Irmãos

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Ron esperou até Harry e Snape saírem para sentar-se em frente a Charlie. – Eu tenho algo para falar com vocês, mas antes. – Olhou para Charlie. – Você está parecendo tão deprimido que está me deixando deprimido. O que aconteceu?
- Nada. – Deu de ombros. – Apenas problemas no trabalho.
- Eu não vou forçar isso agora, mas saiba que eu não acredito nem um pouco nisso. – Charlie revirou os olhos.
- Qual seu plano?
- Eu lembrei do que os gêmeos me disseram em novembro. – Fred e George levantaram a sobrancelha. – O título Weasley. Qualquer um de nós podemos ser lorde Weasley, só precisamos seguir certas regras, é bem. Caso aconteça isso, podemos ameaçar Gina de deserdação caso ela não desista.
- Eu prefiro assumir o nome de Fleur. – Disse Bill. – Até porquê recebi uma proposta nas França e bem, queríamos construir uma família longe da mãe. – Bill parecia culpado em dizer aquilo.
- Ninguém te culpa por pensar assim. – Disse George.
- Até porquê, mesmo morando em outro país, você vai ouvir os gritos da mamãe. – completou Fred fazendo todos rir.
- Eu também estou fora. – Disse Charles. – Não vou ficar na Inglaterra mais do que o necessário.
Todos olharam para Percy. – Eu aceito.
- Percy o salvador da pátria. – Disse Fred.
- O menino sobreviveu vai beijar seus pés. – Completou George e ambos deram um beijo nas bochechas de Percy que os empurrou.
- Agora só existe um problema, convencer o pai a nos deixar entrar em Gringottes. – Disse Percy.
- Por que precisaria do pai? – Perguntou Charlie.
- Por que ele seria o próximo lorde Weasley.
- Na verdade... -Disse Ron chamando a atenção. – O pai tinha o prazo máximo de 18 anos desde a morte do nosso avô para tomar o título. Esse prazo vai vencer em quatro meses.
- Então precisamos fazer Harry adiar o casamento por tempo o suficiente para fazermos isso.
- Mas ainda tem um porém. O próximo da fila é Bill e se ele se tornar um Delacour...
- Se for pra ajudar Harry, não vejo mal em adiar o casamento. – Disse Fleur que ganhou um sorriso orgulhoso do noivo
- Eu não poderia substituir Bill? – Perguntou Charlie.
- Não. – Bill negou. – Eu sou o primeiro filho é guardião da magia familiar. Ela só deixaria de ser minha e passaria pra você, caso eu morresse, mesmo que eu assuma outro nome. E a magia só passará para outro que eu indicar e se eu te indicar, você será lorde Weasley.
- Se você ainda teria controle da magia, por que não ao cofre? – Novamente Charlie perguntou confuso.
- Charlie você precisa realmente saber um pouco de lei e magia familiar. – Disse Bill. – Eu tenho magia Weasley mas não o nome, o que faria os goblins arrancarem minha cabeça por tentativa de roubo.
- Ah!
- Então temos um plano. – Disse Percy.
- Sim. – Confirmou Ron. – Vou conversar com tia Muriel, talvez ela ajude a pressionar Gina.
- Tia Muriel? Ela não detesta nossa existência? – Charlie disse.
- Sei que está ficando repetitivo, mas Charlie, você realmente precisa voltar mais para a Inglaterra. – Disse Percy. – Ron foi nomeado herdeiro Prewett e tia Muriel está o treinando para assumir.
- Só preciso fazer ela parar de tentar arranjar um contrato com um homem. – Ron riu e seus três irmãos mais velho olharam sério para ele. – O que foi?
- Você é um portador? – Charlie perguntou em pânico. – Ela sabe? Nossa mãe sabe?
- Não. – Ron estranhou ainda mais o alívio de Charlie a sua negativa. – Eu não contei porque nosso pai era tão contra contratos. – Bufou. – Hipócrita.
- Não deixa ela saber. Nunca.
- Por que?
- Por que ela matou o bebê do Charlie. – Disse Percy e Charlie o olhou.
- Eu não era tão pequeno quanto esses três. – Apontou para os gêmeos e Ron. – Eu ouvi a gritaria.
- Que história é essa? – Perguntou Fleur e logo ficou vermelha. – Desculpa. – Baixou a cabeça.
- Tudo bem. – Disse Charlie. – Não é bem uma história. Eu engravidei com 16 anos, mamãe e papai ficaram furiosos e ela me deu algo... Eu só me lembro da dor... depois não tinha mais bebê.
Fleur, que estava entre Bill e Charlie, colocou a mão no estômago e uma luz brilhou. – Ela te deu uma poção de esterilidade! – Fleur disse revoltada. – Aquela...! Eu odeio sua mãe! – Ron tinha certeza que a enxurrada de palavras francesas jorradas por Fleur, eram palavrões.
Charlie afastou a mão de Fleur. – Já faz tempo.
- Quem era ele?- Perguntou Fred.
- O pai do bebê. – Explicou George.
- Um colega de classe qualquer.
- Um imbecil que largou Charlie assim que descobriu. – Respondeu Bill.
Ron segurou a mão de Charlie. – Sinto muito.
- Não importa, só não conte a ela. Mamãe não acredita que homens podem ser gay e bem, ela considera úteros mágicos uma doença que pode ser curada.
Ron apenas assentiu, sem energia para falar que não era gay para Charlie. Tudo o que sabia sobre sua família, estava sendo jogado no lixo e seus pais antes amorosos, agora não passavam de dois estranhos. Ron se sentiu órfão.

O contratoOnde histórias criam vida. Descubra agora