Futuro

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Harry e Severus desceram as escadas e foram em direção ao escritório de visitas de Lúcius onde uma reunião ocorreria. Lady Longbottom já estava presente e sorriu ao ver Severus e Harry de mãos dadas ao entrarem. 
- Estamos atrasados? – Questionou Harry. Ele é Severus sentaram-se no sofá de dois lugares, permitindo que Lucius, Narcisa e Fudge, que não estavam presentes, escolhessem entre sentar-se na poltrona ou ao lado de Agnes no sofá de três lugares.  
- Dê forma alguma. – Sorriu a mulher mais velha.  – Cornélio ainda não chegou, Lord Malfoy foi buscar alguns documentos e Lady Malfoy foi providenciar alguns aperitivos. – Analisou os dois. – Como vão os preparativos para o casamento? 
– Ainda não começamos. O contrato especificou que deveria ser em até seis meses depois do meu aniversário de 17 anos, então seria Janeiro de 98. 
- Então ainda terão bastante tempo. Como pretendendo prosseguir? Digo, pretendem falar abertamente ou manterão segredo? 
O casal se olhou. – Não chegamos a discutir isso. – Disse Severus. 
- Eu particularmente prefiro manter isso para os amigos. – Disse Harry. – Mas não irei esconder meu casamento.  
- Atitude sabia. – Lúcios e Narcisa passaram pela porta e se juntaram a Agnes. – Ainda assim, acho que deveriam começar a pensar nos preparativos. Vocês estão em Hogwarts, e não terão muito tempo quanto a isso.  
- Sobre o casamento que estamos falando?  - Questionou Narcisa que assentiu após a confirmação. – Eu penso o mesmo. Poderíamos já marcar a data e definir o local. 
- Eu meio que já pensei no local. – Murmurou Harry que recebeu atenção se todos o fazendo corar. 
Severus segurou sua mão sabendo que Harry odiava atenção. – Onde? 
- Potter Manor, ela ainda está em obras, mas mandei Remus da prioridade aos jardins, e bem, não é todo lugar que tem uma vista incrível para o oceano sem o inconveniente da areia da praia.  
-  Um tanto romântico. – Disse Lúcius em zombaria e Narcisa o acotovelou bem nas costelas o fazendo esfregar com uma careta de dor. – Acho que nosso convidado de honra está atrasado. 
- Ele deve ter um bom motivo. – Disse Harry. – Afinal, ele ainda precisa ter uma boa explicação para o fiasco que foi ano passado.  
- Terá que ser uma boa. – Murmurou Narcisa. A lareira rugiu alguns segundos depois e Cornélio Fudge apareceu com um sorriso.  
- Olá senhores, me desculpem o atraso, tenho uma ótima notícia. - Ele se sentou no único lugar vago. – Acabei de prender Dolores. 
- Essa é uma notícia maravilhosa. – Disse Harry.  
- Mas do que isso. – Cornélio sorriu. – Eu tenho a desculpa perfeita para cancelar o voto de desconfiança. 
Harry arqueou a sobrancelha. – Bem, estamos ouvindo. 
- Fui a Gringottes, faço verificações de rotina, normal para todos os ministros,  mas bem, ao que parece havia uma lacuna de três anos. 
- Você se esqueceu ou...? - Agnes questionou. 
-  Eu fui obliviado algumas vezes, além de ter diversos feitiços de controle. 
- Qual o papel Umbridge nessa história? – Lucius perguntou. 
- Aí é que está, o papel dela é mínimo, mas achei que vocês não iriam querer que essa pessoa fosse desmascarada nesse exato momento. – Ele colocou o papel com o resultado em cima da mesa e obviamente o nome de Dumbledore estava presente, porém o rastro era pequeno, o que indicava a não participação dele no ano anterior, mas pelos registros, Fudge foi  manipulado próximo a data de fuga de Sirius de Hogwarts, no final do terceiro ano de Harry.  
Fudge bateu na data específica. – Eu conversei com Black, ele me falou que não teve um julgamento e eu falei que iria providenciar um. Se Black fosse inocente, retira – lo com o nome limpo iria ser um grande marketing para a lado escuro, que estavam deixando de me apoiar. Então,  eu fui obliviado, e um pequeno feitiço de compulsão me fez querer negar a possibilidade de Black ser inocente. Se não fosse o feitiço,  acho que eu nunca iria descobrir sobre, o rastro do feitiço de compulsão em geral dura três meses, mas o de memória,  da até três anos.  
Harry ouviu aquilo tudo calado. Ele estava com vontade de gritar, quebrar alguma coisa e bater em alguém, mas especificamente, em Dumbledore. 
