Uma explicação

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O café da manhã foi servido no Jardim ao lado Leste da mansão. Havia uma enorme mesa com a comida e espreguiçadeiras para todos se sentaram espalhados.
- Ressaca? – Perguntou Blaise a Theo que fazia careta.
- Sim. Hermione foi buscar poções para todo mundo. Você não dormiu no quarto.
- Dormi na cama de um certo ruivo.
- Vocês...
- Literalmente dormimos.
- Vai com calma com ele, os irmãos Weasley me mandam amostras de novos produtos junto com uma carta ameaçadora toda semana. Com o irmão deles seria ainda pior.
Blaise riu e levantou a cabeça ao ouvir um piado. Uma coruja desconhecida se aproximou rapidamente dele. Estranhando, enviou feitiços de verificação antes de abrir e ler.
“Úlisses Megalos sofreu um trágico acidente. Se conheço meu sobrinho, ele vai querer voltar para a menina Brown, não deixe isso acontecer ou serei muito infeliz.”
Muriel Prewett, Lady da antiga casa Prewett.
- O que aconteceu?
- O noivo de Brown está morto, Lady Prewett sentiu a necessidade de me informar que ficaria muito infeliz de ter seu sobrinho com a herdeira Brown.
- O que você vai fazer?
- Vou fazer ele assinar um contrato antes da viagem terminar.
- Um contrato de namoro pode ser quebrado.
- Um de casamento não.
- Ele vai te odiar.
- Terei a vida pra pedir desculpas. – Theo revirou os olhos.
- Weasley vale a pena tanto trabalho? Quer dizer, por que ele?
Blaise puxou a varinha e os rodeou com um feitiço de privacidade. – Sabe quando meu pai morreu?
- Não me lembro muito bem.
- Meu pai era apaixonado por um homem. Ele se casou com a minha mãe por obrigação, mas foi isso. Antes de morrer ele disse que esse homem nunca lhe deu uma chance por que dizia que aquilo não era “coisa de homem”. – Blaise revirou os olhos.
- Ainda não explica Weasley.
- Acontece que os Zabini sempre tiveram a sorte de ter ou ser portadores compatíveis magicamente.
- Almas Gêmeas?
- Almas Gêmeas é uma besteira inglesa. – Blaise Revirou os olhos. – Todo portador naturalmente se sente atraído sexualmente por homem e isso não significa nada. No geral acabam por ficar com quem é mais vantajoso, seja homem ou mulher. Acontece que, em raros os casos, algum portador se sente atraído magicamente por apenas um homem. Sim, é o que se chama na Inglaterra de Almas Gêmeas, mas em nada tem haver com alma e sim magia e atração sexual.
- Você sabia disse desde quando?
- Desde o aniversário de 17 anos de Potter. Foi quando passei tempo o suficiente de Weasley para perceber isso.
- É não fez nada?
- O que queria que eu fizesse? Weasley, pelo o que eu saiba odiava Sonserinos e estava namorando uma garota. Eu não daria a chance dele fazer comigo a mesma coisa que o pai dele fez com o meu.
- O pai de Weasley?
- Ele rejeitou meu pai. Vi meu pai definhar em depressão ano a ano e então finalmente se matar depois de me dar meu anel de herdeiro.
- O que mudou?
- Weasley não ter rejeitado Potter por ser gay foi o que me deu um certo alerta. Mas ainda assim, não queria nada muito sério. Eu mandei uma proposta de namoro para a tia dele. – Theo ergueu já sobrancelha. – Queria ver como era o terreno. Lady Prewett é bastante favorável. Ela sabia da história dos nossos pais.
- Amigo, essa história parece um livro digno de Lockheart. – Eles ficaram em silêncio um bom tempo assistindo Hermione distribuir poções pra todos. - Agora você parece determinado, o que mudou?
- Ontem tudo mudou. Algo com seus pais o deixou abalado e ele inconscientemente me quer. Só preciso faze-lo ficar consciente disso. – Sorriu largo. – Ele vai ser meu.
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Harry estava sentado na cama assistindo Severus se arrumar. – Por que mesmo você está indo?
- Porque preciso arrumar algumas pendências na Inglaterra.
- Não pode fazer depois?
- Você sabe que não. Além de mais, preciso responder ao Conselho sobre nosso casamento.
- Dumbledore é um imbecil. – Se jogou a cama. – Leve nosso contrato se casamento junto. A data de atualização dele é de 15 de junho.
- Muito bem. – Severus beijou Harry. – Volto na sexta.
- Tá bom. – Disse fazendo um bico.
Uma coruja entrou pela Janela e Harry estranhou ao ver uma carta e um envelope com o selo de Gringottes e da casa Prewett. Pegou a carta rapidamente e leu.
