Fallin' For You

46 | Abre A Porta.

Aaron.

Em que mundo eu estou?
Já não sei mais como responder a pergunta, e também já perdi a conta de quantas garrafas de cerveja eu tomei desde que cheguei no bar com os caras. Os meninos do time me chamaram para sair para comemorarmos a pré estreia do jogo de inverno, e eu sinceramente não sei se me sairei bem nisto, porque é praticamente impossível conseguir pensar em outra coisa sem ser Alyssa. Ela está péssima. Todos os dias que eu olho a carinha dela de desânimo eu sinto um aperto no coração e é como se eu fosse infartar. Eu queria muito poder tirar a dor dela e sugar para mim, mesmo sabendo que é fisicamente impossível algo do tipo, queria arrumar um jeito de tirá-la deste mar depressivo.

Eu tive que deixá-la sozinha com os pais dela hoje, o pai dela pediu para que eu os deixasse a sós e, mesmo não querendo sair por ela ter apertado a minha mão em um sinal sugestivo para que eu ficasse, acabei a deixando na companhia deles e aproveitei o convite dos meninos para vir beber um pouco. Eu estou um caco! Se tivesse uma única descrição do que eu estou sentindo agora, seria perdido e fodidamente bêbado. Sei que de nada adianta, até porque daqui a pouco voltarei para o quarto da Alyssa para conferir se está tudo bem ou se o irmãozinho mimado dela está arrumando outra briga! Eu entrei em pânico quando o vi indo para cima dela, minha vídeo embranqueceu na hora, foi como se raios solares estivessem me cegando, mas ainda sim eu consegui me colocar entre eles e o empurrei para bem longe, o que causou nele um ataque de raiva quando eu a defendi. Ele achou mesmo que conseguiria ir para cima dela? Se Alyssa não reconhece o irmão, eu reconheço ainda menos. A primeira vez que eu vi Max ele era recém nascido e ia buscar Alyssa no colégio com os pais deles, ele era uma gracinha de menino, nunca pensei que se tornaria um babaca maléfico com intenções de um traficante. Qual o problema com ele? Alyssa não me explicou muito bem, mas pelo pouco que sei, ele começou a se drogar com uns caras que diziam ser amigos dele e que quase o espancaram quando ele não conseguiu pagar alguma coisa. Eu não faço ideia do que aconteceu de verdade, mas este pouco que Alyssa me contou foi o suficiente para duvidar da compaixão da humanidade. Ele está com problemas psicólogos, e geralmente quando adolescentes tem esse tipo de rebeldia, vem de algum ato que os traumatizou muito e causou reações controversas na cabeça deles. Isto eu sei porque já andei muito com psicólogos, tenho psicólogos na minha família e eles sempre me explicavam muito de toda essa loucura na adolescência. Graças a Deus eu nunca tive trauma nenhum além da morte de pessoas importante para mim, isto de fato é bem pesado ainda, mas espero que algum dia eu supere tudo isto e possa rir com uma rodinha de amigos novamente. Meus amigos estão rindo aqui, mas eu sequer consigo dar um sorriso verdadeiro a eles, vim aqui só por causa da cerveja e para aproveitar a companhia deles que estão loucos para sentar na mesa do lado onde diversas meninas estão. Eu preciso ir embora daqui a pouco, vou só pagar a minha conta e já estou vazando daqui. Quero ver como a Alyssa está, não vou deixar ela sozinha com aquele pequeno marginal descontrolado! Os pais dela são simpáticos, mas as vezes são muito tapados e não percebem que estão prejudicando a Alyssa em só se preocuparem com o filho mais novo. Sim, ele precisa de atenção por estar enchendo o rabo de drogas e usando coisas que não deveria usar? Claro que sim, ele não deixa de ser um adolescente comum de quinze anos que está perdido na vida e precisa de auxílio psicólogo. Mas ainda sim Alyssa existe, e eles não podem ignorar a existência dela só porque o filho mais novo está dando trabalho! Poxa vida, se eles tiveram dois filhos, precisam dar atenção a ambos de formas iguais. E eu nunca vou entender por que ignorar um e dar privilégios ao outro. Graças a Deus eu sou filho único, mas não acho que meus pais seriam egotistas a este ponto, até porque eles sabem dividir atenção como ninguém nunca soube! Eu e meus primos sempre recebemos o mesmo grau de atenção dos meus pais e dos meus tios. Eles sempre souberam dividir muito bem os momentos.