O contrato

Ron

Ron olhou para seu quarto e suspirou. Desde que voltou na segunda feira, precisou fazer tantas coisas em relação ao ministério que não fez o que deveria ter feito desde que chegou em casa, e isso era arrumar suas coisas.
- Link. – Chamou o elfo doméstico que sua tia disponibilizou para ele e o mesmo apareceu.
- Mestre.
- Link, pode me ajudar a arrumar minhas coisas? Eu não vou arrumar tudo.
- Sim senhor. – Ron colocou tudo o que iria levar consigo para a casa de Percy. Seus livros, roupas compradas por sua tia, sapatos, alguns objetos pessoais e alguns velhos brinquedos. Quando as malas ficaram prontas, as guardou no armário longe da vista de sua mãe e pegou um livro de direito que estava lendo, até um grito o fazer descer as escadas correndo.
- O que aconteceu? Perguntou quando chegou na cozinha. E viu sua irmã segurando uma mão sangrando.
- Harry me mandou uma jóia mas Edwirg não quer me dar! – Reclamou enquanto sua mãe tentava curar a ferida.
Ron olhou a coruja em questão e viu que não era a de seu amigo, e sim a de seu noivo, que também era uma coruja nevada, mas que tinha uma pena vermelho alaranjado nas costas.
- Olá Autumn, tem algo para mim? – A coruja piou e estendeu a pata para ele retirar sua carga. – Obrigada garota, quer um petisco? – Outro piado e Ron deixou a carga no balcão e se virou para pegar o petisco. Nesse meio tempo sua irmã gritou de novo.
- Por que ela não quer me dar! – Gritou Gina.
- Deve ser por que não é pra você!
- Isso é uma caixa de joia, por que Harry te enviaria isso?
- Harry não me enviou nada. – Ron pegou a caixa e viu que tinha um bilhete com apenas um endereço de floo e um horário. Depois abriu a caixa e viu um uma espécie de pulseira que circularia seu braço ate quase o cotovelo. Na ponta que ficava a mão, tinha uma turmalina azul e dentro era possível ver o desenho da cabeça de um lobo com dois machado cruzando. O símbolo Zabini.
- Por que Harry te enviou isso? – Perguntou sua mãe ao vê-lo colocando a joia.
- Já disse que Harry não enviou nada. Eu comprei essa jóia. E essa e Autumn, não Edwirg – Disse e Gina segurou seu braço olhando mais de perto.
- Isso é uma pulseira feminina, por que está usando isso?
- E com que dinheiro comprou isso? – Perguntou sua mãe.
- Eu comprei com o dinheiro que recebo da tia Muriel como um herdeiro e isso é a pulseira que vou dar a minha noiva.
- NOIVA! - As duas praticamente gritaram. – Desde quando você está noivo? – Perguntou sua mãe?
- Desde que a tia assinou um contrato para mim.
- E por que não nós contou?
- Vocês agiram como se eu nem estivesse aqui desde que voltei na segunda-feira. Por que diabos eu contaria algo?
Sua mãe pareceu envergonhada. – Sinto muito, é que o casamento de sua irmã está tão próximo.
- Céus! Vocês deveriam ter vergonha disso como se não estivessem tentando dar um golpe em Harry.
- Não importa. – Disse Gina. – No final eu vou ser Lady Potter.
- Nos seus sonhos talvez. – Ron revirou os olhos. – Eu vou sair. – Foi até a lareira indo para o caldeirão furado antes de gritar pelo endereço enviado por Blaise e sair em um escritório bem bonito e aberto.
- Chegou cedo. – Blaise apareceu ao seu lado e beijou sua bochecha.
- Não aguento aquelas duas. Para minha sorte Percy volta amanhã.
- Fica na minha casa. Só até amanhã.
- Acho que é uma boa ideia. Vou só pegar minhas coisas quando terminamos.
- Tudo bem. – Blaise pegou a mão de Ron e viu a joia.
- Eu amei ela. Embutiu sua magia nessa também? – Blaise o olhou com uma mistura de culpa e cautela.
- Você não parece chateado.
Ron rolou os olhos. – Eu recebo uma bela massagem toda vez que você não está. – Riu. – O que essa faz?
- Ele tem proteção contra poções. Vai te dar um pequeno choque de aviso caso você toque em um copo ou talher que tenha contato com uma comida com poção.
Ron olhou triste para a pulseira. Usar aquilo em sua casa era dizer que seus pais vão machuca-lo. – Ele não vai sair se você não retirar. – Continuou Blaise. – Se precisar de mim, é só pedir ajuda. – Ron assentiu e se deixou ser arrastado para uma sala onde uma mulher estava sentada.
- Você deve ser o noivo. – Disse a mulher. – Maria Staton. – Se apresentou. – Seu noivo estava me dizendo que você queria algo simples e aconchegante.
- Sim. Quero algo simples para a nossa família.