Uma mão apertou a sua e Harry a soltou imediatamente. Outra pessoa que queria agredir era seu noivo. Essa era mais uma das consequências das escolhas de Severus. Ele sabia que era irracional colocar cada detalhe de culpa nele, mas coisas assim o deixavam cego de ódio.  
Ele sentiu a ardência em seu rosto antes de perceber o que aconteceu. Narcisa estava de pé a sua frente enquanto as coisas na sala flutuavam e os vidros e porcelanas explodiam. Harry demorou para entender que era ele que estava fazendo aquilo. Respirou fundo e se acalmou fazendo tudo cair.  
- Desculpa. – Murmurou.  
-  Não se preocupe. – A mulher respondeu e apontou a varia ao redor da sala, fazendo cada objeto voltar ao lugar.  
- Bem, já temos uma desculpa para o filho de Crouch e o ano passado. – Lucius continuou o assunto. – Isso irá atrasar as eleições, mas você ainda recebi um voto de desconfiança e isso não se retira de maneira leviana. 
- Não, mas eu posso adiar qualquer outra eleição até agosto.  
- No final do seu mandato. – Agnes tomou um gole de seu chá, da qual Harry não tinha percebido que havia chegado.  – Ainda não te garante uma continuação nele. 
- Não,  mas é aí que nos entramos. – Disse Harry. – Temos  6 meses para criar leis que beneficiem a maior parte do público. Assim, quando ele pedir uma reeleição, poderemos usar leis mais polêmicas.   
- É um plano. – Disse Fudge se levantando. – Acho que nossa reunião está encerrada por hoje. Amanhã estará no jornal a prisão e no dia 1 teremos uma reunião dos lordes com os novos fatos. – Agnes esperou o ministro sair para continuar. 
- Agora, se bem entendo, fui chamada para mais algum assunto. – Harry retirou uma pasta que estava encolhida em seu bolso e da mesma retirou alguns papéis.   
- Gostaria de saber se a senhora e Narcisa, concordariam em ser proxy dos acentos Prince e Black? 
Narcisa o olhou. – Por que eu? 
- Você é uma Black, nada mais justo.  
- Agora sou eu que faço essa pergunta.  – Disse Agnes. 
- Severus não se interessa por política de forma alguma, então a forma de botar esses acentos para funcionar seria dando proxy a alguém. Porém ainda temos Dumbledore, então,  a senhora é a melhor opção, uma pessoa da luz que tem cérebro pra descordar de Dumbledore quando necessário. 
- É quanto aos acentos Potter? - questionou Lúcius. 
- Vou deixá-los adormecidos por enquanto. Não quero que eles sendo representados por ninguém, então só assumirei o manto verdadeiramente após a formatura. 
- Isso é sábio. – Lady Longbottom disse ao puxar o documento de proxy. O mesmo ainda não estava assinado, mas isso logo foi resolvido.  Narcisa iria se apresentar ao invés de Harry e Lady Longbottom iria apresentar o proxy.  
LEIAM AS NOTAS FINAIS
Assim, com o assunto finalizado, Harry se despediu da convidada, e quando a mesma passou pela lareira, Harry saiu da sala sem falar absolutamente nada. Ele foi até seu quarto e se jogou na cama jogando o travesseiro por cima da cabeça. Poucos minutos depois sentiu mãos retirarem seus sapatos e meias assim como seu cinto.  
A cama balançou conforme um peso foi depositado ao seu lado. Harry não disse nem se moveu por um longo tempo. Depois, sentindo – se sufocado pelo travesseiro ele o retirou e olhou para Severus. 
- Quando eu disse pra você me procurar quando sentir raiva de mim, eu realmente quis dizer isso. 
- Não é sua culpa.  
- Mas ainda assim você me culpa. – Harry sentiu-se horrível por isso, fechou os olhos quando a primeira lágrima desceu, e continuou em silêncio. Severus o puxou para si o deixando chorar.  
Harry chorou por horas, ele chorou por Sírius, por seus pais, por sua vida, por toda a merda que ele passou, e principalmente por Severus. 
Ele amava o cara,  mas não sabia que tipo de futuro teriam se ele não conseguia deixar o passado pra trás. Harry não sabia quando adormeceu, mas quando acordou, sua cabeça doía e seus olhos estavam inchados. 
- Sente-se melhor? – A voz de Severus penetrou seus pensamentos. Apenas sacudiu a cabeça e continuou na mesma posição. – Gostaria de passar o dia comigo amanhã?  Prince Manor finalmente está limpa, e os elfos estão terminando de colocar meus livros na biblioteca. 
