Fallin' For You

45 | Martina.

Alyssa.

— Você é um babaca — murmuro, o rosto coberto por lágrimas. Max sorri, mas não o velho e lindo sorriso que Max tinha quando sai de casa, e sim um sorriso seco, sem muitas novidades, e então ele me abraça. Eu estou desgastada com toda a situação, ainda mais cansada por ver meu irmão desse jeito. Ele está... cara, ele está irreconhecível. O antigo estilo do meu irmãozinho inocente foi embora, eu quase não o reconheci quando ele chegou perto de mim no aeroporto e veio me abraçar. Eu estava tão baqueada com a chegada da minha família que entrei em estado de pane quando o vi de perto. É ainda pior do que meus pais me disseram, ele está magro, as bochechas estão secas, o cabelo escuro e bagunçado, as roupas largas... tatuagens! Ele fez cinco tatuagens em menos de um ano. Eu simplesmente não sei como olhar para Max e enxergar o irmãozinho lindo que eu deixei em casa quando vim para a faculdade, ele não existe mais. No lugar do Max trouxeram um garoto mesquinho que só se importa com ele próprio e não sabe mais o que é viver uma vida saudável, longe de cigarros elétricos. Que se foda que o cigarro tem cheiro de morango, eu não me importo, continua sendo maligno para os pulmões de qualquer jeito.

Triste, eu o abraço mais forte, querendo trazer a verdadeira essência do meu garotinho de volta, mas nem isto eu encontro. Se antes meu irmão tinha cheiro de bebê por usar perfumes infantis e sabonetes de bebê, agora ele cheira a suor e cigarro de morango, muito cigarro, é quase insuportável o chuveiro que vem dele. Tento afundar-me um pouco mais em seus braços magros, puxando-o como se fosse adiantar alguma coisa meu desespero pelo antigo Max. Eu nunca o reconheceria se em um dia fosse andar no shopping e ele passasse do meu lado, ele mais se parece com uma versão rebelde do Aaron, e eu não gosto nem um pouco disso.

— Max, por que você fez isto? — minha voz é de choro, eu não consigo conter o grande tijolo entalado na garganta. Além de tudo, do estilo aleatório e do cheiro insuportável de cigarro, ele também está com uma cicatriz gigantesca na sobrancelha da briga que ele se meteu da última vez que conversou com os amigos barra pesada — por que, Max? Eu sinceramente não entendo você...

— Eu não vou me desculpar por isto, Alyssa.

— Pois você deveria ter um pouco de gratidão nesta sua cara — afasto-me dele, as mãos trêmulas, os lábios trêmulos, mas a coragem a flor da pele. Aaron se levanta quando percebe que a minha afobação. Estamos só nós três no meu dormitório, meus pais foram resolver algumas coisas na coordenação a respeito do psicólogo com quem eu vou ter que começar a passar diariamente já que terei que voltar a tomar remédios calmantes — comece a olhar ao seu redor e perceba que você está fodendo com a sua família toda por uma porcaria de fama escolar! É sério mesmo que é isso o que você quer para a sua vida? Ser a porra de um menino mesquinho que só sabe olhar para o próprio umbigo e encher a cara de cachaça todo santo dia, Max? Você realmente acha lindo um garoto de quinze anos fodendo o próprio pulmão porque acha que vai conseguir amizades com isto? Pois veja bem o que você considera amizades, porque pelo que eu sei, aqueles inúteis acabaram com você por não querer respeitar as ordens deles! E você continua dando prioridade a quem está pouco se ferrando para você? Acha mesmo que eles colocariam a mão no fogo por você, Max? Ninguém nunca faria isto por você, sabe porque? Porque você não passa de um mimado querendo chamar atenção!

— Cala a boca — Max aumenta o tom de voz, andando lentamente na minha direção com a expressão mais assustadora que eu já vi na vida. Mas eu permaneço parada, olhando-o com decepção — você não tem moral para falar da porra da minha vida, Alyssa! Você passou meses de frescura com a morte da Martina, meses!