O que é importante

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Severus acordou as cinco da manhã. Ele costumava malhar antes de descer para o café. A única diferença daquele dia, era que o calor de Harry deixava a cama muito confortável. Depois de enrolar alguns minutos, foi para o banheiro e saiu já com sua calça que costumava usar. 
Cobriu Harry com uma manta grossa e foi pra sua sala de exercícios. Se alongou e aqueceu antes de iniciar uma corrida na esteira mágica. Ele se perdeu em pensamentos e quase tropeçou  quando ouvir a exclamação de Harry com a vista para o fundo do lago negro que ia do teto ao chão. 
- Ali foi onde tivemos que resgatar os reféns. – Harry apontou para um local. 
- Esse local foi escolhido exatamente por isso. Assim, se qualquer coisa acontecesse eu poderia avisar. 
- O lago negro é muito bonito.  
- Sim é. – Harry deitou, de bruços, seu tapete de ginástica e ficou olhando para o lago com o resto apoiado nas mãos. – Ainda são cinco e meia. Por que está acordado? 
- Aqui é frio. – Harry disse sem deixar de olhar para o lago.  Severus sorriu parou de correr e se posicionou em cima de Harry que se virou. – O que está fazendo?  
- Flexões. – Disse e dobrou os braços descendo se corpo e no caminho beijou Harry, que deu uma risadinha. Ele subiu e desceu, novamente beijando Harry que ficou parado o observando. Na terceira flexão, seus braços puxaram seu marido, e Harry cruzou seus braços e pernas em seu corpo. 
Severus adorava beijar Harry. Não só por que ele era terrivelmente sexy, mas também pela respostas de seu corpo. Harry era carente de toques. Ele se inclinava para Severus na menor chance de carinho e, enquanto ele não era pegajoso, Severus adorava o quanto Harry precisava dele. 
Ele se afastou depois de alguns minutos. – Tem aulas a tarde?  
- Tenho. Cinco tempos de feitiços. – Fez uma careta. 
- Uma pena. Não tenho aula e queria te convidar para almoçar em Londres.  
- Eu também não vou retirar muito tempo de almoço. – Harry disse parecendo chateado. – Tenho que revisar a aula que perdi. 
- Eu vou a Londres de qualquer forma. Quer alguma coisa? 
- Se puder comprar um novo estoque de tintas e papéis.  Eu ia pedir via coruja, mas já que vai estar lá... – Seus olhos se fecharam em fendas. – O que vai fazer lá?  
Severus sorriu. – Comprar algumas coisas.  
- Essas coisas, são algo parecido com aquelas bolinhas tailandesas? 
- Algo do tipo. – Harry ficou vermelho. – Vou te trazer alguma joia também.  Que tal? 
- Eu quero. – Harry disse. – Me traga uma e eu vou usar só ela a noite. – Severus gemeu pensando nas imagens da joia que ele já tinha encomendado para Harry. Eles ficaram mais algum tempo se beijando, antes de ser tarde o suficiente para saírem.  
Harry foi na frente pois Severus precisava pegar seu material. Por ser bem cedo, ele não se preocupou em ser visto por ninguém,  mas quando estava próxima a passagem da Lufa Lufa,  ele viu uma menina loira, do primeiro ano, sair claramente chorando. Chegando um pouco mais perto, ele reconheceu a irmã de Cedric. 
- Olá Elena. – A menina levou um susto e rapidamente secou seus olhos. 
- Olá lorde Potter. – Se curvou graciosamente. 
- Nada de lorde Potter aqui. Meu nome é Harry. – A menina sorriu levemente.  – Agora me diz, por que está chorando? 
A menina apertou os punhos e os lábios. – Eu não tenho motivos pra chorar. – Disse quase mecanicamente com seu rosto sem demonstrar emoção, ainda que os olhos vermelhos e inchados quebrassem completamente a face fria. Harry odiava a criação de sangue puros as vezes. 
Suspirou se ajoelhando em frente a menina. – Quando meu padrinho morreu, as pessoas me diziam que eu não deveria chorar, por que Voldemort estava morto. Isso foi cruel de muitas partes, por que eu não me importava que Voldemort estava morto, eu me importava com meu padrinho.  
