Culpado ou inocente III

527 72 1
                                    

AVISO DE CITAÇÃO DE VIOLÊNCIA SEXUAL.
Como uma estrangeira e filha de um importante governante da França, Fleur conseguia passagem via Fluu de forma rápida para os países dentro da União europeia.  Por isso, chegar a Romênia, foi fácil. Quando se tem uma pessoa para visitar então, mais fácil ainda.
Quase 200 galeões depois, de ter passado por cinco países de fluu em fluu, lá estava ela saindo na lareira de Salvador Erikson, chefe da divisão romena dos guardiões de dragão. E também chefe da pessoa da qual precisava falar.
- Senhorita Delacour. - Cumprimentou
- Oui. – Fleur sorriu sem corrigir seu verdadeiro status civil. – Victor poderá me atender?
- Krum? Er.. sim... claro. – Disse parecendo um pouco confuso. Não era para menos, Fleur estava usando seu poder veela para encurtar o assunto. O homem então saiu da cabana e gritou por Victor que chegou poucos minutos depois.
- Você está com pressa?  - Fleur sorriu e parou seu encanamento deixando Salvador confuso.
- Professor Snape pensa ter achado uma solução para Charlie.
- Ele perdeu novamente? – Disse com uma carranca.
- Não. – Negou com a cabeça. – Por isso preciso de você na Inglaterra imediatamente.
- Não entendo.
- Nem eu. Por isso estamos correndo contra o tempo em uma tentativa de proteger os dois. Você é necessário.
- Esperem vocês dois! – Disse Salvador. – O que está acontecendo com Charlie? E por que exatamente você é necessário? – Franziu a testa.
- Charlie está gestando. – Disse Victor.
- Charlie? Deve haver um engano. Não! Eu estava lá quando ele ficou quase dias semanas na cama quando descobriu... – Olhou para o rostos dos dois. – Isso é realmente possível?
- Sim. – Confirmou Fleur. – Já ouviu falar de Severus Snape?
- Claro! Ele é um dos melhores pocionistas da Europa. Está né dizendo que ele descobriu como ajudar Charlie?
- Mais ou menos. – Disse Fleur. – Olha, é complicado, ele vai fazer algo muito arriscado e que possivelmente não vai dar certo, mas é uma tentativa.
- Caramba. – Disse parecendo incrédulo. Depois olhou para Krum desconfiado. – E o que exatamente você tem com isso?
- Eu sou o pai do bebê de Charlie. – Admitiu seriamente. Salvador então riu e foi até Krum o segurando pelo colarinho. – Se você de alguma forma magoar Charlie, eu vou alimentar os dragões com seu pau.
- Глупости! Por que diabos todo mundo assume que eu vou fazer algo com ele? Eu fui o abandonado! Não ele. – Salvador revirou os olhos e soltou Krum.
- Sem dramas agora, vai salva nosso garoto.
Victor sentou-se na cadeira ao invés de acompanhar  Fleur. – Por que eu deveria ir?
- Por que senão eu vou socar sua cara! – Disse Salvador parecendo alegre. Fleur, no entanto, olhou para Victor.
- Ele te magoou. – Disse seria. – Mas Victor, se põe no lugar dele. Tudo o que ele pensa é que em algum momento você vai querer ter filhos. Ele não sabe se um dia vai poder ter, e surgiu essa oportunidade. Essa minúscula janela, de ter um filho, seu filho. Você não quer ir? Tudo bem, não posso te obrigar, mas se você ama Charlie como diz, você tem que estar em St'mungus  em até duas horas.
Fleur não esperou a resposta de Victor, apenas gritou:
"Ministério Húngaro" e saiu no primeiro país que a levaria de volta a Inglaterra.
---oOo---
Gina entrou na câmara sobre os olhares preocupados de seus irmãos e curiosos dos outros. Ela estava em uma cadeira de rodas e mantinha uma expressão irritada no olhar. Expressão essa que seus irmãos odiavam receber, pois sabiam que a única menina da família era bem vingativa quando lhe convinha.