- Sim. – Respondeu simplesmente.  Levantou sua cabeça e capturou os lábios de Severus em um beijo singelo.  – Eu gostaria de falar com o quadro do seu avô, se for possível.   
Severus revirou os olhos. – Aquele homem é horrível. 
- Como todo puro sangue metido. – sorriu, mas logo ficou sério. – Eu te amo. – Disse e por mais que a máscara de Severus fosse firme, Harry pode ver a felicidade no rosto do homem.   
- Eu também. – Severus o beijou e o puxou novamente para seu peito. Eles não saíram daquela posição até bem mais tarde. O silêncio não foi preenchido, mas Harry se sentia bem com aquilo. Pela primeira vez, desde que seus pais morreram, Harry se sentiu amado. 
LEIAM AS NOTAS FINAIS
No mesmo dia, exatamente as 16 horas, Harry estava em um restaurante do qual nunca havia ido, não que ele tivesse ido a muitos, mas que aparentemente era o preferido de Narcisa.  
Por falar na Lady Malfoy, a mesma só não roía a unha, por que não era apropriado para uma mulher de sua classe. Isso não a impedia de torcer nervosamente o guardanapo sobre seu colo. Harry estava quase segurando suas mãos quando Andrômeda Tonks entrou.  
Vestida como um vestido tradicional,  que remetia ao século XV, ela tinha uma postura altiva, a mesma que Harry encontraria em sua irmã, Belatrix, o que fez Harry estremecer. 
Quando chegou a mesa, seus olhos não desgrudaram de Narcisa e Harry precisou arranhar a garganta para chamar a atenção para si. – Sinto interromper, mas acho que a fala é minha. – Harry se levantou e segurou a mão de Andrômeda. – Eu, Harry James Potter-Black, Lorde da mais antiga e nobre casa Black, recindo a decisão do antigo Lorde Black, Arthurus Signus Black, de não contato com a traidora da casa Andrômeda Calisto Black, agora Tonks.  
Uma luz brilhou em suas mãos unidas e foi isso. As mulheres quase o empurram em uma tentativa de se abraçarem. – Bem senhoras, acho que o espetáculo está bem agradável ao público. – Harry disse as tiraram de seu transe.  
- Isso foi constrangedor. – Disse Narcisa enquanto ela e Andrômeda se sentavam.  
- Não se preocupe, só o restaurante inteiro observou essa cena adorável. – Zombou  
- Pirralho. – Andrômeda disse e Harry retirou dois lenços de seda, da qual ele só entendeu o motivo de precisa nesse exato momento. As duas mulheres secaram levem te as lágrimas dos olhos. 
- Agora, embora eu queira muito deixá-los sozinhas para fofocarem... – Fez uma careta ao receber o feitiço irritante de Narcisa e de Andrômeda ao mesmo tempo. – Mas, sério, Narcisa, você tem razão,  preciso de ajuda com...- Olhou ao redor. – A festa em Janeiro do outro ano.  
Andrômeda o olhou com uma interrogação em sua expressão. - Bem, eu não sei o que é, mas suponho que uma data e local seriam os primeiros a serem definidos. 
- Não posso dar o dia certo, mas será em janeiro de 98. O local será Potter Manor.   
- Lista de convidados? 
- Os convidados somente saberão alguns dias antes por precaução. 
- Então buffet,  organização... 
- Flores, roupas, chaves de portal... 
- Tema, cores, padrinho e madrinha...- Disse espertamente Andrômeda e Harry a olhou. -As flores deram as dicas. – Sorriu e piscou.  
-  Remus entrou em contato comigo, mandei ele colocar um gazebo no local que planejei. 
- Bom. – Disse Andrômeda. – Que tal feitiço de bolha ao invés de tendas? Será inverno, então não teremos o problema com o calor excessivo e ainda teremos uma excelente vista. 
- Bom. – Disse Narcisa. – Eu conheço um excelente serviço de buffet. O tempo de espera deles é de dois anos, mas acho que se usarmos seu nome, teremos uma vantagem.  
- Contanto que não divulguem. 
- Margaret e confiável.  – Disse Andrômeda. – Ela não divulgou meu casamento até eu fugir de casa. – Sorriu e bateu sua varinha em um guardanapo o transformando em uma folha comum, em seguida pediu uma pena e tinta ao garçom que prontamente a entregou. – Acho que temos muitas coisas para deixar pronto até o verão. – O olhar maníaco das irmãs fez Harry se arrepender temporariamente de ter pedido ajuda.  

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