- Vovó dizia que eu não deveria chorar, por que papai que perdeu um herdeiro e mamãe perdeu um filho, eu só tinha um irmão mais velho e que não éramos próximos... 
- Eu conheci meu padrinho quando tinha 13 anos e se colocasse a quantidades de dias que realmente estive com ele, daria menos de um mês. 
- Cedric me escrevia todos os dias... e dizia que eu era sua rainha e ele devia fazer todas as minhas vontades. – A esse ponto, os dois choravam.  Harry abraçou a menina que chorou mais ainda.  
- Quer se sentar comigo e com meus amigos?  
- Mas você é da Grifinória. 
- Posso te contar um segredo? – A menina assentiu. – Esse negócio de casa e a coisa mais idiota do mundo. Se você olhar primeiro para a cor do uniforme, vai deixar de conhecer um monte de pessoas legais. – A menina sorriu e Harry pegou sua mão.  – Vamos comer.  
Harry a levou para o salão principal. Ainda era cedo, por isso poucos alunos estavam presentes. Harry a questionou sobre seu dia e suas aulas e amigos. O salão foi enchendo aos poucos e seus amigos foram interagindo com Elena conforme a viam. E então entrou Gina, da qual Harry estava ficando verdadeiramente irritado. 
- O que ela estava fazendo aqui? – Gina possuía uma cara de nojo. 
- Eu sou a namorada dele. – Elena disse e deu um beijo na bochecha de Harry. Todos ao redor tentaram prender suas risadas e falharam miseravelmente. Gina rolou os olhos e se sentou ao lado de Hermione em frente a Harry. 
- Você não tem seus amiguinhos pra ir brincar? 
- Não obrigada. Prefiro ficar com meu noivo. 
- Agora eu sou noivo? 
- É! Vamos nos casar no verão.  
- Sabe o que isso significa? – Elena negou. – Você precisa de um anel. 
- Não esquece de um broche da casa Potter. – Disse Hermione.  
- Uns brincos para combinar. – Disse Luna. 
- Se vão ter brincos vai precisar de um cordão.  – Hannah disse sem entender, mas ainda entrando na brincadeira. – Dê quem estamos falando?  
- Elena. – Apontou para a menina ao seu lado. – Ela me pediu em casamento e não posso negar. 
- Não pode mesmo. – Hannah sorriu para a menina. – Seus olhos são tão bonitos quantos o de Cedric.  
- Obrigada. – Seus amigos começaram então a contar histórias de Cedric, alguns alunos da Lufa Lufa foram arrastados para mesa da Grifinória para mais histórias. 
Harry teve um dia agitado, mas a noite, com uma caixa que Severus trouxe de Londres, ele se sentou na mesa da Lufa Lufa ao lado de Elena que o abraçou e apresentou suas amigas.  
- Tenho um presente pra você.   
Elena arregalou os olhos quando abriu a caixa que continha um conjunto de brincos, cordão e pulseira de ouro, com design infantil simples. – Pra minha namorada. – Sorriu pra menina que deu um beijo em sua bochecha. Ele a ajudou pôr o cordão e o brinco. – Ah, já estava me esquecendo. – Tirou outra caixa. – Minha noiva não pode ficar sem seu anel.  – A menina gargalhou ao ver o desenho de uma coroa no anel. – Uma coroa para uma rainha.  
- Obrigada Harry. – Harry beijou sua testa e foi pra sua mesa onde Hermione apoiou em seu ombro. 
- Você vai ser um ótimo pai. 
Harry sorriu rapidamente. – Elena me ajudou a ver algo. 
- O que? 
- Por que absolutamente ninguém veio conversar com os alunos? Uma pessoa da nossa idade morreu e não tivemos qualquer tipo de aconselhamento. 
Hermione franziu a testa.  – Você tem razão. – Virou pra Rony. – Ron, os aurores tem aconselhamentos? 
- Sim. Eu tive que ver um, depois de ver alguns arquivos. – Rony estremeceu. 