- Senhorita Weasley. – Disse o advogado de acusação quando Gina se acomodou. – O que pode nos falar sobre seu pai?
- Vamos cortar o papo furado. – disse Gina. – Querem saber por que ele deveria estar preso: Vamos ver, quando estava em meu primeiro ano, chegou até as minhas mãos um objeto amaldiçoado que pertencia a Tom Riddle. – Alguns pessoas reagiram negativamente ao nome. – Ele sabia dessa diário. As proteções da toca pode não ser as melhores, mas quando Will tentou ano após ano pedir ao pai para deixar melhora-las, ele nunca permitiu. Mas havia duas proteções em especifico que tem na toca. Proteção anti-animago e para evitar objetos amaldiçoados. Sabem o que isso significa...
Ninguém exatamente parou para entender as palavras de Gina, pois a sensação sufocante da magia de Harry invadiu o tribunal.
- Ele sabia! – sussurrou transtornado. – Ele sabia que o responsável da morte dos meus pais estava dormindo no mesmo quarto que a gente? – Harry olhou para Arthur que o olhava de volta sem expressão. – Você protegeu o assassino dos meus pais! – Arthur de repente  se viu erguido e começou a sufocar até o som de um tapa ecoar pela câmara.
- Harry Potter, se controla agora! – Disse Hermione e todas a olharam atordoados. - Podem continuar. - Disse sentando-se novamente em seu lugar mesmo que todos a encarassem.
-Poderia continuar sua declaração? - Questionou o advogado de acusação.
-Quando o objeto amaldiçoado entrou na toca, ele soube imediatamente. - Repetiu Gina. - Molly gritou comigo pelo caderno e o retirou. No dia seguinte ele estava de novo na minha cama.
- E como ele foi parar lá?
- Ele disse que não viu nada de mais. Molly parecia brava, mas não o contrariou.
- Está dizendo que Molly, a pessoa a quem ele está alegando ser controlado, ficou quieta sobre isso?
- Molly tinha medo dele.
- Medo?
- Como eu sou a única menina, mamãe sempre me prendia mais ao seu lado. Então eu que via mais.
- Via o que exatamente?
- Ele batia nela. Muito! Ou em Charlie! Ou em mim! Ela tentou, muitas vezes nos defender ou impedi-lo, nas ele já a cruciou uma vez. – Gina respirou fundo. – Ela estava tentando impedir que ele batesse em Charlie. – Gina estremeceu. – Foi quando ela virou a varinha para ele a primeira vez. Pelo menos a primeira vez que eu tenha visto. Ela apagou a memória de Charlie e a minha.
- Se ela apagou sua memória, como você se lembra?
Gina mordeu o lábio. – Para explicar isso, preciso falar sobre Tom. – Respirou fundo fechando os olhos. – Tom era uma pessoa carismática e atenciosa. Ele entra na sua mente e faz você pensar do mesmo jeito que ele. Quando contei a ele sobre minha paixão infantil pelo meu herói, ele me incentivou e colocou na minha cabeça Harry me amava também. Quando a possessão acabou, eu não estava totalmente livre. Eu deveria ter meu núcleo limpo, mas nunca tive. Eles decidiram que se Dumbledore não falou nada, então não precisava fazer nada.
- Será que a testemunha pode parar de enrolar? – Disse o advogado de defesa.
- Por que? Está com pressa para ficar de joelhos para Arthur? Ou será que é o contrário? – Gina disse maliciosamente e viu seu pai ficar vermelho de raiva com a implicação.
- Senhorita Weasley, mantenha o decoro! – Disse a chefe da câmara constrangida.
- Volte a sua história. – Disse o advogado de acusação parecendo tão constrangido quanto.
- Como eu falei, não estava livre da possessão de Tom, essa influência dele me fazia achar que amava Harry. – Fez uma careta e olhou para o amigo de seu irmão. – Harry eu te amo, mas pelo amor de Merlin, você é como Ron para mim. – Ambos fizeram caretas idênticas. Eu tinha meus momentos de... acho que posso chamar de lucidez. Nesse momentos eu poderia dizer que tinha uma vida saudável, namorei Dean, um amigo da escola, mas quando mamãe soube, foi a maior surra que levei.