- Prefere no centro ou algo mais distante.
- Eu sempre fui criado em um local afastado, era muito bom poder correr e brincar em um grande espaço.
- Então campo. – Disse Blaise. – Eu achei a casa perfeita. – Sorriu e acenou para a corretora que estendeu as fotos da casa.
- E essa. – Disse olhando a casa que era grande, mas não uma mansão. Tinha quatro quartos, dois escritórios o porão era largo e tinha uma ótima iluminação. – Aqui pode ser um quarto de brinquedos. E essa, Blaise. - O sótão era grande também e parecia uma biblioteca.
- Você ainda não viu as fotos do lado de fora. – Blaise estendeu algumas fotos a mais e Ron viu um lago imenso, de água límpida, com um deck que terminava em um gazebo – Podíamos nos casar aqui.
- Com certeza. – Sorriu.
- Vamos ficar com ela.
- Não querem ver pessoalmente?
Eles se entreolharam. – Sim. – Afirmaram.
A casa era melhor do que as fotos mostrava e depois do contrato de venda assinado, foram até Gringottes contratar as proteções para casa e lago em seguida uma decoradora de imóveis.
- Eu vou resolver algumas coisas do ministério. – Disse Blaise. – Quando estiver pronto, vai para o caldeirão furado e da lá use o floo para chamar Zabine Manor. Vou deixar aberto.
- Tudo bem. – Beijou rapidamente o noivo e aparatou em casa, caminhando calmamente até a entrada.
- Finalmente chegou! – Sua mãe reclamou. – O jantar está pronto.
- Eu não...
- Seu pai quer conversar com você. Vem logo. – Disse e saiu em direção a cozinha. Ron bufou e foi atrás. Sua mãe começou a servi-los e se viu sem escolha.
- Sua mãe me contou que está noivo.
- Sim. – Respondeu calmamente, ainda que estivesse sentindo que algo não iria bem. – O que têm?
- Por que não nos contou?
- Eu cheguei na segunda feira e em momento algum vocês perguntaram como foi a viagem. Em que momento deveria contar?
Seus pais pareciam envergonhados. – Sinto muito por isso. – Lamentou. – É que o casamento da Gina está tão próximo.
- Vocês realmente deveriam parar de agir como se Harry tivesse uma escolha. – Ron disse irritado. – Esse casamento é uma farsa.
- Admito que não é o ideal.
- Já que Gina não quer acabar com essa palhaçada, deveriam a deixar por conta própria. Aliais, estou tentando entender até agora o que Dumbledore ganha com esse casamento.
- Nossa família sempre apoiou o diretor. – Disse seu mãe. – Harry então vai ter que começar a apoia-lo também.
Ron olhou incrédulo para eles antes de rir. – Ou vocês vão ter que começar a seguir ao ideais políticos de Harry ou ele vai proibi-los de ver Gina enquanto o contrato durar.
Seus pais se olharam sérios não pensando naquela possibilidade. Ron ao ignorou e continuou a comer. Gina finalmente apareceu para comer e ficou encarando seu braço sem parar.
- O que foi Gina? – Perguntou incomodado.
- Eu quero uma joia também. Por que você está dando uma joia para sua noiva?
- Por que eu estou a cortejando. O cortejo faz parte do nosso contrato.
- Eu quero um cortejo.
- Deveria ter pedido a Harry. Ah! É mesmo! Seu contrato é de um barriga aluguel. Você não tem direto a nada. - Debochou.
- Essa joia é de mulher.
- Que joia? – Perguntou Arthur.
- Ele comprou uma pulseira com um pedra azul e um desenho de um lobo.
Seu pai ficou sério. – Com dois machados cruzados? – Ron gelou. Foi burrice esquecer que seu pai já foi noivo de um Zabini.
- Sim. Ele não quer me emprestar. – Sua irmã reclamou, mas tudo o que Ron conseguia prestar atenção era em seu pai rígido.
- Sua “noiva” é um Zabini. Casa essa que eu saiba somente tem um herdeiro. Um homem. Você é uma bicha Ronald? – O silêncio se fez.
Apesar do tremor de medo, Ron respondeu. – Acho que você sabe a resposta.
- Só pode ser karma! – Reclamou seu pai. – Dois filhos bichas.
- Não precisa me incluir nessa conta. Ron afastou seu prato. – Eu estou indo embora. – levantou e imediatamente seu pai bateu com o punho o mãos fortemente na mesa fazendo os objetos em cima tremerem.
- Você não vai se casar com um homem. – Disse vermelho de raiva.
- Não é você quem decide. – Ron disse no mesmo tom. – Eu sou um herdeiro Prewett e respondo a tia Muriel.
- Não enquanto tiver meu nome.
- Isso é muito fácil de abdicar. – Ron de um passo para trás. – Estou indo embora. Eu nunca deveria ter voltado. – Deu as costas e ouviu um grito pouco antes de desmaiar