- Vou entrar em contato com Agnes. Ver se existe algo que possa ser feito antes de envolver política. 
---oOo----  
Ron estava absolutamente cansado, apesar de ter apenas alguns dias que voltaram do intervalo de fim de ano. Quando sua tia lhe disse que iria treinar, ele não sabia que estava se candidatando para ser torturado. Ele precisava ler um livro sobre os princípios dos Prewett. Era 356.548 páginas que contava a história do primeiro Prewett, que veio da indonésia, ou seja, nem em inglês a maior parte do livro estava. 
Também tinha a sua árvore hereditária. Os Prewett nunca seguiram com o título para o filho mais velho, e sim para aquele que era o mais capacitado, ou seja, cada geração eram no mínimo quatro filhos do qual ele precisava saber o nome e profissão.   
Junta tudo isso, ainda teriam as magias que apenas um herdeiro/lode Prewett poderia fazer, por isso no próximo final de semana ele estaria encontrando com sua tia. Sua cabeça doía desesperadamente, mas o que mais o estava irritando, era que Lilá e ele estavam brigados por absolutamente culpa dele. 
Encolhendo o livro e o guardando no bolso, ele foi até sua, ele esperava, namorada, que conversava com Parvati. - Eu fui um idiota e você estava certa. - Disse de uma vez assim que a menina percebeu sua proximidade. - Podemos conversar? 
Parvati olhou para Lila, perguntando mentalmente se era aquilo que queria. O simples balançar de cabeça foi quase um alívio para Ron. 
- Você me magoou. - Disse seriamente. 
Ron se sentou no sofá ao lado da menina. - Eu sei. Você tinha razão. Eu não tenho dado atenção o suficiente pra você ultimamente. Me desculpe por explodir e descontar em você algo que nem tem culpa. 
- Por que eu deveria te perdoar? 
- Sinceramente? Eu não faço ideia. - E não fazia mesmo. - Eu realmente sinto muito. Eu estou sobre muita pressão ultimamente, e minha tia avó resolveu me treinar para possivelmente ser herdeiro dela e eu tenho que ler um livro que nem na droga do inglês está escrito e... 
- Ron, cala a boca, Ok! - Ron olhou para ela, ele sabia que estava divagando, mas realmente estava nervoso. - Eu não ligo para o que tem que fazer. Assim como você, eu também estou sobre pressão, no entanto eu não fico descontando minhas frustrações nas outras pessoas. Se tem algo a fazer, apenas me diga, eu não vou ser uma babaca e te impedir de cumprir seus deveres. 
Ron se encolheu em seu lugar. - Eu sei. - Murmurou. - Você nunca fez. Posso te compensar de alguma forma? - Lilá o olhou seria. - Isso é, assumindo que você me perdoe. 
- De que forma você vai me compensar? 
- Minha tia marcou comigo no sábado, mas terei o domingo livre, podemos almoçar? 
Lilá suspirou e sorriu aceitando e Ron a abraçou. - Ron-ron? 
- Lilá, querida, eu te amo, mas sem esse apelido. - Ele encostou a boca no ouvido dela. - Não em público pelo menos. - A menina deu uma risadinha e continuou. 
- Muito bem, senhor Weasley. - Disse e Ron sentiu um arrepio subindo seu corpo.  
- Sim, senhorita Brown? 
- Será que você poderia usar sua influência de melhor amigo e pedir ao Harry que considere me deixar ajudar no casamento dele? 
- Como? Casamento? - Ron perguntou confuso. 
- Sua irmã disse ontem em alto e bom som, no dormitório das meninas, que ela e Harry se casariam no verão. 
Ron bufou. - Harry nunca casaria com Gina, não importa o quanto ela ache que vá. Eu culpo minha mãe por colocar essas ideias na cabeça dela. Mas Harry adorou a festa de aniversário, quem sabe ele não te chame de novo? 
- Tudo bem. – Ele é Lilá ficaram abraçados mais alguns instantes, mas uma voz na cabeça de Ron lhe dizia que alguma coisa estava errada e que ele deveria contar a Harry sobre aquilo.  

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