este idiota fez. Jack está suando frio, e no momento eu não sei decifrar se o corpo dele está tentando eliminar o álcool ou se está sentindo muita dor das pancadas que levou e está é uma maneira de aliviar. Eu estou preocupada demais! Aaron se ofereceu para ficar com Jack no quarto dele, ele disse que não se importa em acordar às cinco da manhã para dar remédios a ele mas... ah, como eu disse, eu me sinto na obrigação de cuidar dele depois do que ele passou por minha culpa. Sim, foi minha culpa em não ter impedido ou pelo menos conversado com o Zack a respeito de toda essa loucura de ciúmes! Eu não gosto de pessoas agressivas como Zack, e desde sempre ele é assim, mas nunca o vi socando um garoto só por ele estar perto de mim, e isto é no mínimo doentio. Franzo as sobrancelhas quando Jack começa a resmungar do meu lado. A cama não é tão espaçosa, mas foi o bastante para nós dois cabermos aqui. Viro-me para Jack e afasto do rosto dele os cabelos que se espalham e grudam em sua pele devido ao suor. Ele está quente, aliás, não só quente! Ele está fervendo como água em ebulição. Todo-o na testa, conferindo se está tão quente quanto nas bochechas e a resposta correta me deixa ainda mais preocupada com ele. E se ele estiver com a febre muito alta?

Desço da cama e em passos calmos eu vou até a escrivaninha onde deixo meu kit de primeiros socorros feito pela minha mãe na época do colégio: termômetro, medidor de saturação e medidor de pressão. Puxo o termômetro, ligo-o no pequeno botão e encaixo cuidadosamente debaixo do braço do Jack que continua na mesma posição que estava. Alyssa me mandou umas vinte e cinco mensagens desde que ela e Aaron deixaram Jack aqui! Acho incrível a preocupação deles com o amigo, é o que me tranquiliza sobre a existência de pessoas boas no mundo. Sento-me na beira da cama e fico aguardando o aparelho apitar. Por que tem que demorar tanto? Eu realmente gostaria de entender a demora.

O aparelho finamente apita. Eu sou ágil em puxa-lo debaixo do braço do Jack e erguer até onde eu consiga enxergar a mineração na pequena telinha amarelada: 38.9, meu Deus do céu. Meu coração fica ainda mais acelerado. Ele está fervendo, derretendo, ultrapassando toda a quentura do mundo. Largo o termômetro no criado mudo, me levanto da cama mais uma vez e puxo cuidadosamente os cobertores para baixo, deixando Jack exposto ao ventinho gelado do quarto. Ele precisa se refrescar um pouco ou daqui a pouco só restará mais uma única gota de água no corpo dele de tanto suar! Os machucados estão cada vez piores, a boca está cortada, o nariz inteiramente machucado, o olho direto está roxo e ambas as sobrancelhas machucadas. Fecho meus olhos e envio a Deus um baixo clamor. Eu quero tanto que Jack melhore... por Deus, ele não merece nada do que está acontecendo com ele, nada. Aproveito que minha mão está gelada como um cubo de gelo e a coloco sob a nuca de Jack, penteando seus fios azulados de cabelo para trás de sua orelha também fervente. Sinto que vou queimar a mão só de encostar no rosto dele! E como se já não bastasse a febre, ele está trêmulo, a boca cor de sangue sacode disparadamente.

— Shh — sussurro, aninhando-me perto dele outra vez. Olho para o relógio pela décima vez na madrugada e vejo que ainda faltam cinco minutos para que eu o acorde para tomar o remédio. Graças ao efeito alcoólico ele dormiu muito bem por todo esse tempo, mas temo que não será assim quando ele acordar para tomar os remédios receitados pela enfermaria da faculdade e sentir dores no corpo inteiro.

Para que os cinco minutos passem mais rápido, pego o meu celular e entro no ícone da minha conversa com Alyssa. Ela continuou mandando mensagens até as onze da noite, aposto que depois disso ela capotou nos braços do Aaron. Sorrio com o pensamento. Eles estavam bem suados quando apareceram para ajudar com Jack, aposto que não estavam chorando na sala de aula, e sim fazendo outras coisas menos tristes por aí.

Fallin' For YouOnde histórias criam vida. Descubra agora