“O noivo da menina Brown está morto. Convença meu sobrinho idiota a assinar o contrato com o Herdeiro Zabini. No envelope existe uma procuração para agir como mediador Prewett e as condições do contrato.
Aja rápido,
Muriel.”
- Ela é bem direta. – Disse para si mesmo. – Muriel me pediu pra conseguir convencer Ron em um contrato com Zabini.
- Weasley com Zabini? Mistura interessante essa. – Revirou os olhos. – Mas eu realmente tenho que ir.
- Odeio isso. – Harry o abraçou cruzando os braços ao redor do pescoço de Severus. – Quero uma jóia.
- Vou trazer. – Severus prometeu e o beijou.
Um toque na porta os fez pular em um susto. – Deve ser Ron. – Harry se afastou e abriu a porta dando de cara com Zabini.
- Olá lorde Potter-Black. Olá lorde Prince. Fico feliz em encontrá-los. Poderiam me dar um pouco do seu tempo?
- Herdeiro Zabini, - Harry disse formalmente. – Poderia nos esperar no meu escritório? – apontou para a porta em frente ao seu quarto. Zabini assentiu e saiu. Harry fechou a porta do quarto.
- Preciso mesmo ficar? – Perguntou Severus.
- Eu queria dizer que sim, mas não é necessário. – Harry suspirou. – Volta pra mim na Sexta.
- Eu volto. – Severus saiu pela lareira e Harry se caminhou para seu escritório.
- Devo presumir que isso tem a ver com um contrato entre Ron e você. – Disse ao fechar a porta.
- Exatamente. Recebi uma carta muito direta de Lady Prewett exigido que eu faça algo. Como amigo e aliado de Ronald, espero que me ajude. – Harry suspirou.
- Vocês me deixam em uma situação complicada. – Contornou a mesa e sentou-se na cadeira em frente a Blaise. – Olha, o máximo que posso te ajudar agora e estabelecer um contrato de noivado para vocês dois, mas quanto a assinar, somente Ron pode, não vou força-lo ou tentar fazer com que mude de ideia. Estamos falando aqui mais do que um casamento acordado, estamos falando de sexualidade é isso não é algo que se impõe a alguém.
- Ele é favorável à mim, só está em negação.
- Ron só vai sair dessa fase quando tiver um choque de realidade.
- Deixa isso comigo.
- Como quiser. – Harry abriu o esboço do contrato padrão Prewett. – Bem, Cláusulas básicas. Filhos mínimo dois.
- Zabini exige 2 por títulos.
- Mínimo três?
- Bom.
- Dote do Ron foi oferecido cinco mil, sendo dois mil em um cofre particular. A casa Potter vai oferecer 10 mil a mais com 8 mil em um cofre.
- Não preciso, deixe ele tenha o dinheiro. – Harry assentiu.
- Cortejo?
- Com toda a certeza. – Disse Blaise. – Quero o celta.
- Celta?
- Presentes com magia Zabini. Vai ajudar a se familiarizar com o dono.
- Isso parece um pouco controlador.
Zabini negou. – Não, mas ele vai sentir como se eu o estivesse tocando o tempo inteiro.
Harry soltou uma risadinha. – Ele já fica incomodado quando te vê.
- O ragazzo não está incomodado o suficiente. – Deu um sorriso malicioso. Meia hora depois, um elfo partiu em direção à Gringotts.
- Você vai contar sobre o noivo de Lilá para ele?
- Vou, ele vai acabar descobrindo de uma forma ou de outra, assim pelo menos eu controlo o dano.
- É uma boa estratégia. Quando vai pegar seu senhorio?
- Assim que retornar para a Inglaterra. Está na hora de me comprometer com o legado do meu pai.
- Alguma lei em mente?
- Não exatamente. Ainda não sei sobre que ponte de vista defender.
- O que pensa sobre criaturas?
- Não concordo com a posição do ministério sobre elas. Especificamente aonde, você quer chegar?
- Lobisomens.
- Ah, sim. Professor Lupim era ótimo. Foi um dos poucos que realmente não nos tratou mal ou com desconfiança.
- Ele tem um bebê, e não tem trabalho pois as leis o impede de ter um. – Harry retirou gaveta um conjunto de folhas. – Essa é toda as pesquisas que achei em jornais e com os aurores. Veja o que acha. Eu não posso apresentar isso, devido minha proximidade com Remus.
- Vou dar uma olhada. – Pegou os papéis. O mesmo elfo que foi a Gringotts voltou com um envelope. – Vamos ver. – Abriu o envelope e deu uma olhada nas cláusulas. – molto bene. – Assinou e passou para Harry assinar como testemunha.
- Agora é sua vez.

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