- Molly te bateu?
- Molly? Não! Ele me bateu! – apontou para o pai. – Ele deixou seu recado bem claro. Como a única menina Weasley era meu dever me casar com um homem com dinheiro e graças a Molly, ele pensou que estava traindo Harry.
- Traindo lorde Potter?
- Eu te falei que tinha meus momentos de lucidez, nenhum deles eram em casa. Mamãe falava como eu iria casar com Harry, que Dumbledore já havia acertado tudo. Isso era foi nas férias antes do meu quarto ano. Harry foi enviado para a casa daqueles malditos trouxas imundos depois de ter visto uma pessoa ser assassinado na sua frente. – Gina sacudiu a cabeça. – Ela falou que meu pai iria concordar, mas que estava relutante e como eu deveria convence-lo de que era o certo.
- E como você fez isso?
- Apenas disse a ele que Harry iria pedir minha mão de casamento e que o contrato já estava pronto.
- Você leu o contrato?
Gina negou. – Mamãe falou que cuidaria de tudo.
- E seu pai leu o contrato?
Gina deu de ombros. – Você está fazendo a pergunta errada. – Disse gravemente.
O advogado a olhou confuso. – Qual a pergunta certa?
- Se o papel da mamãe era cuidar do contrato, qual era o papel do papai?
- E qual era?
Gina fechou os olhos respirando fundo uma, duas três vezes. Ainda assim, não se impediu de soltar algumas lágrimas. Então abriu aos olhos e encarou o pai. – Por que não diz a eles como me mostrou na prática como uma mulher dever dar prazer ao seu marido, papai?
---oOo---
Lilá acompanhava um auror até a prisão do ministério. Ela ainda não conseguia acreditar em tudo o que sua  irmã mais velha havia feito. Seu pai a iria deserda-la assim que terminasse seu processo e ela fosse presa. Estremeceu. Idiota!
- Veio ver onde eu falhei, irmãzinha? – Sua irmã parecia acabada com seu cabelo e roupas sujas e enormes olheiras.
- 10 minutos. – Disse o auror para Lilá antes de sair.
- Por que fez isso, Sabrina? – Perguntou séria e sua irmã a olhou com escárnio.
- Ele deveria ser meu, Lilá! Meu! Mas ele se apaixonou por aquela vadia de sangue ruim e me rejeitou. – Sua irmã começou a chorar copiosamente. – Ele me deixou para cumprir um contrato com aquele velho maldito do meu ex marido.
Lila estremeceu lembrando-se do falecido marido de sua irmã. Um homem velho e nojento que quase a matou. Lila tinha onze anos quando sua irmã aparatou em casa, mal consciente, e seu pai a queria mandar de volta sem se importar.
Sabrina voltou, mas com ela, Lilá e a mãe de ambas. Juntas, as três mulheres Brown enterraram o homem vivo no próprio quintal. Lilá lembrava de nem piscar enquanto ajudava sua mãe a jogar terra em cima do homem que estava amarrado e consciente. Ninguém mexeria com sua família.
- Você foi burra! – Disse Lilá seria. – Se lembra da regra da mamãe?
- Eu odiava as meninas! – Gritou de volta. – Elas o lembravam a mãe.
- Elas não tinham culpa, sua imbecil! Olha seu estado! Você será presa! – Sabrina caiu de joelhos chorando. – O que você usou?
- Como? – perguntou confusa.
- O que usou? Magia? Poção? Ritual?
- O que pretende fazer, Lilá? - Levantou-se limpando os olhos.
- Nada.
- Você quer acabar em uma cela ao meu lado? – Lilá apenas encarou o irmã. – Você precisará do Gilmorio da mamãe.
- O que ela escondeu do papai?
- Sim. Página central tem uma folha em branco, escreva o que você quer e ele vai te dar o melhor feitiço para tal. – Lilá assentiu. – O garoto Weasley não vale isso tudo, Lilá!
Lilá deu as costas a irmã e saiu do ministério sorrindo.

O contratoOnde histórias criam vida. Descubra agora